Corpo do índio Verón deve ser enterrado hoje

Agência Brasil – ABr – O corpo do índio Marcos Verón está sendo velado, desde a noite da última segunda-feira, no acampamento dos índios guarani-caiuá, às margens do rio Dourados. Os índios prometeram realizar o sepultamento ainda hoje, na fazenda Brasília do Sul, em Juti. O cacique Verón morreu na segunda-feira, um dia após confronto com funcionários da fazenda. Os índios reivindicam a posse de cerca de 9 mil hectares da área.

O secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Valteci Ribeiro de Castro Júnior, informa que o governo tem uma tarefa urgente para regularizar as demarcações das terras. Explicou que vai buscar recursos federais e levar ao governo federal a solução para o problema. ”Não é só terra que os índios precisam, mas também de programas de valorização da cultura. Temos um programa extenso para as aldeias indígenas no estado, no que tange à produção dos assentamentos rurais, de água e de habitação”, disse o secretário, lembrando que o Programa de Segurança Alimentar já tem atendido as comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul.

Marília de Castro

ndios pedem às autoridades que descubram quem matou o cacique Verón

Agência Brasil – ABr – O cacique Hilário da Silva falou hoje, em nome da comunidade Kadwéu, sobre a morte do cacique guarani Marcos Verón, em Mato Grosso do Sul, estado que reúne cerca de 45 mil índios de nove etnias, a segunda maior população indígena do país. O cacique pediu a mobilização das autoridades para a elucidação do crime. “Não é a primeira vez, é preciso dar um basta”, desabafou. “Precisamos que os governantes revejam as situações de conflitos por litígio em todo o país”, enfatizou o líder Kadwéu.

O clima ainda é tenso na região sul do estado, onde vivem os índios Guarani-Kadwéu. Hoje de manhã eles fecharam a MS-157, em protesto pela morte do cacique Verón, baleado no acampamento da tribo, próximo a Dourados. O acampamento liderado por Verón fica perto do rio Dourado.

O procurador da República, Carlos Estevão Pessoa e o chefe da Funai em Dourados, Jonas Rosa, acompanham o trabalho de investigação e já visitaram o acampamento. O representante do Ministério Público Federal ouviu as denúncias dos índios e prometeu investigar a morte do cacique. Para os líderes, descobrir como o índio foi morto não é o suficiente. “Morre índio queimado em praça pública, morre índio apanhado em esquina e morre agora outro índio espancado”, disse o cacique Getúlio Guarani, da Aldeia Jaguapiru.

As investigações começaram ontem. O laudo médico revela que a causa da morte do cacique foi traumatismo craniano agudo. Os índios denunciaram que Marcos Verón foi espancado em confronto ocorrido na noite de domingo, e que a mulher dele teria sido estuprada.

O corpo de Marco Verón está sendo velado na região de Porto Cambira e será sepultado amanhã, por volta das 10 horas. O velório está sendo realizado com danças e rezas, às margens do rio Dourado, local escolhido por Verón depois que os índios foram despejados da fazenda Brasília do Sul, em Juti. O caixão está embaixo de uma tenda, informou o líder Kadweu Hilário da Silva. Ao redor estão filhos, netos e amigos.

A Procuradoria da Justiça buscou hoje uma autorização judicial para que o corpo de Marcos Verón seja enterrado na fazenda Brasília do Sul, atendendo a pedido dos índios.

Marília de Castro

CPI da Biopirataria faz diligências no Amazonas

Agência Câmara – Os integrantes da CPI do Tráfico de Animais e Plantas Silvestres estão no Amazonas, onde visitarão, até sexta-feira, as cidades de Manaus, Tabatinga, Benjamin Constant e São Gabriel da Cachoeira, além de Letícia, na Colômbia. Os deputados irão colher informações sobre denúncias de contrabando de peixes na divisa do Brasil com o Peru, para outros países. Segundo o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), integrante da Comissão, peixes com tamanho impróprio para a comercialização são vendidos na Colômbia como se fossem daquele país para escapar da fiscalização do Ibama.

RESULTADOS EM PRAZO CURTO
Após fazer diligências e colher dezesseis depoimentos na Bahia, a CPI está finalizando as atividades externas para iniciar seu relatório final. De acordo com Asdrúbal Bentes, mesmo com prazos curtos, a Comissão está conseguindo realizar um trabalho importante na descoberta das redes de tráfico, como a “comprovação da existência de uma verdadeira máfia por trás do tráfico de animais silvestres; às vezes, até consorciado com a exploração de madeira, como no caso da Bahia, onde muitas vezes a madeira serve de esconderijo para o tráfico de animais silvestres”.
O transporte ilegal desses animais e plantas, de acordo com Asdrúbal Bentes, também é feito disfarçadamente por meio de caminhões com artesanato, comercializados no exterior. O parlamentar considera absurdo, por exemplo, que o Japão tenha patente do cupuaçu. Existem, segundo o deputado, muitas pessoas envolvidas no tráfico que se aproveitam da ingenuidade do homem do campo.

SUGESTÕES
Uma das mudanças que a CPI deverá sugerir, no relatório final, será dar à justiça comum a responsabilidade de coibir o tráfico de animais e plantas silvestres, para assim evitar o conflito de competência com a justiça federal existente hoje.
Os parlamentares devem sugerir ainda que os traficantes sejam punidos com leis mais rigorosas. O relatório final da Comissão deverá ser apresentado no próximo dia 28.

Liz Elaine Lôbo/ ND

Marina Silva: agricultores têm a consciência de que é preciso preservar

Agência Brasil – ABr – A ministra Marina Silva disse, há pouco, após reunião com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel José dos Santos, que “os agricultores têm a consciência de que é preciso preservar. O que eles querem é um suporte necessário de crédito, de assistência técnica e de apoio à comercialização para terem uma vida digna e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente”.

Manoel dos Santos submeteu à ministra o projeto pró-ambiente, criado pelas federações do norte, que financiam o pequeno agricultor. “Este é um dos exemplos de programas e ações que a gente pode estar levando a cabo para que os pequenos agricultores possam também dar respostas às questões ambientais”, explicou a ministra.

PF pede prisão preventiva de três envolvidos na morte do índio Marcos Verón

Agência Brasil – ABr – O Ministério da Justiça informa que a Polícia Federal já pediu prisão preventiva dos dois funcionários e do administrador da Fazenda Brasília do Sul em Juti, a 280 quilômetros de Campo Grande. Os funcionários e o administrador estão envolvidos na morte do cacique Marcos Verón, da nação Guarani Kaiowá, que foi assassinado em decorrência de conflito fundiário.

Polícia Federal vai investigar morte de índio

Agência Brasil – ABr – A Polícia Federal vai investigar a morte de mais um índio, desta vez, em Mato Grosso do Sul. A informação é do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Segundo ele, a liderança Marus Veron foi assassinada em um conflito de terras na região. “O fazendeiro, em vez de fazer valer os meios legais, ao que parece, tentou fazer justiça com as próprias mãos ou pelas mãos de seus pistoleiros”, informou o ministro.

O ministro determinou também que seja feita outra autópsia, agora em Brasília, para apurar a causa da morte do índio Macuxi Aldo da Silva Mota, de 52 anos. O seu corpo foi encontrado enterrado em cova rasa, numa fazenda do interior de Roraima. A primeira autópsia realizada no Estado apontou morte por causa natural.

É o terceiro índio morto em conflito. Leopoldo Crespo, de 77 anos, foi executado por dois rapazes de 19 anos e um menor de 14, no município de Redentora, no Rio Grande do Sul. O índio da comunidade Kaingang foi morto a chutes, ponta-pés e pedradas. O ministro não faz ligação entre os três casos. “Foram três tragédias em locais diferentes e com motivações diferentes”, considerou.

Luciana Vasconcelos

CIMI propõe criação de Conselho de Políticas Indigenistas

Agência Brasil – ABr – O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Saulo Feitosa, propôs ao ministro da Justiça, Marcio Tomaz Bastos, a criação de um Conselho de Políticas Indigenistas, que teria o papel de deliberar sobre a política indígena do país. Segundo Feitosa, o conselho reuniria diversos setores da sociedade civil e o ministério, sendo a Fundação Nacional do Indio o órgão executor. “Seria a primeira vez no país em que o governo convocaria pessoas ligadas ao movimento indigenista, entidades de apoio e organizações indígenas para discutir junto ao governo federal uma proposta de política para os povos indigenas do Brasil”, afirmou.

Luciana Vasconcelos

Entidade reabilita 13 mil animais em 14 anos de atividade

Agência Brasil – ABr – Desde a criação do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) em 1988, já passaram pelo local cerca de 13 mil animais, sendo que a maioria foi reabilitada e devolvida à natureza. Só em 2002 passaram pelo Cras 1.773 animais, sendo que 70% deste total foram de aves, 25% de mamíferos e 5% de répteis. Em dezembro a entidade recebeu 194 animais, destes 105 foram papagaios que precisavam de cuidados para voltare ao habitat natural.

De agosto a dezembro últimos o Cras reformou várias das suas instalações. As obras foram custeada pelo programa “Biodiversidade Internacional (BBI)”, implementado em conjunto pelos ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura, do Manejo da Natureza e da Pesca dos Países Baixos, por intermédio de sua embaixada no Brasil.

Foram investidos cerca de 22 mil Euros (R$ 54 mil), sendo R$ 51 mil nas obras das instalações físicas e R$ 3 mil em aporte de material técnico-científico. O Cras tem 19 recintos e cada um atende uma espécie, como, por exemplo, o dos felinos, dos macacos, dos répteis e o recinto para treinamento de vôo das aves.

Marília de Castro

Entomólogo assume a presidência da Embrapa

Agência Brasil – ABr – O entomólogo Clayton Campanhola é o substituto do engenheiro agrônomo Alberto Duque Portugal na presidencia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Especialista no estudo do impacto ambiental de atividades agrícolas, Campanhola exercia o cargo de chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna, na região de Campinas, onde trabalhava desde 1985 como pesquisador. Assim como Portugal, que presidiu a Embrapa por sete anos, Campanhola também é funcionário do quadro da empresa.

Campanhola, cuja nomeação deve ser publicada na próxima semana no Diário Oficial, é doutor em entomologia (estudo de insetos) pela Universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em desenvolvimento econômico, espaço e meio ambiente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É autor de vários trabalhos sobre temas ambientais e sociais relacionados à agricultura, entre eles O Novo Rural Brasileiro, de 2000, escrito em parceria com José Graziano da Silva, professor de Economia Agrícola da Unicamp e atual ministro da Segurança Alimentar. O livro retrata, em números, a transformação do ambiente rural brasileiro, cada vez mais caracterizado pelo abandono da atividade agrícola em favor do comércio e da indústria.

O nome dos demais diretores da Embrapa também deve ser anunciado na próxima semana.

Ubirajara Junior

CPI comprova tráfico de pau brasil na Bahia

Agência Câmara – Integrantes da CPI do Tráfico de Animais e Plantas Silvestres estão hoje em Eunápolis (BA), ouvindo depoimentos de donos de madeireiras acusados de comércio ilegal de pau brasil.

Ontem, a CPI realizou diligências em três empresas da região, e encontrou documentos que, segundo o relator da CPI, deputado Sarney Filho (PFL-MA), demonstram o envolvimento de funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) no tráfico de madeira.
Foi também identificada uma nova maneira de traficar madeira: o material é doado para uma instituição fictícia de caridade, e de lá acaba sendo exportado.

Outra descoberta é que o Ibama da região está fornecendo Autorizações de Transporte de Produtos Florestais, (ATPF) para madeireiras fantasmas, o que evidencia o envolvimento de seus funcionários.

“Nós já estamos tomando várias providências. Primeiro, estamos notificando o Ibama a respeito dessas ATPF. Os nomes dos funcionários que as assinaram vão constar do relatório, para que o órgão abra inquérito interno”, disse o relator da CPI.

Sarney Filho observou que as diligências têm tido melhores resultados que as audiências públicas, e estão tendo um papel importante na investigação e na elaboração do relatório final. Com as diligências, os deputados puderam comprovar a existência de documentos falsos e de madeireiras fantasmas, entre outras irregularidades.

Teresa Cristina Soares/LCP