Dossiê sobre arte Kusiwa será entregue à Unesco

Agência Brasil – ABr – Amanhã, às 11 horas, no Ministério da Cultura, a Unesco recebe o dossiê “Cosmologia e Linguagem Gráfica dos Wajãpi”, referente à arte Kusiwa. O documento, que será entregue pelo diretor do Museu do Índio ao representante da Unesco no Brasil, concorrerá à Segunda Proclamação das Obras Primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Unesco. Na ocasião, também será lançado o catálogo Kusiwa: pintura corporal e arte gráfica Wajãpi e exibido um documentário sobre o tema.

A arte Kusiwa é uma tradição gráfica do povo indígena Wajãpi, cujas terras estão situadas dentro do recém criado Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, localizado nos estados do Amapá e do Pará.

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Indígenas terão lugar no Comitê da Bacia do São Francisco

Funai – Lideranças indígenas de quatro estados nordestinos (Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe) e do nordeste de Minas Gerais se deslocarão de suas aldeias para participar do Encontro dos Indígenas do Nordeste, que elegerá dois representantes índios para compor o Comitê da Bacia do São Francisco. O Encontro está sendo organizado pela Agência Nacional da Água (ANA) e será realizado na segunda quinzena de setembro, em Paulo Afonso, na Bahia.

Cerca de 42 mil índios de 24 etnias diferentes habitam, hoje, em territórios banhados pelo Rio São Francisco. Os representantes indígenas, um titular e outro suplente, escolhidos no Encontro, integrarão o Comitê que, a partir de outubro deste ano, será responsável pelo gerenciamento da Bacia do São Francisco. O evento deverá reunir um total de 52 representantes indígenas.

O Comitê da Bacia do São Francisco terá com 60 membros e sua principal função será zelar pela preservação do rio, regular e fiscalizar a utilização dos seus recursos naturais. O São Francisco, conhecido pelos nordestinos como “Velho Chico, é o único rio que sai do sudeste brasileiro em direção ao semi-árido.

Indígenas do Pará preparam Mapa Cultural Tumucumaque

Funai – As comunidades Tiriyó, Wayana, Apalai e Kaxuyana, habitantes das Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Rio Paru DEste, no Pará e Amapá, estão participando da preparação do Mapa Cultural Tumucumaque, realizado em parceria com a Funai (Administração Executiva Regional de Macapá/AM) e com a organização não governamental The Amazon Conservation (ACT). Entre outros aspectos, o Mapa Cultural vai apontar as 44 aldeias da região, os locais sagrados para os índios, os igarapés, fauna e flora.

Durante um mês, vinte indígenas treinados para realizar a pesquisa em conjunto com dois cartógrafos, um lingüista e equipe da AER de Macapá(AM) viajaram pela região visitando todas as aldeias e entrevistando as comunidades sobre as características e curiosidades culturais de cada local. Nesse período, foram levantados mais de dois mil nomes indígenas de lugares, igarapés, montanhas, locais sagrados, fauna e flora. O Mapa Cultural do Tumucumaque deverá ser lançado até o final do ano.

ndios Kayapó visitam Clube da Semente do Brasil

FUNAI – Com o objetivo de conhecer variedades de sementes de madeiras nobres, como o jatobá, o mogno, o pau-brasil, e de árvores frutíferas, sete índios Kayapó visitaram na última Segunda-feira, dia 26, a sede do Clube de Semente do Brasil, em Olhos d’Água, estado de Goiás.

Acompanhados do Coordenador de Proteção das Terras Indígenas da Funai, Wagner Tramm, os índios percorreram os viveiros de plantas e o local de armazenamento das sementes, demonstrando interesse em aprender a preparar e plantar as mudas, coletar, conservar, disseminar, tratar as sementes, construir viveiros e recuperar as áreas degradadas existentes em suas aldeias, com o plantio de espécies silvestres de valor econômico.

A idéia, segundo Wagner Tramm, é afastar os índios do comércio de madeiras, estimulando a coleta e venda de sementes, que podem ser negociadas em todo o Brasil, gerando renda para toda a comunidade indígena.

Durante a visita ficou acertado o desenvolvimento de estudos visando uma parceria entre a Funai e o Clube de Semente do Brasil, que oferecerá as sementes, repassará a tecnologia e capacitará os Kayapó para a realização dos trabalhos. Em contrapartida, a FUNAI arcará com as despesas da Oficina de Capacitação, com o custo de implantação do viveiro para produção de plantas e fornecerá as ferramentas necessárias ao preparo das mudas e à coleta das sementes.

O presidente do Clube de Semente do Brasil, Antônio Fernandes, considera a parceria “viável e positiva” por oferecer aos índios outros meios de obter recursos, sem prejuízos ao meio ambiente. O coordenador de Proteção das Terras Indígenas da Funai argumenta que os Kayapó só vendem a madeira por falta de alternativas econômicas que lhes garantam condições dignas de sobrevivência.

Desenvolvimento do Sertão do São Francisco é tema de encontro em Sergipe

Agência Brasil – ABr – O III Encontro Intermunicipal do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco (PDRS) será aberto hoje e irá até amanhã em Poço Redondo (Sergipe). O objetivo é montar uma estratégia de sustentabilidade para os municípios da região e promover o ajuste das propostas apresentadas em diversas áreas para elaborar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável.

Roberta Melo
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Candidatos ainda preparam propostas

Cynthia Garda
Jornal do Brasil – José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB), os únicos candidatos a apresentar propostas concretas para a questão em seus programas de governo, prometem esforços para a aprovação imediata do Estatuto das Sociedades Indígenas. Na sexta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o primeiro presidenciável a reunir-se, em Manaus, com lideranças indígenas para conhecer as demandas.

Os candidatos sugerem caminhos distintos. Serra promete avançar com a demarcação e promover a sustentação econômica e ambiental. Além da continuidade da política da Funasa, com os 34 distritos de saúde indígena. Garotinho quer mais recursos financeiros e humanos para a Funai. Além do direito à terra, discorre sobre educação indígena e promoção de linhas de crédito. Também propõe a revisão da História nos livros didáticos.

A assessoria de Lula informou que proposições concretas ainda serão elaboradas, a partir das propostas nacionais e regionais das lideranças reunidas no Amazonas. Nota da assessoria de Ciro Gomes, do PPS, divulga que, para o candidato, o ponto mais importante é assegurar, na prática, os direitos constitucionais, principalmente referentes à terra e educação, tanto o acesso ao ensino especial quanto a revisão do ensino da História.

Sebastião Carlos Moreira, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), afirma que o próximo governo precisará resolver de fato a situação fundiária das tribos. E garantir a participação delas nas decisões sobre políticas, inclusive de saúde. Qualquer governo que proponha uma política nacional para populações indígenas peca pelo início, diz Carlos Marés, ex-presidente da Funai. Para cada região e, às vezes, para cada povo de uma região, é necessária uma específica. Marés deixou a presidência do órgão fazendo críticas ao governo Fernando Henrique pela violência policial contra índios, negros e estudantes na comemoração dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Naquele dia, em Porto Seguro, concentraram-se 500 anos de elites conservadoras, preconceituosas e violentas. Este é um país construído em cima de muita violência, principalmente em função da terra, afirma.

Brasil tem dívida com seus índios

Cynthia Garda
Jornal do Brasil – Dentro do Brasil vivem povos que compartilham índices de saúde assustadores até para os baixos padrões nacionais. Apenas no ano passado, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) registrou 88 mil casos de infecções intestinais e 87 mil de parasitoses entre os 374 mil índios brasileiros. A taxa de mortalidade infantil das três mil aldeias do país é de 56 óbitos a cada mil nascimentos, enquanto a média brasileira é de 29 por mil. A incidência de malária é 10 vezes maior que a taxa nacional. A de tuberculose, cinco.

Os números provam que os chamados povos originais não desfrutam de direitos sociais na mesma medida que o resto da população.
A garantia aos índios de gozar dos direitos humanos fundamentais da mesma maneira que o resto dos brasileiros foi proclamada pelo Senado Federal em junho passado, com a aprovação da Convenção 169 da Conferência Internacional do Trabalho (OIT). O documento, que tramitou nove anos na casa, vai para a Câmara dos Deputados. Ali, o Estatuto dos Povos Indígenas aguarda o voto dos deputados há 12 anos.

A inércia legislativa é emblemática. “Grande parte das comunidades ainda sofre da absoluta ausência do estado”, diz a procuradora da República Déborah Duprat, da 6ª Câmara do Ministério Público Federal, que trata das questões indígenas. “E há situações-limite, onde o processo de genocídio está em curso”.

No centro do desafio está a autosustentação desses povos, de alimentação baseada em extrativismo e caça. “Com a degradação ambiental, precisamos de outras alternativas que possam beneficiar nossas comunidades”, diz Pedro Pareci, da etnia que reúne 1.800 pessoas no Mato Grosso e quer uma audiência com o ministro da Saúde para discutir as políticas para a área.

Entre as principais dificuldades, apontadas pela própria Funasa, estão a rotatividade de profissionais, que nem sempre se adaptam às condições de trabalho. “Os médicos deveriam passar cinco dias nas aldeias, mas só trabalham dois”, diz Géssio de Melo, 40 anos, líder da etnia pataxó-hã-hã-hãe. “Dizem que o ministério está passando muito dinheiro, mas na Bahia a situação é terrível”.

Em 2001, a verba da Funasa para saúde indígena foi de R$ 202 milhões. Um salto substancial dos R$ 21 milhões disponíveis em 1998 e dos recursos escassos que a Fundação Nacional do Índio (Funai) dispunha quando era sua a responsabilidade pela saúde do índio. Mas insuficiente.

Para o coordenador da área de saúde indígena da Funasa, Ubiratan Moreira, esses povos não conseguem exercer a mesma pressão sobre a agenda pública que os doentes da Aids ou os que sofrem de insuficiência renal crônica, por exemplo. “A ignorância dos brasileiros sobre os índios, de certa forma, permitiu que chegássemos ao final da década com essas estatísticas”, diz Ubiratan. “A própria sociedade local nem sabe que tem índios em seu estado”.

As 291 etnias brasileiras, que falam 180 idiomas diferentes, estão em todos os estados do país, exceto Piauí e Rio Grande do Norte. Entre 2000 e 2001, os índices de malária e tuberculose diminuíram 50% e 12%, respectivamente. A taxa de mortalidade infantil caiu de 74/mil para 56/mil.

A qualidade das estatísticas é questionada, mas elas indicam uma melhora rápida no quadro. Compreensível, segundo Ubiratan, quando a maior causa de mortes entre crianças são diarréias e infecções respiratórias, combatíveis com a mais básica das assistências de saúde. “Isso mostra a omissão que havia antes”, diz Paulo Daniel Moraes, coordenador médico do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Com R$ 7 milhões obtido em convênio com a Funasa – 85% da verba do órgão vai para ongs -, o CIR tem 80 profissionais e 400 agentes de saúde. Atuando há 12 anos entre índios, o médico critica a debilidade da fiscalização sobre os convênios, com denúncias de desvios por parte de prefeituras e ongs, e o despreparo cultural dos profissionais, que desrespeitam a medicina tradicional e costumes desses povos.

Seminário avalia Política de Educação Escolar Indígena

Agência Brasil – ABr – A Coordenação de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Fundamental promove, de amanhã (26) até sexta-feira (30), nesta capital, o seminário Avaliação da Política de Educação Escolar Indígena. O balanço será feito a partir de 1991, quando, pelo Decreto 26/91, a tarefa da educação indígena foi transferida da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Educação. No encontro, será avaliado esse período até 2002.

Presidido por Jean Alves Paraizo, coordenador de Educação Escolar Indígena do Ministério, o seminário vai discutir o impacto dos investimentos feitos na formação de professores; a adequação das propostas político-pedagógicas; a qualidade dos livros e dos materiais didáticos patrocinados pelo Ministério; o uso das línguas indígenas nos processos escolares; o impacto da legislação e das Diretrizes e Referenciais Curriculares Nacionais na oferta de uma educação de qualidade; e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Participam do seminário o consultor mexicano Hector Muñoz, especialista em avaliação da Educação Escolar Indígena na América Latina; a antropóloga Terezinha Maher, consultora da área de Lingüística da Universidade de Campinas (Unicamp); a antropóloga Marta Azevedo, do Instituto Socioambiental (ISA/SP); a antropóloga Betty Midlin, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), pesquisadora de áreas indígenas da Amazônia; o historiador José Ribamar Bessa Freire, da Universidade do Estado Rio de Janeiro (UERJ), e o antropólogo Luís Donisete Grupioni, consultor do MEC.

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Programa Piloto para Proteção das Florestas mostrará resultados na Rio+10

Agência Brasil – ABr – O Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil está preparando uma série de produtos e atividades para apresentar na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, conhecida no Brasil como Rio+10. A Cúpula começa amanhã (26) e vai até 4 de setembro, em Joanesburgo, África do Sul, com o objetivo de avaliar os resultados obtidos no meio ambiente global desde a Rio 92.

Na quarta-feira (28), será realizado um evento paralelo no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, situado na Vila de Ubuntu, montada especialmente para a conferência. O painel “Amazônia e Mata Atlântica – Uso Sustentável e Preservação por meio do Programa Piloto de Proteção às Florestas do Brasil” ocorrerá das 17 às 21h30. Tendo como moderadora a pesquisadora Muriel Saragoussi, da Fundação Vitória Amazônica, o painel será aberto pela secretária de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Mary Allegretti.

Principal programa de cooperação internacional para promover formas inovadoras de proteção das florestas tropicais, o Programa Piloto tem entre os seus principais resultados a identificação de 93 terras indígenas na Amazônia Legal o apoio à demarcação e regularização de 149 áreas habitadas por povos indígenas, no total de 30 milhões de hectares. Essas ações, empreendidas pelo Projeto de Proteção às Populações e às Terras Indígenas (PPTAL), incluem ainda o desenvolvimento de metodologias inovadoras de demarcação, de vigilância comunitária e de diagnóstico etnoambiental. Além do evento paralelo, o Programa Piloto terá um totem no estande do Brasil na Conferência.

Outro exemplo de avanço obtido foi no âmbito do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais para o combate a desmatamentos. A combinação das tecnologias de sensoreamento remoto e sistemas de informação georreferenciada foi a base para o sistema de licenciamento ambiental implementado em Mato Grosso. De uma área total de sete milhões de hectares de propriedades rurais do estado, cinco milhões estão em processo de licenciamento e os dados são cruzados com os obtidos anualmente a partir do monitoramento por satélite. O resultado é que, do biênio 1998/1999 para 2000/2001, conseguiu-se uma redução de 32% no índice de desmatamento no estado.

Em uma combinação de duas áreas da conferência – uso sustentável dos recursos naturais e combate à pobreza – o programa tem excelentes resultados a apresentar graças ao trabalho do Subprograma Projetos Demonstrativos (PD/A). Desde 1995 foram financiados 188 projetos de produção sustentável, 144 deles na Amazônia e 44 na Mata Atlântica. Entre estes está o projeto de exploração sustentável de ostras no Bairro do Mandira, em Cananéia, no litoral sul de São Paulo. O projeto é um dos 25 finalistas do Prêmio Iniciativa Equatorial 2002, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foram beneficiadas 48 famílias quilombolas (descendentes de escravos) por meio da associação local de moradores. O projeto concorre com outros 25 de todo o mundo (11 deles da América Latina), no prêmio que objetiva identificar iniciativas de parcerias comunitárias de redução da pobreza por meio do uso sustentável da biodiversidade.

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Plano de desenvolvimento do Sertão do São Francisco fica pronto em setembro

Agência Brasil – ABr – O Terceiro Encontro Intermunicipal do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco será realizado terça e quarta-feira próximas (27 e 28), no município de Poço Redondo, em Sergipe. O objetivo é montar uma estratégia de sustentabilidade para os municípios do sertão do São Francisco e promover o ajuste das propostas apresentadas em diversas áreas para elaborar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável.

O plano de desenvolvimento, que fica pronto em setembro, conterá um diagnóstico sobre as demandas sócioeconômico-culturais de cada um dos seis municípios da região do Sertão do São Francisco e os seus respectivos encaminhamentos.

O Terceiro Encontro Intermunicipal do Plano Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco reunirá, no Centro de Formação Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, 350 pessoas envolvidas diretamente com o trabalho.

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