Estação Vida – A cada vez que se viaja pelo interior de Mato Grosso se tem a certeza de que o potencial turístico do estado poderia alcançar índices altos na economia, gerando emprego e renda em áreas isoladas onde a população sofre muito pela sobrevivência . Pena é que até hoje nem governos , políticos e empresários acreditem nisso. Sem parceiros, a atividade fica a mercê de obras de infra-estrutura de poderão vir a ser realizadas se, a agricultura prosperar na região. Faz parte do show do agrobussines. Aí, pode ser que seja possível que os mato-grossenses tenham condições de pegar as estradas e conhecer paisagens e imagens inesquecíveis de Mato Grosso.
Chegar nestes lugares não é fácil. Ou se tem dinheiro para viajar pelos ares ou então, carro. Mas não é qualquer carro . Para quem gosta de rallys ou aventura, esse é “o passeio”. Chega de rodeios. Vamos ao ponto principal desta reportagem. Juína, a 750 Km de Cuiabá, sendo que de Campo Novo dos Parecis a Juína são 300Km de terra. Região noroeste de Mato Grosso, divisa com Rondônia, Amazônia.
Juína é uma cidade com boas condições; asfaltada, arborizada, avenidas largas e bom comércio. Mais 60 Km da cidade, surge o rio Juruena, um dos mais importantes do estado e importante afluente do Amazonas.
Reconhecidamente um dos mais limpos da Brasil.De um lado, está a pequena comunidade rural Fontanillas, onde, segundo a história, foi o começo de Juína. Hoje tem 300 pessoas, pequenos produtores e sofredores rurais.
Nos fundos de Fontanillas está o rio Juruena e a floresta Amazônica. É tão limpo que a sua calha é formada somente de areia fina, águas transparentes. Por ter pouco material orgânico não é fácil encontrar peixe. De barco o Juruena vai mostrando surpresas: pequenas cachoeiras, aves e animais, aldeias indígenas e grandes ilhas, bancos de areia de quase quilômetros onde a floresta ganha espaço rodeada por belas praias. Com suas canoas, os Rikbaktsa vão cruzando o rio.
Nas ilhas, o silêncio amazônico nos faz imaginar como tudo começou. As crianças das aldeias de vez em quando ecoam sons, longe, brincadeiras no rio. Que mundo diferente. Que tal fazer uma caminhada pelo rio? É isso mesmo, andar pelo rio, imenso, um mar de água doce. Dá até medo. Os bancos de areia são imensos e boa parte deles fica a menos de meio metro da água. É muito poder andar pelo rio, chegar perto das margens das aldeias. Imperdível para quem gosta de natureza, aventura e paz.
Para curtir bem o lugar tem uma pousada em Fontanillas, Recanto do Luar com bons quartos, ar condicionado, sacadas e quiosques nas margens do rio Juruena. Não se faz passeios nas aldeias indígenas pois o turismo indígena ainda gera muita polêmica , não é regulamentado e a Funai não permite. Mas lá a gente encontra com eles pelo rio. Juína está rodeada de áreas indígenas: Enawenê Nawê, Rikbaktsa, Cinta Larga, Myky, Irantxe, Zoró, Arara.
Josana Salles