Lideranças Xavante impedem construção de presídio

Funai – Os Xavante da Terra Indígena Areoes I, com apoio da Funai e do Ministério Público, conseguiram bloquear o início das obras de um presídio de segurança máxima localizado a apenas 2,5 quilômetros dos limites da reserva, em Mato Grosso. A construção da obra teria sido iniciada em abril se não acontecesse uma intensa reação de toda a comunidade atendida pelo Núcleo de Apoio Local de Água Boa (MT).

A Administração Regional da Funai, de Goiânia (GO), intermediou os contatos com o Ministério Público Federal, colocando-o a par do assunto. Depois, foi realizada uma reunião entre representantes do Ministério Público Federal, Secretaria de Segurança do Mato Grosso e Funai, com o objetivo de buscar alternativas para a solução do problema. Nesta reunião foi agendada uma visita na área pretendida para a execução da obra.

No dia 24 de junho, ocorreu a visita e uma reunião com o secretário de Segurança de Mato Grosso, Célio Wilson; Edson Beiriz, administrador da Funai em Goiânia e o procurador da República no Mato Grosso, Mário Lúcio de Avelar. Ficou acertada então a mudança do local do presídio para uma área que não afete a comunidade provavelmente a 11 quilômetros da Terra Indígena Pimentel Barbosa.

Proposta regulamenta venda de soja transgênica

Agência Câmara – A Câmara está estudando proposições que normatizam o plantio e comercialização de soja geneticamente modificada. Uma dessa propostas é o Projeto de Lei 3477/04, de autoria do deputado Luis Carlos Heinze (PPB-RS), que só permite o plantio e a venda de soja transgênica se os agricultores assinarem um termo de responsabilidade.

O parlamentar lembra que a colheita da safra 2002/2003 gerou um impasse econômico e social que obrigou o Governo Federal a adotar uma medida provisória – MP 113/03, posteriormente convertida na Lei 10688/03 -, que legalizou a venda da soja colhida no primeiro semestre de 2003. A MP era uma solução legal provisória, pois “esperava-se que uma nova Lei de Biossegurança viesse a dar segurança jurídica para o plantio das futuras safras”, recorda o deputado. No entanto, essa lei (PL 2401/03) ainda tramita no Congresso Nacional (atualmente, aguarda votação no Senado Federal), o que suscitou novo impasse.

Segunda MP
A venda da safra 2003/2004 foi novamente contornada por uma medida provisória – MP 131/03, transformada na Lei 10814/03 – que regulou a safra plantada em 2003 e colhida no primeiro semestre de 2004. Essa MP também autorizou o registro provisório da soja transgênica no Registro Nacional de Cultivares, o que se permitiu ampliar o estoque de sementes de soja geneticamente modificadas.

Vácuo legal
A proximidade da época em que os agricultores definem o plantio da safra 2004/2005 volta a preocupar. “A inexistência de regulamentação legal significará transtorno aos agricultores e prejuízos para a nova safra”, prevê o parlamentar. Heinze destaca ainda a importância do debate, já que “o agronegócio é o carro-chefe da economia e das exportações brasileiras”.

Para evitar a edição de uma terceira medida provisória, em sua avaliação uma solução “paliativa, transitória e desgastante”, o deputado apresentou o projeto normatizando o plantio e a venda de soja modificada geneticamente.

Andamento
A proposta de Heinze foi apensada ao PL 2905/97, do deputado Fernando Gabeira (sem partido-RJ), que trata do mesmo assunto. O texto de Gabeira já foi aprovado por uma comissão especial há dois anos. Agora, aguarda inclusão na Ordem do Dia para ser votado pelos deputados no plenário da Câmara.

– Clique aqui para conhecer o texto substitutivo ao PL 2905/97 aprovado pela comissão especial.

Natalia Doederlein

Gil anuncia recursos para o patrimônio histórico em Niterói

Agência Brasil – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciará, na próxima segunda-feira (28), a liberação de recursos para dois projetos de restauração do patrimônio histórico do município de Niterói, no Rio: o Palácio Araribóia e a Capela de São Pedro do Maruí. O anúncio será feito logo após a visita do ministro ao Caminho Niemeyer – conjunto arquitetônico voltado para o turismo na região – projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

O projeto de restauração do Palácio Araribóia, antiga sede da prefeitura e atual sede da Secretaria de Fazenda, consiste na recuperação de salões da ala lateral direita. A obra está orçada em R$ 397,17 mil. Segundo a Prefeitura de Niterói, o projeto já se encontra em fase de reforma com recursos da própria prefeitura e com verba repassada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – com base no Programa de Modernização da Administração Tributária.

O projeto de restauração da Capela São Pedro do Maruí tem valor aproximado de R$ 99,8 mil. A capela é parte integrante do Cemitério do Maruí, na zona norte da cidade.

Nielmar de Oliveira

Câncer: especialistas estudam as relações entre a doença e o meio-ambiente

Agência Brasil – Apesar de não haver comprovação científica sobre a relação entre o câncer e o meio-ambiente, os médicos dizem que há fortes evidências de que esses fatores estimulam o desenvolvimento de tumores malignos. Por isso, os pesquisadores querem desenvolver estudos conjuntos entre instituições de pesquisas, universidades e empresas. O primeiro encontro para a troca de conhecimentos acontece hoje e amanhã na sede do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro.

As substâncias químicas usadas na agricultura para o controle de pragas, os “sprays” para matar mosquitos, os alimentos transgênicos e também o sedentarismo das pessoas estão na mira dos especialistas no tratamento do câncer.

O diretor do INCA, José Gomes Temporão, que abriu o I Fórum Multidisciplinar sobre Ciência, Meio Ambiente e Câncer, defendeu a realização de estudos sobre a relação de agentes ambientais com o câncer, pois acredita que este conjunto tem forte influência no desenvolvimento da doença. Segundo ele, “embora ainda não haja comprovação, há evidências, por exemplo, que a exposição ao sol, o contato com substâncias químicas no ambiente de trabalho, a falta de exercícios físicos, a auto-medicação e até os repelentes usados no corpo contra insetos estimulam o desenvolvimento de tumores malignos”.

Para Temporão, a realização deste fórum vai estimular, também, a articulação de novos projetos para orientar as políticas públicas para prevenção e controle do câncer. Além dos pesquisadores, também haverá a presença de membros da Fundação Oswaldo Cruz, Embrapa, Petrobrás e Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Cristiane Ribeiro

Alunos de Campinas aprendem arte indígena com Tun-Kô

Funai – O artista plástico, Antônio Carvalho Tun-kô, 63 anos, índio da etnia Gavião, está de malas prontas para Campinas (SP). Ele foi contratado pela direção da rede de ensino Vivendo e Aprendendo, que mantém escolas nas principais cidades do País, para ministrar aulas e palestras para os alunos, entre outros projetos. A IESCAMP (Instituto de Ensino Superior de Campinas), da mesma rede, também pretende realizar um trabalho de campo com Tun-kô, voltado para a arte indígena, contemplando os universitários.

Como defensor nato da fauna e da flora, o indígena, que mora em Brasília há vinte anos, trabalha com a divulgação da cultura de seu povo, com vistas à conservação do meio ambiente. Há seis anos começou a se dedicar às artes plásticas. Este ano, em abril, em comemoração à Semana do Índio, ele expôs uma série de obras no hall do Ministério da Educação (MEC).

O tema e o estilo das obras despertaram a atenção da diretora da rede de ensino Vivendo e Aprendendo, de Campinas (SP), Maria José Di Santos Navarro: “É necessário resgatar o passado, as nossas origens, mostrar para as crianças uma realidade bem brasileira, que está esquecida”, comentou a professora. Para isso, ela propôs ao artista Tun-Kô a construção de um espaço cultural, em um terreno da rede Vivendo e Aprendendo, para divulgação de trabalhos artísticos e em especial da cultura indígena.

Em 2002, Tun-Kô levou a exposição Esquecidos na História – Um povo Chamado Índio, à Eslováquia e aos brasilienses, no Espaço Cultural do Pátio Brasil, Colégio Mackenzie e na sede do Tribunal Regional Federal, em Brasília. O resultado da sua arte é fruto de diversas pesquisas realizadas nas diversas etnias do país.

Representação de animais, artesanatos, pinturas corporais e máscaras indígenas, em cores fortes, além da colagem de materiais da natureza, são as técnicas utilizadas por Tun-kô. Outra técnica interessante utilizada pelo artista é o uso do líquido extraído do urucum e jenipapo na produção das tintas. No entanto sua maior preocupação é a despreconceitualização da temática indígena: “Sempre procuro mostrar a cultura indígena aos não-índios e divulgar nossa tradição por meio de palestras e de aulas práticas”, resumiu Tun-kô.

Brasil responde apenas por 1,3% da produção mundial de borracha

Agência Brasil – Até a década de 50, o Brasil respondia por 90% da produção mundial de borracha natural. Hoje esse quadro se inverteu. O Brasil produz apenas 100 mil toneladas anuais, o que corresponde a 1,3% da produção mundial de 5,7 milhões de toneladas por ano. Malásia, China, Tailândia e Indonésia detêm 95% da produção mundial de borracha.

A engenheira agrônoma da Embrapa Solos, Ciríaca do Carmo, revelou que essa queda abrupta da produção nacional se deve principalmente à falta de políticas públicas para o setor de borracha, à globalização e ao elevado custo de produção, especialmente de pneumáticos, em relação a outros países. Isto, segundo ela, fruto da carga tributária vigente no país e da falta de política de preços.

Esses fatores levaram as empresas brasileiras a abandonar praticamente o cultivo de seringais, substituindo a borracha natural pelo produto sintético, do qual o Brasil é o principal produtor. O plantio na Amazônia foi prejudicado também pela doença conhecida como “mal das folhas”, lembrou a pesquisadora da Embrapa. Ela disse que o resultado desses problemas foi que o Brasil passou a importar cerca de 60% da borracha utilizada no país.

A Embrapa Solos, centro de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), está desenvolvendo projeto para revitalizar a cultura dos seringais no Brasil.

Alana Gandra

Energia eólica é alternativa para pequenas propriedades

Embrapa – O desenvolvimento do setor agrícola está diretamente ligado à disponibilidade de energia. Porém, o preço elevado e a ameaça de escassez das fontes não-renováveis têm despertado a preocupação em se buscar fontes alternativas. Pensando nisso, a Embrapa Agroindústria Tropical, (Fortaleza/CE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizou experimento com um sistema de irrigação localizada acionado por energia eólica, utilizando cataventos hidráulicos.

O estudo foi desenvolvido no Campo Experimental de Pacajus (CE), e teve como objetivo avaliar os custos e os benefícios da adoção do sistema na Região Nordeste, determinando a área máxima de capacidade do sistema e o desempenho hidráulico.

Segundo o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Lindbergue Araújo Crisóstomo, “a utilização racional da energia eólica pode ajudar, principalmente, os pequenos produtores de frutas do Nordeste, utilizando um sistema de baixo custo de manutenção e não-poluente”.

O sistema de irrigação localizada estudado pela Embrapa permite uma aplicação freqüente de pequenas quantidades de água, que se ajusta à taxa de absorção de água pelas plantas cultivadas. A eficiência de aproveitamento de água ocorre em função de sua melhor condução e distribuição no sistema radicular.

Esse sistema consiste de um catavento do tipo convencional instalado sobre um poço com profundidade de 17m; uma bomba de pistão aspiro-premente para elevar a água e uma caixa dágua – que deve estar instalada a uma altura de seis metros. De acordo com Lindbergue, é necessário que exista uma fonte de água, que pode ser um poço, uma cacimba, um riacho ou um açude. Outra premissa básica para a instalação do sistema é que a propriedade esteja em uma região com ventos acima de 2,4m/s (como, por exemplo, a faixa litorânea do Nordeste), que é a velocidade mínima necessária para colocar o catavento em funcionamento.

Nos testes realizados em Pacajus, o sistema apresentou eficiência para pequenas áreas, dependendo da cultura (veja tabela). Na comparação com o sistema de bombeamento elétrico, a utilização do catavento apresenta um custo inicial maior. Mas, segundo Lindbergue, “a médio e longo prazos, o sistema de irrigação utilizando energia eólica apresenta vantagens, uma vez que não é preciso pagar pela fonte de energia (vento), a manutenção dos equipamentos também tem um custo menor, além de ser um sistema não poluidor do meio ambiente”.

O pesquisador acrescenta, ainda, que o sistema pode ser a solução para viabilizar o cultivo irrigado em regiões aonde não exista energia elétrica instalada. Lindbergue avalia que, para ampliar a utilização do sistema em pequenas propriedades, uma alternativa seria que houvesse um programa de financiamento de longo prazo para a compra e a instalação dos equipamentos. O projeto foi financiado pela Fundação Cearense de Apoio à Pesquisa (Funcap) e pela Embrapa Agroindústria Tropical.

Serviço:
Embrapa agroindústria Tropical
Contatos – (00xx85) 299-1907 ou teresa@cnpat.embrapa.br

Embrapa doará seringueiras a produtores no Rio de Janeiro

Agência Brasil – A Embrapa Solos, centro de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, está preparando mudas de seringueiras para doar aos produtores fluminenses, de modo a incentivar o plantio. A cultura produz o ano inteiro, durante 30 anos, contribuindo para a fixação do homem no campo. A pesquisadora da Embrapa Ciríaca do Carmo informa que 24% das terras fluminenses são aptas para o cultivo de seringueiras.

A Embrapa quer estimular a criação de associações de pequenos produtores que vejam a seringueira e seus produtos borracha e látex como produtos ambientais, diz a pesquisadora.

“A Embrapa quer mostrar ao produtor que essa é uma cultura rentável, que pode se adequar a áreas degradadas ou abandonadas. Uma pequena família pode cuidar de cinco hectares de seringueiras”, afirma Ciríaca do Carmo.

As áreas mais propícias para o plantio no estado do Rio foram identificadas no Vale do Paraíba do Sul, na divisa com Minas Gerais e em parte do noroeste fluminense, na fronteira com o Espírito Santo.

Alana Gandra

Manual mostra como informar a sociedade por meio da imprensa

Estação Vida – Desenvolvido em 14 capítulos e 174 páginas com diversos gráficos e ilustrações, o manual aborda o funcionamento de cada uma das mídias de massa – jornal, rádio, televisão e internet -, oferecendo exemplos e dicas de como se relacionar com os jornalistas. 
 
 
A WWF-Brasil, Instituto Internacional de Educação do Brasil – IIEB, e Editora Peirópolis lançaram este mês o “Manual de Comunicação e Meio Ambiente”. O livro procura desvendar o universo da mídia jornalística e oferece ferramentas para uma estratégia de comunicação com foco na grande imprensa. Dirigido a gestores e técnicos de projetos de meio ambiente em organizações não-governamentais, governamentais ou privadas – portanto a pessoas sem formação na área de Comunicação – , o livro é resultado de sete cursos de comunicação para ambientalistas promovidos desde o ano de 1999 pelo IIEB e o WWF-Brasil, duas ONGs de abrangência nacional sediadas em Brasília. Desenvolvido em 14 capítulos e  174 páginas com diversos gráficos e ilustrações, o manual aborda o funcionamento de cada uma das mídias de massa – jornal, rádio, televisão e internet -, oferecendo exemplos e dicas de como se relacionar com os jornalistas e pautar a imprensa nacional e estrangeira.  Aborda também a comunicação na crise, campanhas de mobilização e a comunicação institucional, além de oferecer depoimentos de expoentes do jornalismo diário sobre o ambientalismo, um glossário de mídia e um glossário ambiental.

Os autores são jornalistas e entre os profissionais gaúchos que  participam da publicação estão Marcello Beltrand (organizador do livro, autor dos capítulos sobre diagnóstico e planejamento da comunicação institucional e professor responsável pelos cursos), Roberto Villar Belmonte (capítulo sobre rádio e glossários), Regina Vasquez (capítulo sobre a Mídia de massa visto por dentro, coordenação editorial do livro e coordenação técnica dos cursos pelo WWF-Brasil) e Marcelo Canellas (visão do jornalista).  Os demais autores são: Carlos Wilson, Regina Scharf, Liana John, Bill Hinchberger, Ulisses Lacava, Patrícia Palumbo, William Bonner, Marcelo Leite, André Trigueiro, Nelson Blecher e Roberto Duailibi.

Funai promove oficinas sobre jovens indígenas em situação de risco social

Funai – A Fundação Nacional do Índio (Funai) quer saber quais as perspectivas que os jovens indígenas têm sobre o futuro, quer conhecer os motivos de suas alegrias e tristezas, seus heróis e vilões e contribuir para a busca da implementação de projetos e ações educativas e de assistência social que garantam a esses jovens o acesso a direitos sociais básicos. É com essa meta que a educadora social, Helena de Biase, responsável pela ação do programa da Funai intitulado Apoio a Jovens Indígenas em Situação de Risco Social, e a coordenadora substituta de Educação da Fundação, Neide Siqueira, iniciam, quarta-feira (23), uma série de oficinas em aldeias dos estados de Mato Grosso, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Bahia e Pará.

A primeira oficina será realizada no município de General Carneiro (MT), na aldeia Guadalupe. A expectativa é reunir 150 jovens Xavante. Nos três dias de atividades serão discutidos temas como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), futuro, prevenção de doenças, em especial, DST/Aids, drogas e valorização da cultura.

O projeto vai atingir jovens de etnias como Tikuna, Guarani, Pataxó, Xavante e Kaingangue e também deverá ser levado a outras aldeias. Dados da Funai indicam que perto de 60% dos 410 mil índios, ou seja, 246 mil são jovens com idades entre 12 e 25 anos.

“O resultado final dessas atividades será fundamental para que a Funai consiga traçar uma política adequada de atendimento aos jovens indígenas, bem como buscar parceria com os Conselhos Tutelares”, explica Neide Siqueira. Entre os principais problemas enfrentados por essa população, a professora destaca situações de risco e conflitos de vários tipos causados em função do pós-contato com a sociedade não índia, e a falta de perspectiva com relação à formação e à vida adulta. Segundo Neide, as comunidades indígenas vêm sofrendo as conseqüências das frentes de expansão da sociedade nacional, cada vez mais próximas de seus territórios. “Com isso, os indígenas precisam buscar novas respostas para a sobrevivência física e cultural, de forma a garantir às próximas gerações melhor qualidade de vida. Dentro desse contexto, essas comunidades ainda não estão com os direitos sociais básicos garantidos”, observa.

Fóruns

Além dos encontros nas aldeias, com discussões sobre os problemas enfrentados pelos jovens indígenas, serão desenvolvidos trabalhos em grupos e levantamentos de propostas e soluções, sob o ponto de vista da ação da Funai, prevista no Plano Plurianual de Governo (PPA/2004/2007), que inclui a instalação de fóruns de discussão com jovens indígenas que residem fora das aldeias.

O objetivo do programa de fóruns é fazer com que os jovens tornem-se multiplicadores do processo, divulgando seus direitos e promovendo a participação das famílias em situação de risco na construção de propostas locais.

A expectativa é no sentido de que essas iniciativas influenciem a implementação de políticas públicas voltadas ao atendimento das necessidades dessas comunidades, respeitando seus interesses e a diversidade étnica.

Os fóruns de jovens indígenas terão início em julho, em Manaus, e prosseguem até novembro nas cidades de Barra do Garças (MT), Dourados (MS) e Tabatinga (AM).