Igreja mais antiga de Goiás é destruída pelo fogo

Jornal do Brasil – A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga do estado de Goiás, foi destruída pelo fogo na madrugada de ontem. Pouco sobrou da estrutura de taipa erguida em 1732 na cidade histórica de Pirenópolis. As chamas começaram na sacristia por volta das 3 horas da madrugada. O monumento havia sido reformada recentemente com investimentos em torno de R$ 900 mil. A causa do incêndio será determinada quando os bombeiros liberarem o acesso dos peritos aos destroços, muitas paredes ameaçam cair. As autoridades prometem investir cerca de R$ 5 milhões na reconstrução.

O fogo foi detectado graças ao sistema do alarme anti-incêndio da Igreja. O pároco da cidade, Luiz Virtuoso, foi o primeiro a chegar, acompanhado por vizinhos. Eles chamaram o batalhão do Corpo de Bombeiros. “Nos limitamos a tentar retirar os materiais combustíveis do local, mas não foi suficiente”, explica o tenente Adval Dias Mateus. Instalado na cidade há poucos meses, o destacamento não conta com caminhões ou mangueiras adequadas para o combate ao fogo. Foi necessário esperar apoio de Anápolis, que levou mais de uma hora até a cidade. Com tempo seco, a estrutura de madeira ajudou a espalhar as chamas. Até o final da tarde de ontem, pedaços das paredes que restavam em pé continuavam caindo.

Os moradores contam que a noite pareceu um filme de terror. No auge do incêndio, as labaredas atingiram árvores e chegaram a ameaçar prédios históricos próximos, como o teatro da cidade. Magdala Fleury nasceu e viveu numa casa ao lado do santuário. Seu tataravô, Antônio da Costa do Nascimento, foi quem pintou os afrescos no teto da Igreja, agora totalmente destruídos. Ela ajudou a retirar alguns santos e bancos quando o prédio ainda pegava fogo. “Não sei explicar o que vi, as coisas iam caindo”, conta. “Agora, temos de ter muito mais fé”.

O pouco que foi salvo está no altar na casa paroquial onde muitas pessoas ainda rezavam e choravam durante o dia de ontem. As perdas materiais incluem santos, roupas, mobiliário e prataria centenários. Os cinco altares da nave principal, considerados os mais belos do Centro-Oeste, foram totalmente destruídos. Mesmo assim, dez imagens históricas foram resgatadas. Entre elas, uma Nossa Senhora do Rosário do século XVIII.

O padre Luiz Virtuoso diz não ter explicação para as causas do acidente. Na sua opinião, nada estava errado no sistema elétrico e nenhuma vela estava acesa. Ele esteve no local até as 22 horas. A única suspeita levantada pelo pároco foi um barulho de porta batendo. “Não posso garantir, mas logo que cheguei ouvi a porta dos fundos bater”, conta.

O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Carlos Henrique Heck, sugeriu que a culpa seria da Igreja. Segundo ele, o Iphan local alertou a paróquia sobre problemas como velas no altar e gatos nas instalações elétricas. O pároco nega conhecer o documento. Irritado, Heck preferiu não comentar nada sobre especificamente sobre o incêndio. Ele reclamou das cobranças dos jornalista e clamou pelo apoio do povo brasieliro. “O importante não é julgar quem é culpado. Este foi um acidente infeliz”, comentou nervoso.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, e o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, estiveram no local. O ministro, um dos responsáveis pela restauração da Igreja entre 96 e 99, anunciou o apoio da Petrobrás e do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), para a reconstrução da Igreja o mais rápido possível.

Fernando Zarur

Sérgio Amaral visita igreja incendiada em Pirenópolis e anuncia apoio para reconstrução

Agência Brasil – ABr – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, em companhia do governador do estado de Goiás, Marconi Perillo, embarcou de helicóptero, às 10h10 de hoje (5) para avaliar a extensão do incêndio que atingiu, durante a madrugada, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, de Pirenópolis, construída em 1732 e considerada uma das mais importantes obras coloniais do Centro-Oeste brasileiro.

Ao retornar da visita, que durou pouco mais de uma hora, Sérgio Amaral disse que o Governo Federal está empenhado na busca de recursos para a recuperação dos estragos e para a reconstrução do patrimônio histórico. Tão logo tomou conhecimento da tragédia, o ministro entrou em contato com os presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Eleazar de Carvalho, e da Petrobras, Francisco Gros, e obteve deles resposta positiva para o esforço que será feito com várias empresas para a busca de patrocínio a fim de restaurar a Igreja Matriz. As duas são empresas públicas que mantêm verbas destinada à preservação e à conservação do patrimônio histórico.

Não há ainda informações sobre o volume de recursos necessários para a reconstrução, uma vez que é necessário um levantamento rigoroso da extensão dos estragos.

Além disso, Amaral entrou em contato com o ministro da Cultura, Francisco Weffort, e com o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Carlos Hech, que também decidiram se empenhar na reconstrução da igreja. Hech seguiu ainda na manhã de hoje para Pirenópolis, acompanhado do diretor de Defesa do Patrimônio Histórico, Roberto Holanda.

Amaral possui uma casa na cidade há mais de 20 anos e visitou o local não como ministro, “mas como um amigo da cidade e do povo pirenopolino”. “Estou visitando a cidade para levar a minha solidariedade à população e para ajudar na mobilização, pois quero restabelecer o esforço que foi feito há alguns anos, como o que contou com a participação do então ministro das Comunicações, Sérgio Motta, do governador do estado de Goiás, Marconi Perillo, e de várias empresas estatais e da Associação de Amigos de Pirenópolis. Na época, conseguimos restaurar não só a Igreja Matriz, mas vários outros prédios públicos que estavam ameaçados de perda”, disse Amaral. A restauração da matriz foi concluída em maio de 1999.

O ministro disse que a reconstrução será feita “criteriosamente e de forma pormenorizada”, pois há inúmeros registros fotográficos e plantas arquitetônicas elaboradas quando da restauração. “Não se pode deixar um patrimônio dessa importância se perder. O barroco de sua construção era de grande originalidade”, completou.

Segundo Amaral, a perda no local foi muito grande. “Estou muito triste. A igreja é a alma da cidade. Nela começam e nela terminam as manifestações culturais e folclóricas”, afirmou. Num primeiro levantamento constata-se que foi destruído o altar principal, que era talhado em madeira e recoberto de ouro, os altares laterais e a pintura do teto, além de todo o revestimento de madeira que forrava a igreja. Algumas imagens sacras conseguiram ser salvas pela população.

Programas na Amazônia recebem US$ 17 milhões da Alemanha

Agência Brasil – ABr – O Ministério do Meio Ambiente e o governo da Alemanha firmaram hoje dois contratos de contribuição financeira que prevêem a liberação de US$ 17 milhões para projetos ambientais na Amazônia Legal: Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI) e Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Várzea (Provárzea). “O compromisso fundamental desses contratos é garantir a sustentabilidade econômica, social, institucional e cultural dos povos indígenas”, disse a secretária-executiva do Ministério, Mônica Libório. O programa também tem como parceiros o Banco do Brasil, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Os projetos fazem parte do Programa para Proteção das Florestas Tropicais (PPG-7), que conta com a participação dos sete países mais ricos. A Alemanha é o país que mais doa recursos para o meio ambiente. O dinheiro será liberado pelo Banco Kreditanstalt für Wiederaufbau (KFW).

De acordo com o diretor para América Latina e Caribe do KFW, Guenter Zenk, com a primeira doação serão financiados, primeiramente, projetos de grupos indígenas para a proteção de terras indígenas, o uso sustentável de recursos naturais e o resgate de sua cultura.

O PDPI tem o objetivo de melhorar a perspectiva de sustentabilidade econômica, social e cultural dos povos indígenas em suas terras e conservar os recursos naturais nelas existentes. Para isso, serão destinados US$ 13 milhões. Os beneficiados são de nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, parte Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins).

Já a finalidade do Provárzea é estabelecer as bases técnicas e científicas na formulação de políticas públicas para a conservação e o gerenciamento dos recursos naturais da várzea, na região central da bacia amazônica, com ênfase nos recursos pesqueiros. Para isso, o apoio do KFW tem dois objetivos: implementar um sistema de monitoramento, na base de um sistema de informação geográfica em duas áreas piloto da várzea, e apoiar iniciativas promissoras de manejo sustentável dos recursos naturais da várzea implementados por municípios, comunidades e por organizações não-governamentais.

A doação do KFW para o Provárzea será de US$ 4 milhões, complementando os recursos do projeto, que já está em execução.

Também participam a Cooperação Técnica do Reino Unido, a Cooperação Técnica da Alemanha (GTZ), o Fundo Fiduciário do Banco Mundial e o governo brasileiro.

A secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente destacou que a valorização da cultura e do modo de vida dos povos indígenas é vital para a conservação do meio ambiente, especialmente na Amazônia. “Nela está concentrada a maioria das terras indígenas do Brasil, cercadas por áreas que estão sendo comprometidas pela pressão exercida sobre seus recursos naturais”, acrescentou.

O presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, informou que a população indígena da Amazônia é de 250 mil habitantes e que o objetivo do projeto é construir um modelo de desenvolvimento sustentável para as terras indígenas. “O que nós precisamos agora é trabalhar essa questão do desenvolvimento sustentável dos povos indígenas que se inicia com esse projeto piloto”, afirmou Nobre.

Incêndio destrói Igreja da Matriz, em Pirenópolis, Goiás

Rota Brasil Oeste – Um incêndio destruiu na madrugada de hoje (5) o prédio da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, localizada em Pirenópolis, Goiás. O fogo começou às 3 horas, terminou agora pela manhã e destruiu totalmente o prédio que foi construído no século XVIII pelos bandeirantes e recentemente reformado. Segundo o prefeito da cidade, Joaquim Flores, o fogo teria começado pelo depósito de velas. Não houve feridos.

A igreja, construída por escravos entre 1728 e 1738, tinha estilo colonial simples e construção em taipa de pilão (barro e cascalho socados), com torres e fachadas estruturadas em madeira. A nave e o piso eram feitos em madeira e possuía em seu interior rica talha, altar-mor e quatro laterais, além de arco cruzeiro. Era a maior igreja do Brasil com esse tipo de construção.

O tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) veio em 1941 e a Igreja da Matriz era um dos principais monumentos e pontos turísticos de Pirenópolis. Além de sua importância turística, era uma memória viva do auge do ciclo do ouro que impulsionou o nascimento da cidade, fundada pelo bandeirante Manoel Rodrigues Tomar em 1727.

O incêndio foi detectado por volta das 3h da manhã e, segundo o prefeito de Pirenópolis, Joaquim Flores, teria começado pelo depósito de velas, mas também há suspeitas de um curto-circuito. Como a cidade não dispõe de um destacamento próprio, teve que recorrer ao Corpo de Bombeiros de Anápolis, que só chegou por volta das 6hs.

Devido ao tempo seco e à construção altamente inflamável da igreja, os esforços da população local para apagar o fogo não foram bem sucedidos. Apenas uma das parede ficou de pé e a torre da igreja ameaça desabar. O prefeito de Pirenópolis afirmou que vai começar imediatamente a busca de recursos para a obra de recuperação.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral visitará nesta manhã os escombros. Também estarão presentes representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Agência Goiana de Turismo (Agetur), prefeitura, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para fazer um plano emergencial e garantir a manutenção de provas para um laudo correto das causas do incêndio.

Pirenópolis

Como a maioria das cidades históricas do Centro Oeste brasileiro, Pirenópolis foi fundada pela bandeira de Manoel Rodrigues Tomar no ano de 1727 em pleno ciclo do ouro, metal abundante na região. Por essa característica, a vila viveu um longo período de prosperidade chegando a ter uma das economias mais importantes do estado.

No final do século XIX, porém, a atividade comercial diminui e a antiga “Minas da Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte” permaneceu isolada durante boa parte do século XX. No entanto, a proximidade com a Capital Federal combinada com a vocação natural da cidade, a transformou num dos maiores pólos turísticos da região.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1988, hoje Pirenópolis tem um dos mais ricos acervos culturais, naturais e históricos do Brasil central. A infra-estrutura turística local conta com dezenas de pequenas pousadas, hotéis, campings e restaurantes. Além disso, a cidade é rodeada pela “Serra dos Pireneus” com seus rios e cascatas. Outro atrativo é a culinária goiana e as comemorações religiosas, como as Cavalhadas.

Fábio Pili e Fernando Zarur
com informações da Agecom

Exposição em Brasília homenageia o Marechal Cândido Rondon

Funai – Um trabalho de pesquisa de dois anos vai ser apresentado ao público, a partir de sexta-feira (06/08), na exposição “Nosso herói Rondon”. A mostra é uma homenagem à vida e à obra de Marechal Cândido Rondon, o primeiro indigenista brasileiro e patrono das comunicações, em parceira do Memorial dos Povos Indígenas e da empresa TCO Celular. A abertura será feita nesta quinta-feira às 19:30h, no Memorial, e contará com a participação do presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, do presidente da TCO, Mário César, de umas das lideranças indígenas do Xingu, o cacique Aritana Yawalapiti, de autoridades do Governo do Distrito Federal, além de outros índios Yawalapiti do Parque Nacional do Xingu. A exposição contará com fotos, vídeos, atividades interativas e objetos ligados ao dia-a-dia de Rondon.

Ele viveu de 1865 a 1958 e foi um dos responsáveis pela expansão do telégrafo no Brasil e pela ratificação das fronteiras brasileiras. Também lutou pela preservação de vidas indígenas no final do século XIX e início do século XX, período em que invasão de não-índios nas terras originárias foi constante promovendo a morte de milhares de indígenas. Entrando em contato com os índios, o Marechal Cândido Rondon defendeu a idéia “Morrer se preciso for, matar nunca”, que demonstra o seu posicionamento em defesa dos índios.

A exposição vai até o dia 13 de outubro, e está aberta à visitação de terça a sexta, das 9h às 18h, e nos sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h. As escolas interessadas em visitar podem marcar um horário pelo fone 323 8477. O Memorial dos Povos Indígenas fica no Eixo Monumental Oeste, Praça do Buriti, Brasília.

Corredor ecológico Araguaia / Bananal terá o triplo do tamanho de Alagoas

Agência Brasil – ABr – Com o triplo do tamanho do estado de Alagoas, os nove milhões de hectares do Corredor Ecológico Araguaia/Bananal – um dos mais modernos instrumentos de planejamento e de gestão de ecossistemas para a conservação da natureza – ligarão as áreas protegidas de trinta e nove municípios dos estados de Goiás, Tocantins, Pará e Mato Grosso protegendo a biodiversidade de uma das mais importantes áreas de transição (ecótonos) entre os biomas Cerrado e Amazônia.

Portaria criando o Araguaia/Bananal será assinada pelo presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rômulo Mello, durante o IV Seminário de Gestão Sócio-Ambiental no município de Conceição do Araguaia/PA, dias 4 e 5 próximos, para discutir com as comunidades locais envolvidas os problemas ambientais mais cruciais para a conservação dos ecossistemas abrangidos pelo corredor ecológico. O encontro organizado pela coordenadoria geral de Ecossistemas da diretoria de Ecossistemas do Ibama será no Hotel Tarumã.

RE
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STF

Bird e WWF se unem ao Brasil para a criação da Arpa

Agência Brasil – ABr – O Banco Mundial (Bird) e a organização ambientalista WWF-Brasil unem-se ao governo brasileiro para o lançamento hoje, em Johanesburgo, de um novo programa destinado a triplicar a área de floresta tropical sob proteção federal. O objetivo é garantir a conservação ambiental de uma extensão quase do tamanho do estado da Bahia (ou da Espanha) e equivalente a 12% do total da floresta amazônica, que hoje ocupa 4,1 milhões de km2 no Brasil, aproximadamente metade do território nacional.

Trata-se do Programa Arpa (Áreas Protegidas da Amazônia), que terá duração de dez anos e foi anunciado hoje pela manhã em Johanesburgo, onde acontece a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10). O Arpa vai proteger 500 mil km2 (ou 50 milhões de hectares) representativos das 23 ecoregiões do bioma Amazônia, incluindo os vários tipos de paisagens e recursos genéticos, bem como da diversidade de comunidades locais, que poderão se beneficiar do programa.

Nosso compromisso com a conservação da floresta amazônica deixou de ser uma promessa. Mediante a união de esforços com nossos parceiros e da implementação do Programa Arpa, o Brasil dá um exemplo de conciliação das prioridades ambientais e sociais. Seguem-se passos concretos. O primeiro ocorreu 12 dias atrás, disse o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao referir-se à criação do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, com 38.867 km2, hoje o maior parque nacional do mundo em área de floresta tropical.

IDM
RE

Parceria criará Centro de documentação Kaiowá-Guarani

Agência Brasil – ABr – Com assinatura de um termo de compromisso entre a Secretaria de Meio Ambiente, Cultura e Turismo, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e a Tecomunicações do Centro-Oeste (TCO) será instalado um “Centro de documentação Kaiowá -Guarani”. O projeto tem como objetivo catalogar e organizar em um banco de dados as pesquisas sobre a população indígena da região de Dourados.

Segundo o secretário de Meio Ambiente, Cultura e Turismo, Márcio Portocarrero, o projeto será o primeiro passo para a criação do Museu Etnográfico Kaiowá/Guarani e estimular outras parcerias sensíveis ao resgate da cultura indígena. A pesquisa será ampla e registrada através de fotografias, documentos e depoimentos.

Marília de Castro
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JT

ndios brasileiros representam o país na Rio+10

Funai – O cacique João Arrezomae (Paresi) estará até o dia 05 de setembro participando da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +10. Vão debater temas ligados às mudanças climáticas, degradação de ecossistemas, extinção de espécies, criação de áreas de proteção marinha, desenvolvimento auto-sustentável, entre outros.

O encontro, que acontece em Johannesburgo, na África do Sul, conta com a participação de representantes de todo o mundo, que discutem as alterações climáticas na Terra, decorrentes da crescente degradação ambiental. O evento alerta para a necessidade de serem desenvolvidas mais pesquisas científicas e cooperação global, para evitar os graves perigos ambientais que a humanidade já está enfrentando como enchentes, secas, incêndios florestais e perda de colheitas.

Índios latino-americanos presentes reivindicam o direito de cuidar da terra que pertenceu aos seus antepassados. Além disso, discutem as recentes mudanças climáticas no planeta e o contágio com doenças até então desconhecidas por eles. Entre os representantes sul-americanos estão índios do Equador, Bolívia, Peru e Brasil. Atualmente, os povos indígenas no mundo ultrapassam o número de 350 milhões de pessoas em cerca de cinco mil comunidades. O Presidente equatoriano Gustavo Noboa viaja hoje para Johannesburgo, e se encontra com o presidente Fernando Henrique Cardoso, que viaja amanhã às 20:50 para a cidade sul-africana. Juntos reafirmarão a defesa dos interesses dos povos indígenas e o compromisso de buscar garantias de um desenvolvimento sustentável e menos desigual junto aos países ricos.

Após três dias de negociações informais no evento que também está sendo chamado de Cúpula da Terra, Sebastião Haji Manchinari, do povo indígena Yine, do Acre, declarou que não é possível haver desenvolvimento sustentável sem que se reconheçam os direitos dos povos indígenas sobre suas terras ou o controle de seus recursos. “Ninguém tem uma relação tão especial com este planeta quanto nós”, declarou Sebastião. Também foi convidado para a conferência o índio Marcos Terena, pioneiros e um dos líderes indigenistas brasileiros.

Convênio assegura fiscalização de terras dos índios Kayapó

Funai – A Funai e a Federação dos Povos Indígenas Kayapó do Estado do Pará firmaram ontem, (29.08), convênio para garantir a fiscalização e a proteção das terras dos índios Kayapó, que vivem nas aldeias Gorotire, Kubenkankrein e Moikarakô, ligadas à Administração Executiva Regional (AER) de Redenção. Assinado pelo presidente da Fundação, Artur Nobre Mendes, e pelo representante da Federação, cacique Miki Kayapó, o convênio assegura o treinamento e capacitação dos índios, por meio de cursos específicos realizados pelo Departamento de Patrimônio Indígena e Meio Ambiente – Depima, que orientará e prestará a assistência técnica necessária à Federação.

Em contrapartida, a Federação dos Povos Indígenas Kayapó promoverá a aviventação, a limpeza das picadas existentes nos limites das terras sob o seu domínio e manterá os marcos e as placas de sinalização. Deverá, ainda, manter os equipamentos de comunicação e informar à Funai, quaisquer violações legais referentes à entrada na área ou atividades de caça, pesca ou garimpo por não-índios no local. Para a proteção das terras indígenas previstas no convênio, a Funai vai repassar à Federação recursos no valor de R$ 57,4 mil, provenientes do seu orçamento.

Segundo Artur Nobre Mendes, as terras indígenas têm grande extensão no país, e o apoio dos índios na fiscalização é muito importante para favorecer a ação dos órgãos oficiais, Funai, Ibama e Polícia Federal, na proteção ambiental. O cacique geral dos índios, Horácio Kayapó, destacou que a assinatura do convênio é um grande passo para impedir a ação de madeireiros e garimpeiros, e manter unidas as lideranças indígenas.
E ainda até o final do ano, a Funai implantará um convênio que permitirá aos índios Kayapó o desenvolvimento de atividades auto-sustentáveis como a produção e a comercialização de castanhas, mel de abelha, folhas de jaborandi, sementes de mogno, mudas de árvores, frutas da região e outras matérias-primas retiradas da natureza.