gua do Araguaia é de boa qualidade para uso balneário

AGECOM – O monitoramento da água do Rio Araguaia, que vem sendo realizado diariamente por uma equipe de técnicos da Agência Ambiental em quatro pontos do rio, revela que ela é de boa qualidade para o uso balneário. A média do Índice de Qualidade da Água (IQA) encontrada neste início de temporada foi de 72,81%. Abaixo de 50% o índice é considerado impróprio pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. As amostras são recolhidas nos municípios onde é maior o fluxo de turistas, como Aragarças, Aruanã, Luiz Alves e Bandeirantes. Todos os dias, o resultado das análises é divulgado para o turista e a comunidade local por meio de outdoors espalhados nas regiões pesquisadas.

Todas as manhãs os barcos saem para a coleta das amostras que, depois, são submetidas a vários testes para medir os teores de oxigênio, turbidez, temperatura e odor. Para tanto, foram montados laboratórios na região e, uma vez por semana, a água é levada para Goiânia para realização de outros testes. Segundo o chefe do Departamento de Monitoramento Ambiental, Eurivan Alves Mendonça, outra grande preocupação é relacionada à contaminação por coliformes totais e fecais, cujos exames bacteriológios estão comprovando que os valores e limites da qualidade da água para balneabilidade estão dentro dos preconizados pela legislação, conforme a Resolução 020/86 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

Para melhorar a qualidade da água do Rio Araguaia, a Agência Ambiental vem realizando um trabalho de conscientização junto às populações ribeirinhas e os turistas, no sentido de não jogar o lixo nas águas ou arredores, bem como não despejar esgotos e outras substâncias poluentes, como óleo de motor, e ainda não desmatar a mata ciliar, de modo a evitar o assoreamento do rio na época das chuvas.

Agência Ambiental vai implantar Parque e Floresta Estadual do Araguaia

AGECOM – A Agência Ambiental de Goiás irá implantar, em breve, duas importantes unidades de conservação para o Rio Araguaia. Trata-se do Parque Estadual do Araguaia (unidade de conservação de uso indireto) e da Floresta Estadual do Araguaia (unidade de conservação de uso sustentável). As duas unidades irão ocupar uma área de 12.909 hectares, sendo 4.612 destinados ao parque e 8.297 hectares para abrigar a floresta.

As áreas estão localizadas na margem direita do Rio Araguaia, nas proximidades do distrito de Luiz Alves, município de São Miguel do Araguaia. O parque, o primeiro a ser implantado no Rio Araguaia, e a floresta, primeira a ser implantada em Goiás, vão garantir a preservação da mata ciliar do rio, rica em espécies vegetais e de relevante beleza cênica. As unidades de conservação irão propiciar também a preservação de espécies endêmicas da fauna, como as aves cigana e inhúma, espécies importantes para o equilíbrio do ecossistema, os quelônios e outras espécies da ictiofauna, com destaque para o pirarucu, filhote e tucunaré.

De acordo com o presidente da Agência Ambiental, Paulo Souza Neto, a implantação dessas duas unidades de conservação na região do Araguaia são de grande importância para a preservação e o equilíbrio da natureza, constituindo-se em “corredores” da fauna, responsáveis pela interligação dos biomas da Amazônia, do Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.

Outro fator importante destacado por Paulo Souza é que a Floresta Estadual do Araguaia, por ser uma unidade de uso sustentável, poderá ser explorada por projetos de manejo como o do pirarucu e dos quelônios, além de poder ser utilizada pelo ecoturismo. Paulo Souza afirmou estar convicto de que a floresta aumentará o compromisso das comunidades ribeirinhas com o processo de conservação ambiental.

Começa 2º Encontro de Cultura na Chapada dos Veadeiros

AGECOM – Começa hoje o 2º Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, no povoado de São Jorge, em Alto Paraíso, em Goiás. O evento reúne apresentações de danças típicas como catira, congo e curraleira, entre outras. O encontro vai até 27 de julho. O apoio é da Agepel, Agetur, Unesco, Ministério da Cultura, Associação Comunitária da Vila de São Jorge e Instituto de Produção Cultura Brasileira (IPCB).

ndios contestam atividades de mineração em terras indígenas

Agência Câmara – Índios das tribos Xavante, Terena, Kaiapó, Waura e Xokleng reuniram-se ontem com o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, para mostrar descontentamento com o Projeto de Lei 1610/96, que autoriza a mineração em terras indígenas. Os índios são contra a proposta que se encontra na Câmara, de autoria do senador Romero Jucá (PSDB-RR), por entender que o tema deveria fazer parte do Estatuto das Sociedades Indígenas, em análise no Congresso desde 1994.

Índios no processo de mineração

As organizações indígenas acreditam que a exploração de minérios ficou fora do Estatuto por pressão das empresas mineradoras, que estão impedidas de atuarem nas terras dos índios, uma vez que não existe uma legislação específica regulamentando a atividade nessas áreas.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Segundo Crisanto Xavante, um dos dirigentes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o projeto apresenta muitas falhas. Entre elas, a de não definir a participação dos índios no processo de mineração de suas terras. Crisanto explicou que a resistência ao PL se deve principalmente ao fato de as comunidades indígenas terem sido excluídas do debate em torno da proposta, já votada no Senado.

Há seis anos tramitando na Câmara, a matéria já foi aprovada pelas comissões de Minas e Energia, e da Amazônia e de Desenvolvimento Regional.

Ambientalistas na oposição

O projeto também é visto como uma ameaça pelos ambientalistas, pesquisadores e parlamentares. Para o deputado Fernando Gabeira (PT-RJ), integrante da Comissão de Defesa do Consumidor, do Meio Ambiente e Minorias, a proposta representa um grande perigo ambiental, uma vez que dispensa a avaliação dos impactos que a mineração pode provocar nas reservas indígenas, abrindo caminho para a devastação das áreas exploradas. Gabeira não é contrário à mineração em terras indígenas, mas não como está estabelecida no projeto. “Só no ano que vem, quando nós criamos uma comissão para elaborar um substitutivo que possa de certa maneira resolver o problema, permitir a exploração dentro de regras bastante rígidas e aceitáveis por todos, é que o projeto deverá ser votado e discutido”, avalia o deputado.

Mais discussão

O relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, deputado José Borba (PMDB-PR), argumenta que a exploração mineral em terras indígenas sempre aconteceu a revelia, trazendo prejuízo para o País e para as comunidades indígenas, e que agora a atividade será disciplinada. O parlamentar apresentou parecer favorável à aprovação do PL.

Apesar de considerar o projeto bem fundamentado e pronto para ser votado, José Borba admite a possibilidade de dar mais tempo para discutir a matéria. “Um projeto que já está há vários anos em discussão nada implicará que demande um pouco mais de tempo para que ele se ajuste de maneira que todos ganhem”.

Antes do recesso parlamentar, representantes de 27 nações indígenas conseguiram apoio do presidente da Câmara, Aécio Neves, para votar a proposição somente depois de ser amplamente debatido na Casa. Por ser um ano eleitoral, a expectativa é que esta matéria seja votada somente no próximo ano.

Por Carmem Fortes/ND

Morre o ex-cacique Xavante e deputado federal Mário Juruna

ROTA BRASIL OESTE – O ex-cacique Xavante Mário Juruna, de 58 anos, único índio brasileiro a assumir um mandato como deputado federal (1983-1987), morreu na noite dessa quarta-feira, em Brasília. Juruna sofria de diabetes e hipertensão e, há 15 dias, estava internado na UTI de um hospital da cidade, devido a complicações renais e um princípio de pneumonia. A saúde de Juruna já era debilitada há tempos, e há mais de cinco anos ele estava preso a uma cadeira de rodas, resultado de complicações da diabetes.


Representantes de diferentes nações indígenas participam do velório do cacique xavante e ex-deputado Mário Juruna, no Salão Negro do Congresso Nacional. Foto: José Cruz / ABr

O cacique foi velado durante toda a manhã de quinta-feira, dia 18, no Salão Negro da Câmara dos Deputados. Índios Kaiapó e Xavante prestaram sua homenagem, assim como o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, antigo companheiro de partido de Juruna. “A gente fica muito triste, a família toda rapa a cabeça e fica dentro de casa muito tempo”, explica o cacique Cipriano Xavante.

No fim da tarde, o corpo deve seguir em um avião da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a tribo xavante Namunkurá, em Barra do Garças, Mato Grosso, onde será sepultado. O corpo será enterrado cerca de 100m do centro da aldeia, numa cerimônia rápida e simples.

Casado três vezes, pai de 14 filhos, Juruna morava no Guará, cidade-satélite de Brasília, e recebia do PDT uma ajuda de custo de cerca de R$ 3 mil. Recentemente, ele estava pleiteando uma pensão junto ao governo federal, similar a que recebe Orlando Villas-Bôas.

A vida política do cacique

Juruna ficou famoso por andar em Brasília com um gravador em punho para gravar as promessas feitas pelos políticos – segundo ele, mentirosos – para as reivindicações indígenas.

Suas andanças pelos corredores do Congresso começaram em meados da década de 1970, quando veio à Brasília pedir roupas e calçados para sua aldeia. Em 1980, ele ficou conhecido mundialmente ao ser o delegado dos índios do Brasil no Quarto Tribunal Bertrand Russel, realizado na Holanda.

Quando foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, Juruna tornou-se ainda mais combativo e foi uma importante voz a defender a gestão de índios em assuntos indígenas. Para ele, a administração da Funai deveria estar sob os cuidados dos maiores interessados no trabalho da instituição, os próprios índios.

Protestos

O cacique kaiapó Raoni aproveitou a cerimônia para exigir mais atenção para os direitos indígenas. Emocionado, ele gesticulava muito e reclamou mais uma vez do projeto de lei de mineração do senador Romero Jucá (PSDB-RR). “Este projeto acaba com nossa terra, nossa, dos índios e dos brancos”, afirma. “Quero preservar terra para nossos netos”.

Cirpiano Xavante, companheiro de Juruna, também fez críticas à atuação do governo. “Todos os índios têm sentido que empresários estão tirando coisas nossas, madeira, ouro, água” diz. Ele concorda com Raoni quanto ao projeto de mineração e acredita que se a lei for aprovada “vai haver muita morte”.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Os indígenas tiveram uma audiência com o ministro da justiça, Paulo Tarso Ribeiro, de quem cobraram ações práticas e apoio para a Fundação Nacional do Índio (Funai). “Índio quer é estudar para entender a cultura do branco e cuidar dele próprio”, cobrou Cipriano. “A gente quer um indígena como presidente da Funai. Ela tem de ser forte, cuidando da saúde, educação e tudo.”, completa Raoni.

Bruno Radicchi e Fernando Zarur

ndios contestam atividades de mineração em terras indígenas

Agência Brasil – ABr – O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, recebeu nesta quinta-feira líderes das nações indígenas Xavante (MT), Terena (MS), Kaiapó (PA), Waurá (MT) e Xokleng (SC). Os índios manifestaram ao ministro o descontentamento com o projeto de lei do senador Romero Jucá, (PSDB/RO), que autoriza a mineração em terras indígenas. Com a aprovação desta lei os índios terão direito a apenas 2,5% de todo o recurso arrecadado com a mineração.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Segundo a presidente do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, Mirian Terena/MS, o projeto de lei não foi discutido com as comunidades indígenas. “Somos contra este documento”, disse Terena. Durante entrevista, Mirian ressaltou que as comunidades querem criar um conselho indígena para atuar dentro da Funai com o objetivo de acompanhar os projetos e os recursos que chegarem ao órgão. Segundo o cacique Raoni Metyktire Txucarramãe, o projeto de lei pode acabar com as nossas terras e poluí-las.

RE
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CH

Guaranis-Kaiowás de MS fazem pajelança para pedir proteção

Agência Brasil – ABr – Técnicos da Fundação Nacional de Saúde e representantes dos conselhos indígenas assistem, neste instante, em Dourados (MS), a pajelança de pajés e caciques da etnia dos Guarani-Kaiowá das aldeias de Mato Grosso do Sul. Começou, há pouco, os Jeroky, danças e cantos da segunda noite da pajelança, que só termina nesta sexta-feira.

De acordo com o antropólogo da Funasa, Miguel Foti, a musicalidade dos índios Kaiowá é admirável. “É um ritual que faz parte desse encontro e que é comum na cultura Kaiowá-Guarani”, diz. O cacique Getúlio Oliveira, da aldeia Jaguapirú, informou que o ritual é um pedido de benção e proteção para os povos indígenas. “Esse encontro é importante para nós porque reúne os pagés que tratam da cura dos nossos povos, principalmente das doenças ligadas à espiritualidade”. O ritual também cultua os antepassados e faz parte da cultura indígena.

A Fundação Nacional de Saúde apóia a reza dos Guarani-Kaiowá fornecendo alimentação e transporte. Até a noite de sexta-feira, indigenistas e técnicos da Funsa estarão tratando dos assuntos ligados à saúde e às questões sociais dos índios.

Marília de Castro
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CH

Funasa cria atendimento de prevenção ao alcoolismo e suicídio entre índios de MS

Agência Brasil – ABr – A Fundação Nacional de Saúde em Mato Grosso do Sul, Funasa, a pedido dos índios Guarani Kaiowwa criará um trabalho de atendimento e prevenção ao alcoolismo e ao suícidio.

O antropólogo Miguel Foti, de Brasília. está em Mato Grossso do Sul há mais de seis meses, acompanhando todas as aldeias dos Guaranis Kaiowwa. O suicídio entre os índios dessa etnia é freqüente no estado de Mato Grosso do Sul, registrando os primeiros casos em 1983. Segundo dados da Funasa, no ano passado, 42 índios morreram e, neste ano, nos quatro primeiros meses foram registrados 27 casos de suicidio.

Os índios Guarani Kaiowwa estão realizando rezas desde ontem e encerram amanhã com pedidos de redução do alcoolismo e do suícidio e que todo o mau seja estirpado. Os indígenas discutem durante os dias com as lideranças formadas por conselhos indígenas diversos problemas sociais. Durante à noite eles dançam e cantam.

Marília de Castro
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STF

Corpo do ex-deputado Mário Juruna será sepultado em Mato Grosso

Agência Brasil – ABr – O corpo do ex-deputado e cacique xavante Mário Juruna está sendo velado no salão Negro do Congresso. A família ainda não definiu o horário em que o corpo será transladado para a aldeia Namunkurá, no município de Barra do Garça, em Mato Grosso. Juruna morreu em consequência de diabetes ontem à noite, no Hospital Santa Lúcia em Brasília. Ele tinha 62 anos, deixa 11 filhos e, segundo sua filha Samantha, “uma aldeia de netos”.

Mário Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro em 1984. No governo de Ernesto Geisel, ficou conhecido por ter gravado uma conversa com o presidente da Funai, que lhe fizera algumas promessas e depois desmentira o cacique. Mas Juruna ligou o gravador, revelando à imprensa a conversa que confirmava as promessas do dirigente. O ex-deputado vivia na cidade-satélite do Guará, no Distrito Federal, e recebia pensão especial aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Representantes de diferentes nações indígenas prestaram homenagens a Mário Juruna durante o velório no Congresso, sem a presença de parlamentares, que estão de férias. Nas primeiras horas da manhã, o secretário de Estado de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Paulo Sérgio Pinheiro, foi ao local, onde era aguardado o presidente do PDT, o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

O cacique kaipó Raoni, e alguns índios dançaram em homenagem ao cacique xavante. “É uma dança muito triste para um amigo, mas é alegre porque ele vai se juntar aos outros chefes”, disse Raoni. A filha do cacique, Samantha, disse ainda que os filhos e netos “continuarão a luta de Juruna pelo fim do preconceito e pelos respeito aos povos indígenas”.

Célia Scherdien
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GM

Seminário discutirá ecoturismo em Bonito, MS

Agência Brasil – ABr – O I Seminário de Meio Ambiente, em Bonito (MS), será marcado por conferências e debates que discutirão o ecoturismo. Pesquisadores, biólogos, professores, representantes do poder público, ONGs, profissionais de turismo e comunidade em geral estarão trocando experiências, apresentando propostas e buscando soluções para as questões ambientais de Mato Grosso do Sul. Como parte da programação será promovido o 3º Festival de Inverno.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, Ivan Baptiston, os recursos naturais fizeram de Bonito um dos locais mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. E o desafio que se coloca é a organização dessa vocação, tendo como meta a exploração sustentável. O ecoturismo já alavanca o maior fluxo de turistas da Europa, Estados Unidos e Japão, por isso, será o foco central dos debates. A qualidade da água dos rios é o primeiro tema a ser tratado durante o seminário, na próxima semana, na sede do Conselho Municipal de Turismo.

Marília de Castro
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CH