Programa Fogo inicia atividades em Mato Grosso, Acre e Pará

Estação Vida – O Programa “Fogo: Amazônia Encontrando Soluções, iniciou suas atividades desde a semana passada no estado mato-grossense. Anteriormente conhecido como Fogo: Emergência Crônica, o programa, financiado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália e executado em parceria pelo Instituto Centro de Vida, também atua nos estados do Acre e Pará. Foram realizadas reuniões com sindicatos rurais, instituições públicas das áreas de agricultura e meio ambiente e pecuaristas nos municípios de Alta floresta , Guarantã do Norte e Novo Mundo. Hoje as equipes estão em Carlinda e amanhã em Paranaíta. O tema principal das reuniões é implantar o manejo sustentável de pastagens sem uso do fogo ou pastagem ecológica. O sistema dispensa adubos, defensivos agrícolas, desmatamentos, queimadas, aração e gradagem e garante um rebanho mais produtivo e dócil a um custo bem menor. O Programa Fogo vai financiar unidades demonstrativas em pequenas propriedades de gado de leite em cada um destes municípios e prestar consultoria para os grandes pecuaristas.

As reuniões foram organizadas em parceria com os sindicatos rurais dos municípios, sendo que em Guarantã do Norte e Juína, o manejo de pastagens já foi implantado em grandes propriedades rurais de gado de corte. Em Guarantã, o próprio prefeito Lutero Siqueira tem experimentado o sistema no sítio Pôr do Sol de sua propriedade. O engenheiro agrônomo e consultor do programa Fogo, Jurandir Melado, que está coordenando as reuniões no Nortão está otimista com os resultados. Ele comentou hoje por telefone que a participação e o interesse dos pecuaristas tem sido grande já que os custos para manter as pastagens sadias tem sido cada vez maior. “No sistema de pastagens ecológicas o custo é bem mais barato, os pastos não sofrem com a degradação e podem melhor utilizados pelo gado”, explica.

Em Alta floresta, a fazenda Caiabi, com mais de 7 mil hectares e grande produtora de gado de corte já solicitou consultoria do programa fogo para fazer o manejo de seus pastos. A pastagem ecológica é caracterizada pela existência de variados tipos de forrageiras. O segredo está em dividir a área em muitos piquetes – no cerrado, pelos menos 40 – onde os animais pastarão em rodízio. Enquanto o gado ocupa um desses piquetes, onde permanece por pouco tempo, outros estão em repouso, recuperando seu vigor para voltarem a ser pastados.

Além disso o animal não deve permanecer por mais de três dias em um só piquete, para que não venha a cortar mais de uma vez as mesmas forrageiras. Assim, o rebanho terá sempre alimentação de boa qualidade , com fartura , o gado engorda mais e produz mais leite. O método usa cercas elétricas para dividir os piquetes e chega a ser cinco vezes mais barata que a convencional

Programa reúne no Pará consórcio de municípios com a Embaixada da Itália em Brasília

No estado do Pará, o coordenador regional do Programa Fogo, José Virgílio Moura estará acompanhando prefeitos do consórcio dos 7 municípios alagados pelo rio Tocantins numa reunião do Programa Fogo na Embaixada da Itália em Brasília com o coordenador do programa, Franco Perlotto e o diretor técnico, Sergio Henrique Guimarães. O consórcio foi o primeiro a assinar o protocolo de combate ao fogo no Ministério do Meio Ambiente em 2001. Cada município recebeu cursos de técnicas de combate ao fogo.

Para este ano, o Programa Fogo deverá trabalhar com técnicas de sustentabilidade no setor madeireiro, agropecuário e agricultura familiar. “Somente novas tecnologias de aumentar a produtividade de forma sustentável sem uso do fogo vai frear esse processo”, diz Virgilio.

Colonos invadem reserva indígena em Rondôna

Funai – A Funai confirmou esta manhã a invasão da Terra Indígena Urueuwauwáu, situada no município de Montenegro, em Rondônia. De acordo com as informações que chegaram à Administração Executiva Regional da Funai (AER) em Porto Velho, o funcionário do Ibama Martins Mund, sua esposa Marinez F. Alves Mund e José Domingos de Oliveira, mobilizaram cerca de três mil colonos da região para a invasão. O grupo batizou-se “Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia”.

A AER de Porto Velho,RO, informou que os invasores ficaram acampados na divisa com a terra indígena, às margens do Rio Montenegro durante 40 dias, quando tiveram o apoio do fazendeiro Airton Oliveira Martins. No dia 20 passado, às 8h30, cerca de três mil pessoas invadiram a base de fiscalização da Funai e da Polícia Ambiental, renderam os servidores e policiais e os ameaçaram de morte, caso tentassem reagir.

O jornal Diário da Amazônia, desta terça-feira, dia 29, informa que os invasores pretendem fundar uma cidade no interior da Terra Indígena e afirma também que o movimento tem o apoio do Senador Waldir Raupp (PMDB/RO).

Simone Cavalcante

Fórum de Turismo Sustentável do Brasil Central

Estação Vida – A proposta do secretário de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso [Sedtur], Ricardo Henry, de realizar um Fórum Nacional de Secretários de Turismo foi aprovada durante o Fórum de Turismo Sustentável do Brasil Central, realizado em Brasília entre os dias 24 e 26. A proposta havia sido apresentada em março durante encontro realizado em março na Capital Federal.

O Fórum de Turismo Sustentável reuniu secretários de Turismo dos estados de Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que foi representado pelo superintendente de Planejamento da Sedtur, Samuel Lemes Silva. Na reunião, ocorrida na Universidade de Brasília [UnB], e que teve a presença do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, os secretários apresentaram os diagnósticos realizados nos estados.

A partir destes diagnósticos serão traçadas as estratégias para o turismo sustentável. A partir daí, e da detecção dos pontos positivos e negativos, serão estabelecidas as s, disse Samuel. No dia 5 de maio, haverá nova reunião em Brasília com o ministro de Turismo e o presidente da Embratur para se discutir as estratégias. Amanhã [29], o secretário Ricardo Henry estará em Brasília participando do lançamento do Plano Nacional de Turismo, pelo presidente Lula.

Ficou definido também, que a cada 60 dias haverá um encontro de secretários da região Centro-Oeste. Em Mato Grosso, o secretário Ricardo Henry fará o papel de articulador com várias secretarias de Estado, entre elas a de Saúde e de Transportes, que estarão diretamente ligadas a projetos na área de turismo.

A dos secretários é estabelecer um plano integrado de turismo, que prevê a isonomia no repasse dos recursos para o setor no Centro Oeste e também a elaboração de material informativo em conjunto. O segundo fórum será realizado em novembro, quando serão avaliadas as ações desenvolvidas nesse período.

Participaram ainda do fórum, em Brasília, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, o diretor de Desenvolvimento Sustentável do Turismo da Organização Mundial do Turismo, Eugênio Yunis, o reitor da UnB, Lauro Morhy, e o presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados, deputado Ronaldo Vasconcelos [PPB-MG].

Centro de Cultura deve sair do papel

Funai – O presidente da Funai, Eduardo Almeida, visita logo mais, às 16 horas, o Centro de Cultura e Convívio dos Povos Indígenas, situado na cidade satélite Sobradinho/DF, onde será iniciado um novo atendimento aos povos indígenas em trânsito na capital. Inaugurado no final do ano passado, o Centro estava sem licença de funcionamento. Almeida criou uma comissão especial para resolver todas as pendências e dar início ao funcionamento do local.

O Centro de Cultura e Convívio dos Povos Indígenas está localizado na Área Especial 09, quadra 03, e tem a capacidade de hospedar 150 índios/dia. São 12 quartos com camas, 05 quartos com redes e 20 banheiros. Há ainda, área de exposiç]oes, artesanato e vídeo, grande área de circulação, quadra de esportes, refeitório, além da parte administrativa. Após a visita e avaliação das condições, Almeida definirá a data para o início gradativo da hospedagem de índios, que vêm a Brasília para resolver questões de suas comunidades ou audiências com autoridades.

Simone Cavalcante

Parceria para salvar Alto Paraguai

Estação Vida – Este mês a Fundação Estadual de Meio Ambiente do Mato Grosso (Fema-MT) e o Ibama reuniram-se com organizações não governamentais que têm algum tipo de ação no município de Alto Paraguai a 200 km de Cuiabá para saberem dos projetos desenvolvidos por estas entidades nas cabeceiras do rio Paraguai. A idéia é procurar parcerias e apresentar o projeto de recuperação da área. O trabalho de revitalização das cabeceiras do Rio Paraguai tem previsão de começar no segundo semestre deste ano, conforme a Fema-MT. Participaram da reunião: WWF, Associação Diamantinense de Ecologia (ADE), o Instituto Centro de Vida (ICV) e a Fundação de Apoio à Vida nos Trópicos (Ecotrópica).

Segundo a coordenadora de políticas de conservação da WWF, Analuce Freitas, esclarece que, embora tenha sido divulgado nos veículos de comunicação que a entidade seria captadora dos recursos para a recuperação das cabeceiras do rio Paraguai, esta se comprometeu apenas em ajudar em parte da iniciativa. “Estamos agindo como facilitadores de um diálogo entre Fema e Ibama, que não estava ocorrendo até o momento”, explicou.

No projeto está prevista a recomposição vegetal de áreas degradadas pela a atividade garimpeira. Desse modo, será possível gerar produção agrícola para o município. O trabalho propõe também o desenvolvimento de alternativas sócio-econômicas para o município de Alto Paraguai e seu entorno. Segundo o diretor de Recursos Hídricos da Fema-MT, Edson Nunes, as cabeceiras do Paraguai serão as primeiras no estado a serem recuperadas. Na reunião ficou acordado que, além do diagnóstico feito pela Fema-MT dentro do projeto GEF (Global Environment Fund) para a região do Paraguaizinho e Sete Lagoas, o grupo reunido gostaria de fazer um diagnóstico para a região da Pedra do Amolar. Quando este pré-diagnóstico estiver feito, os prefeitos devem ser convidados para se unirem aos esforços de uma estratégia para a recuperação das cabeceiras.

Adriana Gomes

Alimentação tradicional

Agência Brasil – ABr – Preocupado com as condições alimentares dos índios brasileiros, o governo federal, através do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome (Mesa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assinará convênio na próxima terça-feira (29) com a organização não-governamental internacional Slow Food para recuperar o cultivo de alguns dos produtos usados antigamente pelas comunidades indígenas. O acordo se refere a produtos de valor nutritivo inquestionável e que, infelizmente, vêm sendo substituídos por alternativas menos acessíveis, mais caras e não tão eficientes para garantir padrões de saúde satisfatórios.

O Convênio entre as entidades será formalizado durante a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará à sede da Embrapa, em Brasília, segundo informou à Agência Brasil o ministro de Segurança Alimentar, José Graziano da Silva. Entre os produtos está uma variedade de milho escuro, acinzentado, doce, muito macio e rico em amido, cultivado antigamente pelos índios Krahôs, que praticamente desapareceu de sua reserva, em Tocantins, desde que a monocultura do arroz tomou conta das roças.

Essa espécie de milho, assim como muitos outros tipos de sementes, está armazenada num banco de plasma da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen) e será utilizada pelos pesquisadores envolvidos no trabalho para fazer o replantio nas terras dos índios. “Vamos incentivar que os índios voltem a praticar essas culturas tradicionais como forma de recuperar sua produção de subsistência e também de recuperar sua dieta tradicional”, afirma Graziano.

A visita de Lula à Embrapa na terça-feira tem como objetivo homenagear dirigentes e funcionários do principal órgão de pesquisa do país, que completou 30 anos de criação ontem (26).

Deigma Turazi

Decreto garante direito a informação sobre transgênicos

Estação Vida – Publicado hoje no Diário Oficial da União o Decreto 4.680 de 24 de abril de 2003 que regulamenta o direito à informação em relação aos alimentos que contenham ingredientes transgênicos destinados ao consumo humano e animal. De acordo com o texto, “tanto nos produtos embalados como nos vendidos a granel ou in natura , o rótulo da embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar, em destaque, no painel principal e em conjunto com o símbolo a ser definido mediante ato do Ministério da Justiça, uma das seguintes expressões, dependendo do caso: [nome do produto] transgênico’, ‘contém [nome do ingrediente ou ingredientes] transgênico[s]’ ou ‘produto produzido a partir de [nome do produto] transgênico’”.

O decreto também é taxativo em relação aos alimentos e ingredientes produzidos a partir de animais alimentados com ração transgênica. Esses alimentos deverão trazer em destaque no rótulo a expressão: “[nome do animal] alimentado com ração contendo ingrediente transgênico ou [nome do ingrediente] produzido a partir de animal alimentado com ração contendo ingrediente transgênico”.

Já às empresas e aos produtores de alimentos não-transgênicos será facultativo a rotulagem que ateste que o produto é livre de organismos geneticamente modificados. Esse tipo de propaganda, entretanto, ficará restrita aos alimentos que contenham similares transgênicos no Brasil.

O decreto foi publicado um mês depois da controversa Medida Provisória 113 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que liberou para comercialização interna e externa a produção ilegal de soja transgênica e que exigia a rotulagem do produto destinado ao consumo. A MP foi bastante criticada por ambientalistas e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) por abrir precedentes ao cultivo ilegal de organismos geneticamente modificados. Além do presidente, o decreto também foi assinado pelo Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, da Agricultura, Roberto Rodrigues, da Saúde, Humberto Sérgio Costa Lima, do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, da Casa Civil, José Dirceu, da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o coordenador do Programa Fome Zero, José Graziano.

André Luís Alves

Associação Indígena promove jogo pela paz em Brasília

Funai – A Sociedade Desportiva Social e Cultural dos Povos Indígenas Xaxinguara, criada em janeiro deste ano por índios que moram em Brasília, realizará no próximo domingo, dia 27, das 9h às 13h, no Estádio Rorizão de Samambaia, um torneio de futebol entre índios e não índios. Os “Jogos pela Paz” reunirão indígenas Xavante (MT), Fulni-ô (PE), Kalapálo, Kuikuro, Kamaiurá e Meinako, sendo os últimos quatro povos xinguanos (MT), que jogarão partidas com funcionários da administração de Samambaia, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, além de estudantes da rede pública. A campanha pela paz tem o apoio da Ekip Naturana, organização não governamental ecológica e de apoio às comunidades indígenas.

O presidente da associação Xaxinguara, Wayukumã Kalapálo explica que o futebol é um esporte muito praticado pelos povos indígenas e que pode estabelecer uma ligação com os não-índios e auxiliar na divulgação da importância do respeito às diferenças culturais dos povos indígenas, combatendo a discriminação. “Em Brasília moram muitos índios e também muitos outros circulam por aqui. A Xaxinguara é a união de índios Xavante, Guarani e xinguanos que estão aqui por algum motivo, mas todos os povos indígenas podem participar. Queremos formar um time de futebol forte capaz de formar atletas profissionais”, explica Wayukumã.
Simone Cavalcante

ndios abrem encontro nacional na Câmara dos Deputados

Agência Brasil – Cerca de 100 líderes indígenas, representantes de tribos de todo o país, estão participando do Encontro Nacional de Povos e Organizações Indígenas, que foi aberto na sexta-feira, dia 25, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados.

O objetivo é discutir a situação em que vivem os índios no país. Na abertura do evento, foi feito um minuto de silêncio, em memória dos sete índios assassinados neste ano. Os participantes do encontro defenderam a união dos povos indígenas – são cerca de 740 mil índios em todo o país – para lutar por mais espaço, pela aprovação do Estatuto do Índio e por leis que garantam sua dignidade.

A partir do dia 26, o Encontro Nacional de Povos e Organizações Indígenas, que termina segunda-feira, dia 28, fará suas reuniões em Luziânia (GO). No quarta-feira (30), às 10 horas, os índios terão audiência com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, João Paulo Cunha (PT-SP)) e José Sarney (PMDB-AP), respctivamente. Às 15 horas, eles deverão ser recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o índio Pinatembé, coordenador do encontro, nas audiências, eles vão apresentar as principais reivindicações das comunidades indígenas.
Iolando Lourenço

Amazônia will have another 90 thousand square kilometers of protected area by 2006

Agência Brasil – ABr – By 2006, the first phase of the Amazônia Protected Areas Program (ARPA) will create around 90 thousand square kilometers of new protected, restricted-use areas, such as national parks and biological reserves, as well as another 90 thousand square kilometers of new sustainable development areas, such as extractive reserves to facilitate the lives of local communities. The first phase of the program will enlarge the area of protected forest in the Brazilian part of the Amazon region from 4% to 8.4% of the total. The other phases that will complete the programs general objectives are slated for conclusion in 2012.

According to program coordinator Aurélio Vianna, the Arpa will last 10 years, at an overall cost of US$ 395 million. The Brazilian government will contribute US$ 18.1 million. Another US$ 30 million were recently approved by the World Banks Global Environment Facility (GEF). The World Wildlife Foundation (WWF) announced it will give US$ 11.5 million, and the rest will come from other donors. The Arpa program is open to partners who desire to join in this initiative to protect the Brazilian part of Amazônia. (DAS)