Funai – Em recente reforma da Praça D. Pedro II, no Centro Histórico de Manaus, técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (UFA) encontraram 259 urnas funerárias que indicaram a existência de um cemitério de povos indígenas da família lingüística Aruak.
A descoberta começou quando foram encontradas cerâmicas, enfeites e duas urnas funerárias. A primeira exumação revelou, por exemplo, que uma das urnas tem sepultamento duplo. Especialistas afirmam, ainda, que há indícios de que esses índios resistiram e lutaram contra a colonização. Certos de estarem diante de uma grande descoberta arqueológica, o professor da USP, Eduardo Góes Neves, e técnicos do Iphan prosseguiram com as escavações.
Agora, a idéia é promover palestras para organizações indígenas do estado, mostrando a importância da descoberta e a história dos povos que habitaram a região antes dos colonizadores. Um pagé, da etnia Apurinã, foi chamado para realizar cerimônia que permita a continuidade do trabalho arqueológico. A preocupação dos arqueólogos agora é com a proteção e segurança do sítio contra os saqueadores que vivem do tráfico ilegal de peças do patrimônio. A cerimônia de permissão deverá ocorrer no dia 18 de setembro próximo.
O órgão responsável pela coordenação das escavações é o Museu Amazônico, um órgão da Universidade Federal da Amazônia. Com exceção de pequenos fragmentos, nenhuma urna foi retirada do local ainda. A segurança do sítio de escavações contra a ação de saqueadores está sendo realizada por vigilância permanente.