Brasil bate recorde na produção pesqueira

A produção pesqueira do Brasil bateu recorde em 2002. O país fechou o ano com um milhão e seis mil toneladas de pescado. O aumento foi de 7,1% em relação a 2001. No período, as exportações subiram 36,5%, fazendo com que o país fechasse o ano com saldo positivo na balança comercial. Os dados estão na estatística pesqueira que o Ibama divulgou nesta segunda-feira. A estatística aponta para uma tendência na manutenção do crescimento da produção nacional de pescado devido, principalmente, ao estímulo no setor de aqüicultura.

Já aumento da pesca extrativa marinha dependerá da recuperação dos estoques de espécies em situação crítica, como é o caso da sardinha. Quanto à balança comercial, a expectativa é de incremento das exportações e do saldo. Todavia, existe a preocupação quanto à tendência de queda no preço internacional do camarão, principal produto da pauta de exportação brasileira no setor.

De acordo com a estatística, o estado de Santa Catarina foi o maior produtor da pesca extrativa marinha, com um total de 118.120 toneladas. O Pará ficou em segundo lugar (104.705 ton.), seguido pelo Rio de Janeiro (56.698 ton.). Em relação à pesca continental, o Pará liderou com 67.199 toneladas de pescado. Em seguida vieram o Amazonas (66.581 ton.) e o Maranhão (21.065 ton.).

A aqüicultura marinha é o setor da pesca que mais cresce em todo o país. Em relação ao 2001, a atividade cresceu 34,6%. Camarões marinhos no Nordeste e mexilhões no Sudeste foram os responsáveis pelo crescimento. A aqüicultura continental cresceu 15,1% e corresponde a 17,9% da produção brasileira. Tilápia, carpa e tambaqui foram as espécies que mais tiveram incremento.

Exportação

Em relação às exportações, o Brasil fechou o ano de 2002 com taxa de crescimento de 36,5%. Foi o melhor desempenho desde 2000. Os principais produtos exportados foram os camarões congelados, as lagostas e filés de peixes diversos. Entre os principais estados exportadores estão o Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Pará. As importações tiveram taxa de crescimento negativo de 12,16%. O saldo da balança comercial foi de US$ 139 milhões em 2002.

Cachorro-vinagre será estudado pela primeira vez

Cachorro_vinagre.jpgPela primeira vez, pesquisadores brasileiros poderão monitorar o cachorro-vinagre na natureza. Apesar de estar entre os canídeos mais ameaçados de extinção do país, a espécie em seu estado selvagem ainda é um mistério para os estudiosos. O próprio bicho tem aura de uma lenda, já que é extremamente difícil de ser capturado e dificilmente se deixa mostrar. Raro e arredio, o cachorro-vinagre também é confundido com outros carnívoros.

A partir da captura de três indivíduos esta semana em terras particulares na região do município de Nova Xavantina, no Mato Grosso, o mito passa a dar lugar à ciência. “Para o bem dos cachorros-vinagre”, pondera o biólogo Edson de Souza Lima, um dos responsáveis pelo monitoramento que será feito a partir de agora com a ajuda de rádios-colares instalados no pescoço por radiotelemetria para fornecerem os dados necessários à pesquisa.

Coordenado pelo especialista em carnívoros da Universidade Estadual de Mato Grosso e Associação Pró-Carnívoros, Júlio Dalponte, o projeto recebeu financiamento de US$ 5 mil da Sociedade Zoológica de Chicago para estudos preliminares com duração de um ano. “A continuidade da pesquisa com a espécie depende de mais investimentos”, diz Dalponte.

A espécie possui ampla distribuição nos neotropicos, mas as alterações ambientais tornam cada vez mais difícil a sobrevivência do cachorro-vinagre, já que ele desaparece tão logo ocorra o desmatamento. O que se sabe até o momento sobre ele deve-se ao trabalho desenvolvido com indivíduos cativos.

Os estudos tentarão desvendar a área de vida da espécie, padrão de movimentos, demografia e outros aspectos ecológicos da espécie.

O cachorro-vinagre é um animal de médio porte. Um adulto pesa cerca de cinco quilos, tem aproximadamente setenta centímetros de comprimento e vinte e cinco centímetros de altura. Sua cauda é curta. Tem pelos amarelados sobre a cabeça e restante da pelagem com a cor do vinagre, o que lhe confere o nome popular.

Além dele, existem no Brasil outras cinco espécies de canídeos, grupo pertencente à ordem dos Carnívoros. Entre elas outras duas encontram-se ameaçadas de extinção: o lobo-guará e o cachorro-de-orelha-curta.