Itamarati oferece curso de inglês para índios

Funai – Oito indígenas das etnias Kaingang, Wassu Cocal, Guarani, Pataxó, Pankararu e Xavante começam, hoje (15), às 14 horas, no Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a estudar inglês em curso criado especialmente para atendê-los. Todos são formados ou estão cursando universidade. O objetivo é preparar os índios para participarem de reuniões internacionais com o domínio do inglês.

O curso resultou de entendimentos da Coordenação Geral de Defesa dos Direitos Indígenas da Funai (CGDDI) e de organizações voltadas para o interesse das comunidades com o Itamarati. “Alguns dos alunos inscritos já participam de reuniões internacionais e será excelente aprenderem o inglês. Além disso, estaremos mais preparados para o mestrado e doutorado”, lembra Wilmar Guarani, coordenador da CGDDI e também aluno do curso.

Os alunos inscritos são: o pedagogo Edmundo Xavante, as advogadas Lucia Fernando e Anaiá Pataxó, a socióloga Azelene Kaingang, além dos estudantes Rosane Kaingang (Turismo), Leonardo Ivirson, Maria Aldemir e Adão Brasil.

Simone Cavalcante

ndios participam da V Bienal Internacional do Livro no Ceará

Funai – Pela segunda vez a Bienal Internacional do Livro, realizada em Fortaleza (CE), reservou um estande à população indígena. As etnias Tremembé, Tapeba, Jenipapo-Canindé, Pitaguari, Tabajara, Potiguara e Calabassa expuseram produtos artesanais e promoveram diversas atividades culturais durante os dez dias de Bienal, realizada entre os dias 4 e 13 de outubro.

Crianças e adultos visitantes tiveram oportunidade de aprender mais sobre a cultura indígena em oficinas, mesas redondas, vídeos e debates oferecidos no Centro de Convenções Edson Queiroz, local onde aconteceu o evento. Na ocasião, também foi passado um abaixo-assinado pedindo demarcação de terras e reconhecimento oficial de todas as etnias do estado. Danças e pintura corporal contribuíram para sensibilizar o público em relação à questão indígena.

No estande dos índios, um painel pintado por duas Tremembé ilustrava a vida no mangue. A obra, elaborada a partir de nove pigmentos retirados do barro, traz os animais, as plantas e a dança do Torém, tudo o que faz parte do universo simbólico do povo Tremembé. Mais dois painéis informavam sobre os nomes das etnias existentes no Ceará e a frase “Um mangue novo para a resistência de um povo”.

Os indígenas contaram com apoio do Núcleo da Funai de Caucaia, da Secretaria de Educação do Ceará e da Missão Tremembé. (Carmen Lustosa)

FAO alerta para o uso racional da água na irrigação

Agência Brasil – ABr – O representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Luiz Tubino, disse que o Brasil tem potencial para atingir 29 milhões de hectares irrigáveis, principalmente na região do cerrado, 10 vezes mais do que a área atual, mas alertou sobre a importância da tecnologia para o uso racional da água na agricultura. A declaração foi feita hoje no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante solenidade em comemoração do Dia Mundial da Alimentação, que este ano tem como tema Água: Fonte de Segurança Alimentar.

O crescimento populacional, que até 2025 deverá ser de mais nove bilhões de pessoas, vai exigir, conforme José Tubino, um aumento em 50% na produção de alimentos, sendo a maior parte produzida em área irrigada. A FAO prevê que a irrigação nos países em desenvolvimento deverá crescer em até 20% até o ano 2030 e que a utilização de sistemas mais eficientes de produção que conservem a umidade dos solos e melhorem a infiltração da água devem ser promovidos pelos governos.

Segundo dados divulgados pela FAO, o Brasil usa 63% de seus recursos em irrigação, 18% para uso humano, 14% para uso animal e 5% para uso industrial. “Com a ampliação do acesso da população aos serviços de água e saneamento, a proporção de água para uso humano aumentará, do mesmo modo que para o uso industrial. Portanto, é importante que a utilização agrícola da água seja mais eficiente”.

Segundo o representante do Mapa, Alceu Molina, a escolha do tema para o Dia Mundial da Alimentação demonstra a preocupação com a escassez desse recurso natural. “Temos atualmente técnicas que mostram ser possível produzir mais sem prejudicar o meio ambiente. O Mapa está formando parcerias com diversos setores para aumentar a produtividade nacional, para atender o crescimento da nossa população, mas preservando nossos recursos naturais”.

ndios Krahô iniciam cultura do caju em terra indígena

Agência Brasil – ABr – A Associação Kapey-Khraô, que reúne 17 aldeias da terra indígena Krahô, no Estado de Tocantins, está iniciando a cultura do caju com a participação científica e financeira da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai). A iniciativa está voltada para a conquista da sustentabilidade das aldeias e coincide com a vontade do governo federal de ampliar a exportação da castanha e incentivar o plantio do caju no interior do país, onde vem obtendo bons resultados.

Segundo a responsável pelo Projeto Khraô na Embrapa, Terezinha Borges Dias, durante a Feira da Semente, realizada em setembro passado na terra indígena, foram distribuídos dois sacos de amêndoas (sementes do caju) entre as aldeias, considerando o tamanho de cada uma. Ela informou que, em novembro, 1.800 mudas serão levadas para a terra indígena.

O projeto Khraô já recebeu prêmio da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Em conseqüência do reconhecimento, foi o primeiro projeto indígena a ser selecionado para obter financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Turistas do Araguaia receberão brinquedo educativo

Agecom – Os turistas que estavam na primeira quinzena do mês de julho em acampamentos cadastrados pela Agência Ambiental ao longo do Rio Araguaia vão receber gratuitamente brinquedos pedagógicos. A entrega será feita pelos Correios até o início de novembro. Serão enviados 4 mil Jogos da Memória para os turistas que ficaram acampados na primeira quinzena de julho.

O brinquedo foi confeccionado para ser distribuído durante a temporada do Araguaia 2002, mas a entrega só aconteceu a partir de 15 de julho. A agência confeccionou 10 mil jogos para serem distribuídos e, deste número, restaram 4 mil que serão enviados agora.

O brinquedo é um Jogo da Memória, uma cartela com ilustrações, nomes e informações sobre os peixes mais freqüentes na bacia do Araguaia. “É uma forma de levar diversão, conhecimento e educação ambiental com descontração”, diz a bióloga Kharen de Araújo, técnica do Departamento de Ações Integradas da Agência Ambienal. No mês de julho, as cartelas foram distribuídas nos principais pontos turísticos como Aragarças, Aruanã, Bandeirantes e Luís Alves.

Fábio Pili com informações da Agecom

Igreja Histórica de Catalão – GO será restaurada

Agecom – A Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira, por meio do seu Núcleo de Preservação do Patrimônio Cultural, inicia nesta semana os levantamentos financeiro e técnico para viabilizar as obras de restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Catalão, tombada pelo governo estadual pela lei nº 12.926, de 16 de julho de 1996. De acordo com a chefe do Núcleo, Yahweh Azeredo de Oliveira e Parreira, arquiteta restauradora, uma equipe de engenheiros e restauradores viaja para Catalão para estudar as prioridades da obra, como por exemplo o madeiramento (existência de cupim), infiltrações (água pluvial, hidrômetro e hidrantes), telhados e prospecção de cores e avaliar a possibilidade de sua restauração.

O anúncio da restauração da igreja foi feito ontem pelo governador Marconi Perillo, quando participava do encerramento da festa de Nossa Senhora do Rosário e das Congadas no município, que durante 15 dias reuniu fiéis de várias localidades. A Irmandade do Rosário, que administra a igreja, já havia apresentado a reivindicação ao governo, que incluiu dotação no orçamento de 2003 para reforma e restauração de templos religiosos.

Histórico
Na década de 1830, Emerenciana Netto Carneiro Leão, nascida na Freguesia de Santo Antônio da Manga, hoje Paracatu, casou-se com Manoel Pereira de Cerqueira e foram residir em Catalão, onde Emerenciana ganhara boa parte da Sesmaria do Ribeirão. Devotos de Nossa Senhora do Rosário, prometeram que se ali fossem felizes, ergueriam uma igreja em louvor a esta santa. A promessa começou a ser cumprida, primeiro com a fundação da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.

Emerenciana e seu filho João de Cerqueira Netto construíram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, hoje Velha Matriz, ajudados por parentes e amigos. Já construída, em 1876, precisamente no dia 28 de julho deu-se início à permuta da então Igreja de Nossa Senhora do Rosário pela antiga matriz, que naquela ocasião se chamava Nossa Senhora Madre de Dios.

A permuta foi encabeçada pelo tenente-coronel João de Cerqueira Netto, que exercia na época o cargo de provedor da Irmandade, com a condição única de se fazer anualmente, ali, a novena em louvor a Nossa Senhora do Rosário. Para aprimorar o culto, João Netto enviou agregados seus a Araxá com a finalidade de aprender o cerimonial da congada e trazê-lo para Catalão. Hoje o número de ternos de dançadores é grande e a devoção à Virgem do Rosário se expande dia-a-dia.

ndios mantêm reféns funcionários de prefeitura no MS

Agência Brasil – ABr – Cerca de 300 índios da aldeia Córrego do Meio mantém desde ontem à noite dois funcionários da Prefeitura de Sidrolândia reféns enquanto esperam a presença do prefeito Enelvo Felini. Os índios querem explicações sobre a demissão do diretor da escola, Samuel Dias, que também é morador da aldeia. Eles alegam falta de explicações e acham que houve motivação política.

Os funcionários e membros da comunidade estão na escola. Nela funcionam turmas de 5ª a 8ª séries em dois turnos. O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Justino, já sabe do problema na aldeia Córrego do Meio. Ele informou que na região, é freqüente a iniciativa dos índios de fazerem pessoas reféns para protestar e chamar a atenção do poder público.

Marília de Castro
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STF

Habitare lança CD-Rom sobre moradias sustentáveis

Agência Brasil – ABr – Empreendimentos habitacionais construídos sob a ótica da sustentabilidade é o tema central da obra digitalizada “Habitação e meio ambiente – abordagem integrada em empreendimentos de interesse social”, recém-lançada pelo programa Habitare, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O CD-Rom faz parte da série Coleção Habitare, voltada à edição de publicações que trazem resultados de pesquisas nas áreas de inovação tecnológica, utilização de resíduos na construção e proposição de critérios de urbanização, entre outras. O CD mostra também exemplos de como prevenir e reduzir o impacto ambiental decorrente de construções habitacionais, em todas as fases, planejamento, construção e ocupação. Interessados no material arcam só com os custos de remessa e quem estiver em São Paulo pode pegar seu exemplar, gratuitamente, na livraria do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Lana Cristina
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LCC

Decifrados genomas do parasita e do mosquito da malária

Agência Brasil – ABr – Um consórcio internacional de cientistas anunciou ter decifrado o genoma do parasita que causa a malária, o Plasmodium falciparum, e o do mosquito responsável pela transmissão da doença, o Anopheles Gambiae. Os genomas foram publicados, respectivamente, na “Nature” e na “Science”, as duas maiores revistas de divulgação científica do mundo.

A descoberta foi possível pela colaboração entre o Programa de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Fundação MacArthur e o Instituto Pasteur, um esforço que envolveu mais de 160 pesquisadores em dez países.

“É um momento extraordinário na história da ciência. Pela primeira vez temos informações do homem, vítima da doença, do parasita e do inseto”, afirmou o responsável pelo TDR, o brasileiro Carlos Morel, ex-diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A malária (“mau ar” em italiano) predomina em regiões úmidas e próximas ao mar, afeta entre 300 e 500 milhões de pessoas e provoca entre 1,5 e 2,7 milhões de mortes ao ano. Nove em cada dez dessas mortes ocorre na África, a um ritmo de uma morte a cada 10-12 segundos.
Há apenas três anos, os bancos de dados continham menos de dez genes completos deste mosquito. Hoje, os cientistas dispõem de uma base de dados com perto de 14 mil genes. Os pesquisadores dispõem agora de informações sobre a transmissão do parasita, a resistência do mosquito aos inseticidas e de suas capacidades olfativas (o que permitirá compreender porque o inseto é mais atraído por certas pessoas).

A notícia do seqüenciamento dos genomas é especialmente importante num momento em que os medicamentos antiparasitários perdem eficácia. Na última década, as campanhas de saúde pública contra a malária mostraram-se ineficazes pelo aparecimento de resistência aos medicamentos. Além disso, a utilização de inseticidas está limitada por questões relacionadas com o meio ambiente, recorda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar desses avanços no entendimento da doença, Morel assinala que, à semelhança do que tem acontecido no caso do genoma humano, será necessário tempo para que se comecem a utilizar os resultados provenientes desta pesquisa genética. “Mas temos agora informação suficiente para trabalhar 24 horas diárias com o objetivo de encontrar soluções que possam salvar milhões de vidas”, afirmou.

Hebert França com informações da Agência Lusa

Roraima deve eleger deputado federal indígena

Agência Brasil – ABr – O candidato indígena a deputado federal em Roraima, José Adalberto Silva, o Adalberto Makuxi (PCdoB), informou ainda há pouco, que se as eleições estivessem encerradas neste momento (13h45), ele estaria eleito. “Ainda faltam oito urnas do interior e acredito na minha vitória. Há uma candidata do meu partido com votação expressiva que está ajudando a minha eleição, disse o candidato Adalberto, que tem mais de 2.700 votos a seu favor. Se eleito, o índio Makuxi será o segundo deputado federal indígena na história do País e se elegerá no ano da morte de Mario Juruna, o priemiro, falecido em julho passado.

Adalberto Makuxi é um dos três candidatos indígenas a deputado federal no Brasil, porém o único com chances. Em Recife, Eviláseo Caroba (PPS/PE), índio Fulni-ô, teve uma votação inexpressiva com pouco mais de 200 votos. O outro candidato, Amanuá Kamaiurá, da Terra Indígena Parque do Xingu, ainda não pode avaliar sua candidatura. O candidato à 2ª suplência do Senado Federal, o índio Kaxinauá, Antonio Ferreira das Silva(PCdoB/AC), obteve êxito com a reeleição da senadora Marina Silva (PT/AC).

Este ano, o movimento indígena apresentou um crescimento significativo, com a candidatura de 19 indígenas em todo o País. Roraima foi o estado com maior número de candidatos indígenas (08), Mato Grosso (02), Mato Grosso do Sul (02), Acre (02), Rondônia (01), Pará (01),Santa Catarina (01), Distrito Federal (01), Pernambuco (01). (Simone Cavalcante)