O coordenador estadual do Movimento dos Sem Terra de Minas Gerais, Vagner Vieira, disse hoje que a polícia do estado já havia sido avisada, há pelo menos dois anos, da existência de milícias armadas na região do Jequitinhonha. No último sábado houve um massacre de trabalhadores sem-terra em Felisburgo, naquela região, que resultou em cinco mortos e vários feridos.
Ele contestou a informação dada hoje pelo ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, de que a região do Jequitinhonha apresenta baixos índices de violência. Segundo Vieira, nessa região são constantes as ameaças e manifestações de agressão de fazendeiros. Ele citou como exemplo o fato de “jagunços” já terem impedido trabalhadores sem terra de sair do acampamento para fazer manifestação. “A região não é nada tranqüila”, disse.
Ontem, representantes do MST, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da organização não-governamental Justiça Global apresentaram denuncia à Organização das Nações Unidas contra o governo brasileiro. Eles argumentam que o governo tem sido negligente na proteção dos trabalhadores sem-terra nos conflitos agrários.
Segundo a agente do setor de Documentação da CPT, Marcilene Ferreira, somente em Minas, este ano, já foram denunciadas mais de 26 regiões de conflito agrário. “Identificamos várias milícias em todo o estado. Por todos esses conflitos é que resolvemos apresentar a denúncia à ONU.