Ministério da Justiça – Realizada na tarde de quarta-feira, dia 26, a cerimônia de declaração da Terra Indígena Cantagalo, Rio Grande do Sul, com a presença do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos; do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto; do ministro das Cidades, Olívio Dutra; e do presidente da Funai, Mércio Gomes.
O evento celebrou não apenas a declaração da área de 286hec como terra indígena para os 170 índios da etnia Guarani M’Byá – mas também demonstrou a importância do tema para o governo federal. De acordo com o ministro da Justiça, o compromisso do presidente Lula é de ter todas as áreas indígenas brasileiras homologadas até o final do mandato. Desde o início do ano, o Presidente já homologou 24 reservas totalizando 1 milhão e 700 mil hectares.
“Esta é uma etapa nova na Funai, pelo bem do futuro do país”, afirmou Mércio Gomes. Da mesma forma, Thomaz Bastos afirmou que a decisão de assinar a portaria declaratória da Terra Indígena Cantagalo na sede da Funai é parte dessa filosofia de um governo que foi eleito para “a mudança e transformação, na direção de uma sociedade mais democrática e igualitária”.
Acompanhado do cacique Afonso da Costa, que não fala português, o representante dos Guarani M’Byá, Maurício Gonçalves, disse estar contente. “Fico muito feliz, principalmente porque essa é uma luta de mais de trinta anos. Para os Guarani, o território ainda é pequeno, mas isso já representa uma avanço muito grande”. A nova reserva – cujo projeto foi coordenado pelo antropólogo Carlos Alexandre dos Santos – oferece espaço para as plantações da comunidade, que sobrevive basicamente da produção de artesanato e agricultura de subsistência.
Os Guarani M’Byá são conhecidos como povos de religiosidade muito tradicional e procuram fazer suas aldeias segundo seus preceitos místicos fundamentados, principalmente, na relação com a natureza, em especial a Mata Atlântica.