Agência Câmara – A discussão sobre a produção do biodiesel, um combustível produzido a partir de produtos naturais, reuniu na semana passada na Câmara representantes do Governo Federal, dos estados e municípios, pesquisadores e integrantes de organizações não-governamentais. Com o tema “O Biodiesel e a Inclusão Social”, foi montada uma miniusina de produção do combustível vegetal, a partir de óleos de semente de mamona e babaçu. A exposição também reuniu veículos e geradores movidos pelo biodiesel, que aumenta a durabilidade do motor e reduz a emissão de poluentes na atmosfera. Estiveram à disposição, ainda, trabalhos de pesquisa e protótipos desenvolvidos por centros tecnológicos do País.
Além da exposição, o evento, promovido pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara, contou com uma videoconferência e discussões sobre a criação de uma política nacional de produção vegetal.
Emprego e redução de gastos
De acordo com o deputado Ariosto Holanda (PSDB-CE), que participou do encontro, os participantes concordam que é preciso investir na produção do combustível vegetal para tentar reduzir os gastos com a importação de quase seis bilhões de litros de diesel mineral, o que representa cerca de 1 bilhão de dólares ao ano (cerca de R$ 3 bilhões ao ano). Além disso, Holanda ressaltou que a produção nacional do diesel vegetal pode proporcionar aumento na oferta de empregos. “O cálculo que nós fizemos é que se tivesse 200 mil famílias hoje produzindo mamona para produzir biodiesel, isso representaria uma substituição de 20% do que o Brasil importa; então para chegar a 100%, é necessário 1 milhão de famílias. O Nordeste poderia ser a região mais beneficiada, pois aumentaria a oferta de emprego”.
Segundo Ariosto Holanda, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica vai apresentar um projeto de Lei para incentivar a produção do biodiesel no Brasil.
Matéria-prima
Na avaliação do presidente da Câmara, João Paulo Cunha, que participou da abertura da videoconferência, o Brasil tem todas as condições de se tornar uma potência na produção do combustível, a partir da diversidade de matéria-prima que o País possui. “Nós temos a mamona, o babaçu, o dendê, o pequi, enfim, nós temos uma quantidade grande de produtos naturais que podem levar o Brasil a ser auto-sustentável”, destacou.
O presidente ressaltou ainda a importância da participação da Câmara na discussão sobre o biodiesel, que está sendo debatido no mundo todo e já toma força dentro do Executivo brasileiro. João Paulo ressaltou ainda a vantagem no uso do combustível vegetal, pelo fato de ser renovável e produzir uma energia limpa, que não polui o meio ambiente.
Adriana Romeo e Lucélia Cristina