Futuro das terras indígenas em jogo

ISA – A campanha virtual “Áreas Protegidas em Perigo”, que vem sendo divulgada por diversas organizações não-governamentais registrou até a manhã de hoje, o envio de 3.555 cartas de protesto aos senadores. Na última sexta-feira (06/06), em discurso no plenário, o senador Mozarildo Cavalcanti  (PPS/RR), autor da proposta, declarou estar impressionado com a quantidade de mensagens eletrônicas contrárias que chegaram em seu gabinete.

Amanhã 11/06, o Senado Federal deverá votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 38/99 , do senador Mozarildo Cavalcanti, que pretende limitar em 50% a área de cada estado brasileiro passível de ser transformada em Unidade de Conservação (UC) ou Terra Indígena (TI) assim como acrescenta entre as competências do Senado a aprovação de demarcações de TIs. A votação da proposta, prevista inicialmente para março, acabou sendo adiada.
 
Para pressionar os senadores a rejeitar a proposta, que representa um retrocesso para o desenvolvimento sustentável do país e para os direitos territoriais indígenas, diversas instituições lançaram, em 23/05, a campanha Áreas Protegidas em Perigo, hospedada na homepage do Instituto Socioambiental (ISA). Até o momento, foram enviadas 3.555 cartas aos parlamentares. Ainda é tempo de enviar a sua e divulgar a campanha junto aos amigos. Clique aqui para participar e para saber mais.

Ambientalistas se unem por Abrolhos

Agência Brasil – Ambientalistas de várias organizações entregaram à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, documento propondo a exclusão do Banco de Abrolhos das áreas que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) vai licitar para prospecção e exploração de petróleo, em agosto. A nova rodada de licitações prevê uma área de cerca de 19 mil quilômetros quadrados e nove bacias, uma delas abrange parte do santuário ecológico de Abrolhos.

O banco está numa área de 32 mil km2, tem 35 unidades de conservação onde vivem 1500 espécimes de organismos marinhos, sendo uma das únicas áreas da costa onde existem todas as espécies de corais do Brasil. A região vive da pesca, do turismo e gera cerca de 100 mil empregos.

De acordo com o gerente do Programa Marinho, Guilherme Dutra, a exploração de petróleo na área afetará todo o ecossistema, desde o processo de levantamento para mapeamento do subsolo até a fase de perfuração e de produção. Isto sem contar com o risco de derramamento de óleo, que, segundo Dutra, “seria drástico para a comunidade que vive do turismo e da pesca e para os animais da região”.

O Diretor de Licenciamento do Ibama, Nilvo Silva, afirmou que o governo vai analisar o documento entregue pelos ambientalistas mas adiantou que tem a mesma preocupação em proteger a área de Abrolhos. Ele disse que o Ibama e a ANP já tinham definido uma área de exclusão para a exploração do petróleo na costa e, especificamente, no Banco de Abrolhos a área corresponde a 3.500 km2.

O diretor do Ibama adiantou que os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia estão definindo uma política integrada para evitar conflitos. A Agência Nacional de Petróleo realiza a licitação, mas é o Ibama que autoriza a pesquisa ou a exploração. Um dos objetivos é mudar as regras sobre a licença ambiental que, em alguns casos, é dada depois da área já ter sido licitada, o que acaba gerando problemas entre o governo, a comunidade e a empresa vencedora da licitação.

Cristina Indio do Brasil

Ameaça aos direitos Indígenas

Funai – Na quarta-feira, 11 de junho, o Senado Federal votará a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n.º 38/99 que, entre outras coisas, transfere ao Senado a competência para aprovar os processos de demarcação das terras indígenas. Atualmente quem decide sobre as demarcações fundiárias indígenas é o Executivo. A Funai e o Ministério da Justiça também participam desse processo.

Se esta PEC, de autoria do senador Mozarildo Cavalcanti (PPS/RR), for aprovada, as áreas a serem reconhecidas como terras indígenas ou unidades de conservação ambiental de cada estado serão limitadas em 50% da superfície.

A Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, que já conta com a adesão de mais de 80 parlamentares, determinou como prioridade do momento atuar contra a aprovação dessa matéria. Por ser uma emenda constitucional, a sua aprovação depende de 49 votos dos 81 senadores.

A Frente foi criada pelos deputados federais Janete Capibaribe (PSB/AP), Perpétua Almeida (PC do B/AC) e Eduardo Valverde (PT/RO), no dia 24 de abril de 2003, após cerimônia em homenagem ao Dia do Índio na Câmara dos Deputados. Um dos principais objetivos desta Frente é garantir a manutenção do artigo 231 da constituição, que trata dos direitos indígenas.

Marina Simon

Prioridades para o Meio Ambiente

ISA – A aprovação do Projeto de Lei (PL) da Mata Atlântica foi um dos 11 pontos destacados por Marina Silva e reforçado pela representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Betsey Neal, durante evento realizado na quarta-feira (04/06), que deu início às atividades da Semana Nacional do Meio Ambiente na Câmara dos Deputados.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Betsey Neal, entregaram ao presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, listas com as proposições relacionadas à temática socioambiental, em tramitação no Legislativo, cuja votação consideram ser prioridade.

O evento foi organizado pela Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias (CDCMAM) da Câmara dos Deputados, pela Frente Parlamentar Ambientalista e pela Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Sustentável e Apoio às Agendas 21 Locais, lançada no início do evento pela senadora Serys Slhessarenko (PT/MT). Serys explicou que a frente terá como prioridade envolver parlamentares na defesa do meio ambiente e na inserção do desenvolvimento sustentável nas políticas ambientais públicas brasileiras.

Além do presidente da Câmara dos Deputados, acompanharam a apresentação de Marina Silva diversos convidados, entre os quais os deputados João Alfredo (PT/CE) e Luciano Zica (PT/SP), o senador Romeu Tuma (PFL/SP), o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Cláudio Langone, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcos Barros, e representantes da sociedade civil.

Entre as matérias consideradas prioritárias pela ministra do Meio Ambiente estão o PL 285/99, que dispõe sobre a proteção e utilização da Mata Atlântica, em tramitação há 11 anos, e o PL 7211/02, que trata de sanções penais e administrativas para condutas lesivas ao meio ambiente [veja lista completa abaixo]. “Vamos trabalhar para que os 11 projetos sejam aprovados ainda neste ano”, afirmou.

Marina Silva reforçou a importância da participação do Congresso Nacional nas mudanças ambientais realizadas no Brasil, exemplificando os desdobramentos positivos gerados pelas recomendações da CPI do Tráfico de Animais Silvestres, encerrada no início deste ano.

A representante do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Betsey Neal, destacou a morosidade na aprovação do PL da Mata Atlântica, assim como chamou atenção para a Proposta de Emenda Constitucional nº 38/99, do senador Mozarildo Cavalcanti (PPS/RR), que restringe em 50% a área passível de cada Estado de ser reconhecida como Unidade de Conservação (UC) e Terra Indígena (TI), assim como inclui entre as competências do Senado a aprovação de homologação de TIs.

A rejeição à PEC, que deverá ser votada em primeiro turno no dia 11/06, é o foco da campanha Áreas Protegidas em Perigo, lançada recentemente por diversas ONGs. Betsey também aproveitou a ocasião para entregar ao presidente da Câmara dos Deputados um documento com propostas organizadas pela sociedade civil para a construção do Plano Plurianual (PPA) 2004-2007.

João Paulo Cunha informou que as propostas apresentadas seriam discutidas na reunião de líderes dos partidos que aconteceria logo após o café da manhã. Em relação ao PL da Mata Atlântica, o presidente da Câmara dos Deputados argumentou que os principais obstáculos para a sua aprovação são “divergências pontuais”, o que suscitou críticas entre os participantes. Para dissolvê-las, Cunha anunciou a formação de um Grupo de Trabalho (GT), que, para iniciar seus trabalhos, ainda depende de um coordenador.

Na ocasião, foram lançados os livros Construindo a Agenda 21 Local , do Ministério do Meio Ambiente (MMA), e o O Estado das Águas do Brasil, da Secretaria de Recursos Hídricos do MMA e da Agência Nacional das Águas (ANA).

Prioridades do Legislativo, segundo o MMA

PL 285/99, dispõe sobre a proteção e a utilização da Mata Atlântica;

Projeto de Lei Complementar (PLP) 351/02, cria reserva do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal para as Unidades da Federação que abrigarem Unidades de Conservação da natureza e Terras Indígenas;

PL 5071/90, dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas;

PL 1616/99, dispõe sobre a gestão administrativa e a organização institucional do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, criado pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, e dá outras providências.

PL 7211/02, acrescenta artigos à Lei no 9.605, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, penalizando a extração de material genético da flora e fauna brasileira, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva, para pesquisa e desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, em desacordo com as leis ambientais, nocivos à saúde humana e ao meio ambiente, para fins econômicos ou ilícitos.

Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 44/03, aprova o texto da Convenção sobre Procedimento de Consentimento Prévio Informado para o Comércio Internacional de Certas Substâncias Químicas e Agrotóxicos Perigosos, adotada em 10 de setembro de 1998, em Roterdã, na Holanda.

PDC 1697/02, submete à apreciação do Congresso Nacional o texto do Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente, assinado em Assunção, no âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 22 de junho de 2001.

Mensagem 190/03, submete à consideração do Congresso Nacional o texto da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), instituída em 22 de maio de 2001;

PDC 278/99, aprova o texto do Acordo Relativo à Implementação da Parte XI da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de 10 de dezembro de 1982, concluído em Nova York, em 29 de julgo de 1994;

PL 4842/98, dispõe sobre o acesso a recursos genéticos e seus produtos derivados, incluindo sanções penais para os crimes contra o patrimônio genético, e dá outras providências;

PL 203/91, dispõe sobre acondicionamento, coleta, tratamento, transporte e destinação dos resíduos de serviços de saúde.

Marília Silva de Oliveira

Agrotóxicos sem controle

Estação Vida – O uso indiscriminado de agrotóxico nas propriedades rurais é um tema que vem sendo debatido pelos ambientalistas e o extensionista da Empaer [Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural], Hortêncio Paro, que fala da necessidade de se utilizar o receituário agronômico como um instrumento de apoio para redução dos problemas ambientais no meio rural. Ele lembra que muitos produtores adquirem agrotóxicos sem receita do engenheiro agrônomo e utilizam aquele produto que o mercado está oferecendo, nem sempre o recomendado para a aplicação.

Paro alerta o produtor que o diagnóstico nasce na própria lavoura e, conseqüentemente, a receita também e não na loja que comercializa os produtos. “O produtor precisa valorizar o receituário agronômico, discutindo com o técnico todas as dúvidas antes de usar um produto para controlar pragas”, adverte.

O produtor tem alternativa utilizando produtos biológicos ou fisiológicos que possuem baixa toxidade ao homem e não causam problemas ao meio ambiente. O ideal seria usar produtos que são aceitos para a produção de produtos orgânicos.
Segundo Hortêncio Paro, o produtor deve evitar a utilização de mistura de produtos com diferentes reagentes químicos, pois os efeitos teratogênicos, carcinogênicos e mutagênicos ninguém pesquisou e não sabe ao certo que tipo de problemas pode causar ao homem e ao meio ambiente. A mistura poderá potencializar o veneno perigosamente, assim como reduzir sua ação e não controlar a praga.

Para saúde do trabalhador, é recomendado não aplicar veneno nas horas de sol quente ou ventos fortes. E mais importante ainda é ler a bula ou rótulo do produto antes da aplicação. Lendo as instruções, o produtor saberá sobre a operação da tríplice lavagem, que é obrigatória, para facilitar a devolução das embalagens vazias as centrais de recebimento. As embalagens não laváveis devem ser embaladas e armazenadas em local seguro, conforme orientação do fabricante ou revendedor.

O extensionista da Empaer fala sobre o uso do Equipamento de Proteção Individual [EPI], que é obrigatório e não pode estar sujo no momento da aplicação. A lavagem do EPI deve ser feita pelo próprio aplicador, fora do alcance de crianças e animais domésticos.

Em cumprimento ao artigo número 21 da Lei Estadual número 5.850, quanto ao aplicador de agrotóxico credenciado, o pesquisador questiona se não está na hora de se iniciar um pool de treinamentos de produtores e operadores, para a emissão do credenciamento pela Câmara Setorial de Agrotóxicos, envolvendo outros órgãos como: Fundação Estadual do Meio Ambiente [Fema], Conselho Estadual do Meio Ambiente [Consema], Instituto Brasileiro de Recursos Renováveis [Ibama], Delegacia Federal da Agricultura, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e outros.

Para garantir alimento saudável na mesa do consumidor e cuidados com o meio ambiente, está na hora de o produtor utilizar corretamente o agrotóxico, recebendo instruções do engenheiro agrônomo para a compra certa do produto a ser aplicado na lavoura. “A Empaer vem fazendo a sua parte, proporcionando ao produtor rural palestras e cursos sobre a utilização e aplicação correta de agrotóxicos, porém, a estrutura da empresa não atende à demanda, necessitando da participação de outros órgãos, conscientizando o homem do campo dos perigos e dos benefícios”, informa Paro.

Procedimento para uso preventivo:

– Procurar reconhecer as pragas e seus inimigos naturais;

– Usar a lupa para facilitar a identificação das pragas e inimigos naturais;

– Verificar a presença de culturas em exploração nas proximidades potenciais produtoras de pragas, Ex: Spodoptera do milho migra para o algodão;

– Estar informado sobre o nível de dano econômico de cada praga para decidir aplicar ou não o agrotóxico;
– Se possível, construir barreira biológica que dificultem o trânsito de inseto, tais como: guandu, crotalária, inclusive a mamona pelo seu forte odor pode dificultar certos insetos de encontrar a lavoura, e até se acasalarem;

– Em áreas com barreiras de crotalária, no período chuvoso, certos besouros ao comerem suas folhas são atacados por fungos beauveria e morrem, antes de chegarem à lavoura;

– Plantar na melhor época, combinando com todos os vizinhos a data de plantio, a fim de que a lavoura não crie praga para a outra, principalmente na cultura do algodão;

– Fazer rotação de cultura combinando folha larga com folha estreita e raízes rasas com raízes profundas, para explorar melhor o solo e evitar a multiplicação de pragas;

– Preparar o solo e plantar cortando no sentido das águas ou em curva de nível;

– A adubação orgânica, verde ou química bem equilibrada, produz plantas sadias e menos atacadas por pragas;

– As cores no rótulo dos produtos indicam risco ao homem e ao meio ambiente.
Na compra de produtos para serem usados na lavoura, o produtor deve ficar atento nas cores das embalagens, verificando a classificação dos agrotóxicos e, caso utilize a cor vermelha, perguntar para o engenheiro agrônomo o motivo da utilização e os cuidados necessários para aplicação.

Verifique a classificação toxicológica dos agrotóxicos por: Cor, Toxicidade e Classe: Vermelho, Extremamente tóxico, I; Classe II, Amarelo, Altamente tóxico; Classe III, Azul, Medianamente tóxico; Classe IV, Verde, Pouco tóxico. 
 

Marina Silva submete à Câmara projetos prioritários para o meio ambiente

Agência Brasil – ABr – Uma lista de projetos de lei prioritários para o Ministério do Meio Ambiente foi entregue, há pouco, pela ministra Marina Silva, ao presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha. A ministra explicou que os temas ambientais têm ampla aceitação na sociedade. “O que falta – disse – é transformar a vontade da sociedade em ações concretas. Vejo muito interesse em defender o meio ambiente quando o ambiente é dos outros, mas temos que defendê-lo quando o ambiente é da gente”.

Entre os projetos submetidos à Casa encontra-se o que trata da utilização e proteção da mata atlântica, do então deputado federal Jaques Wagner, hoje ministro do Trabalho, e outro que cria reservas do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal para as unidades da Federação que abrigarem, em seus territórios, postos de conservação da natureza e terras indígenas demarcadas.

André Reis Diniz

Reunião prepara programação da Conferência Nacional do Meio Ambiente

Agência Brasil – ABr – A Conferência Nacional do Meio Ambiente, prevista para os dias 28 a 30 de novembro, será precedida por conferências nos 27 estados brasileiros a fim de definir propostas e escolher delegados que também discutirão a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Em reunião preparatória, há pouco, em seu gabinete, a ministra Marina Silva adiantou que em paralelo à conferência haverá outra, destinada ao público infanto-juvenil. E que nos meses de agosto e setembro estudantes de todo o País discutirão temas relativos ao meio ambiente e elaborarão um cartaz e uma proposta para o encontro nacional. Para amanhã (6), Dia do Meio Ambiente, está prevista solenidade no Palácio do Planalto para lançamento da programação da Conferência. Um texto do poeta Thiago de Melo será lido pela filha do sindicalista Chico Mendes, assassinado no Acre, convocando a população a participar da Conferência. Também está prevista palestra do pensador e teólogo Leonardo Boff sobre o respeito ao meio ambiente.

André Diniz

Representante da FAO defende a redução do desmatamento

Agência Brasil – ABr – Um país mobilizado por uma energia ético-política extraordinária. Foi a frase que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou, durante a última reunião do G-8, na França, e que, segundo o representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, José Tubino, representa o cumbustível necessário para atingir as grandes metas do milênio, voltadas para o desenvolvimento sustentável; o comportamento ético moral dos governos; educação universal; boa saúde para a população; e um mundo sem fome.

Tubino, que participa do painel sobre “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”, no Ministério da Agricultura, em comemoração à Semana do Meio Ambiente, observa que no país há 80 milhões hectares desmatados, o dobro da área ocupada pela agricultura. Para reverter esta situação, Tubino defende a redução de desflorestamento irracional e a recuperação de terras com a otimização do uso dos recursos e da produção local., além de boas práticas agrícolas.

O evento prossegue até o final da manhã.

Daniela Cunha

Festa do Pantanal vai enfocar temas sócio-ambientais

Estação Vida – A X Festa Internacional do Pantanal, evento importante do setor turístico nacional, promete novidades este ano. Além de mostrar o potencial turístico dos municípios de Mato Grosso, vai, a partir desta edição, também incorporar, a cada ano, um tema central. O de 2003 será a versão estadual do Programa Fome Zero. Isso porque, de acordo com o secretário de Desenvolvimento do Turismo do estado, Ricardo Henry, é importante sempre lembrar que o turismo, mais do que lazer e implemento da economia, deve sempre gerar emprego e renda para, consequentemente combater a fome no país. O turismo no Mato Grosso tem grande potencial não só na capital como também no interior e pode, com certeza, gerar renda nas pequenas comunidades, ressaltou. Outra novidade é que a entrada da abertura da festa será gratuita, assim como nos outros dias. Nos anos anteriores a abertura era restrita à autoridades e empresários.

Para prestigiar o programa estadual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva virá a Cuiabá no dia 6 e, juntamente com o governador, Blairo Maggi, lança oficialmente o programa e visita a X Festa Internacional do Pantanal. Outra novidade são as palestras direcionadas às empresas de turismo. A programação deste ano está bem variada. Inclui a participação de 22 secretários estaduais e mais 42 municípios mato-grossenses. Dia 5 de junho, às 14h, será realizada reunião do Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Turismo, onde também participa o presidente da Infraero, Carlos Wilson Campos. Às 17h30 será a vez do presidente da maior operadora de turismo do Brasil, a CVC Turismo, Guilherme Paulus, ministrar a palestra Transformando Potencial em Produtos Turísticos.

A abertura oficial da X Festa acontece às 19h com as presenças do governador Blairo Maggi, e do presidente da Embratur, Eduardo José Sanovicz. Na ocasião será entregue o troféu Pantanal 2003 para 14 agraciados. Às 20h começa a abertura das Feiras de Turismo, Gastronomia e Têxtil, Salão do Artesanato e de negócios do Turismo e início do III Festival de Manifestações Culturais de Mato Grosso. São esperadas cerca de 200 mil pessoas. No segundo dia as atividades começam cedo. Às 9h haverá a palestra A lei do menor aprendiz, com o palestrante Antonino Trevisan e às 11h a palestra Fome Zero, com palestra de Frei Beto. A programação segue com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o recebimento de doações. Às 16h serão abertas as Feiras e o Salão do Turismo para visitação pública e em seguida, às 20 h, show artístico e apresentação do Plano Estadual de Geração de Trabalho, Emprego e Renda.

Dia 7, das 9 às 10h acontece a palestra Rede de Cooperação em Arranjos Produtivos Locais no Turismo, com João Paulo Monteiro Ferreira. Das 10 às 12h a palestra será A importância da cadeia produtiva clusters e estratégias de marketing para o desenvolvimento do turismo, com José Amilton Sampaio. Das 14 às 18h será a vez da apresentação do Programa Nacional do Meio Ambiente II [PNMA] com participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente, Fundação Estadual do Meio Ambiente [Fema], Sedtur e Empaer. Ainda no mesmo dia, das 14 às 16h haverá reunião empresarial com o tema Parceria de qualificação profissional com a Setec. Participam empresários e a Setec. Às 16h as Feiras abrem para visitação pública e às 20h será lançado o projeto Fim de Semana em Cuiabá, com a participação do Sebrae e do Fórum da cadeia Produtiva do Turismo de Cuiabá.

No último dia [08] a abertura das Feiras e Salão de Turismo serão abertos ao público às 14h e acontece o encerramento do III Festival de Manifestações Culturais e às 20h o lançamento do I Festival do Rasqueado [Festra].

Adriana Gomes
jornalista
[0xx65]9981-8273
[0xx65]3025-7084

 
 

Lula homologa Terra Indígena Moskow, em Roraima

ISA – A Terra Indígena Moskow, dos índios Wapichana, situa-se em faixa de fronteira e teve o seu decreto de homologação assinado depois de consulta ao Conselho de Defesa Nacional (CDN) e à Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN).

O presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou na última sexta-feira (30/05/03) o decreto de homologação da Terra Indígena (TI) Moskow, localizada no município de Bonfim, na região nordeste do Estado de Roraima. Com extensão de 14.202 hectares é destinada à posse permanente do povo indígena Wapichana cuja população, nessa TI, ultrapassa 310 indivíduos, conforme recenseamento realizado pela Funasa em 1999.

O decreto de homologação da TI – que representa a última etapa na sistemática de demarcação dos territórios indígenas – foi publicado hoje (02/06/03) no Diário Oficial da União (DOU). O grupo de trabalho (GT) responsável pelos estudos técnicos e identificação desta TI foi constituído pela Funai em 24/11/97, por meio da portaria nº 1.253. O relatório de identificação, resultante do trabalho do GT, foi aprovado em 06/01/00 pela Funai e publicado no DOU em 10/01/00.

Localizada em faixa de fronteira, do Brasil com a República Cooperativista de Guiana, a TI também está inclusa em um trecho do projeto Calha Norte, e sua homologação era um dos alvos de uma campanha lançada em meados de janeiro deste ano e promovida por dezenas de organizações indígenas – como a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) – e por organizações de apoio, entre as quais o ISA. A campanha reivindicava ainda a homologação de mais outras 22 Terras Indígenas, entre elas a TI Raposa/ Serra do Sol, também em Roraima. A campanha pedia ao governo federal o reconhecimento de 2,8 milhões de hectares para 19 povos indígenas e teria tido influência nas ações demarcatórias ao longo deste primeiro semestre (veja quadro abaixo).

A TI Moskow fazia parte da relação de sete TIs cujos processos de demarcação foram interrompidos em função de uma manobra da Casa Civil que, apoiado em parecer de sua Subchefia para Assuntos Jurídicos, introduziu novas exigências para a homologação de territórios situados em faixa de fronteira.

Por meio desta medida – considerada extemporânea e altamente arriscada para os interesses dos índios pelas organizações indígenas e organizações de apoio – a Casa Civil determinou que a homologação destas TIs deveria envolver também o Conselho de Defesa Nacional (CDN), órgão de consulta do Presidente da República, nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado Democrático, e a Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN), outro órgão de consulta do presidente, voltado à formulação de políticas, estabelecimentos de diretrizes e acompanhamentos de programas relacionados a populações indígenas e direitos humanos, integração fronteiriça, entre outros.

A homologação da TI Moskow sofreu ainda novos empecilhos com a inclusão de um terceiro órgão no processo de análise instaurado pela Casa Civil. O senador José Sarney (PMDB/AP), membro do CDN, solicitou um parecer à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal sobre a sua demarcação – como também sobre a homologação das outras seis TIs localizadas em faixa de fronteira. O parecer produzido por esta comissão sugeriu a suspensão do processo demarcatório da TI Moskow e de mais outras quatro, as TIs Jacamim (RR), Wai-Wai (RR), Muriru (RR) e Boqueirão (RR). 

O governo Lula e os índios
 
Em 10/02/03, o presidente Luís Inácio Lula da Silva deu os primeiros passos no reconhecimento oficial dos territórios indígenas de sua gestão. Na ocasião, ele assinou dez decretos, homologando oito terras e retificando as coordenadas geográficas de outras duas terras. Destas oito, seis constavam da relação de TIs da campanha.

Em 05/05/03, o Presidente Lula anunciou um segundo pacote de demarcações, assinando nove decretos de homologação. Entre eles estavam oito Terras Indígenas, que também integravam o conjunto das 23 reivindicadas pela campanha.

A homologação da TI Moskow constitui o terceiro movimento do governo Lula no âmbito do reconhecimento de territórios indígenas. Agora, são 18 TIs homologadas em sua gestão, somando 290.607 hectares (veja o placar da demarcação dos cinco últimos governos)

Marcos Pereira Rufino