Agência Ambiental intensifica fiscalização no Araguaia

AGECOM – A Agência Ambiental de Goiás intensifica a fiscalização no Rio Araguaia. Atualmente 11 equipes de fiscais percorrem o manancial divididas em rotas de 50 quilômetros cada, levando informações ambientais aos turistas e coibindo as possíveis infrações que desrespeitem o meio ambiente. De acordo com o Departamento de Fiscalização do órgão, até ontem foram apreendidos pelos fiscais cerca de 200 quilos de pescado, sendo a maioria da espécie pirarucu, que tem a pesca proibida em Goiás.

Em todo o Vale do Araguaia, foram registradas duas grandes apreensões, em Bandeirantes e em Nova Crixás. O material predatório apreendido inclui 62 redes, 26 tarrafas, 209 pindas, 62 espinhéis, 110 cambuís, 4 arpões, 14 armas e 2 freezers. Segundo o presidente da Agência Ambiental de Goiás, Paulo Souza Neto, o turista que vai ao Araguaia está respeitando mais as normas ambientais. A portaria que instituiu a cota zero do transporte do pescado tem sido respeitada pelos turistas e contribuído para que ictiofauna do Araguaia consiga manter o equilíbrio necessário para a sua sobrevivência.

Ibama intensifica elaboração de Planos de Manejo em Unidades de Conservação

IBAMA – A diretoria de Ecossistemas do Ibama espera contratar até o final do ano a elaboração de 40 planos de manejo em unidades de conservação sob sua responsabilidade (incluindo revisões obrigatórias a cada cinco anos). As prioridades são: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, reservas biológicas, e estações ecológicas, informou a coordenadora de planos de manejo em UC, Inês de Fátima Oliveira Dias.

Através de portaria o presidente do Ibama, Rômulo Mello, aprovou recentemente a revisão dos planos de manejo dos parques nacionais de Iguaçu/PR, do Araguaia/GO, de Bocaina/divisa SP-RJ, e de Ibajara/CE, disponíveis no Centro Nacional de Informação Ambiental (Cnia/Ibama) e na página eletrônica do Instituto: www. Ibama.gov.br.

Plano de manejo é um documento técnico contendo o zoneamento e as normas ambientais para o uso correto da área e dos respectivos recursos naturais, além da indicação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade de conservação.

Participam do processo elaboração de um plano de manejo todos os envolvidos: comunidade local, prefeituras e ongs – descentralização considerada fundamental por Inês Dias para conscientizar o máximo de pessoas (públicas e privadas) sobre a importância de preservar e unidade de conservação para as futuras gerações.

Corpo do ex-deputado Mário Juruna será sepultado em Mato Grosso

Agência Brasil – ABr – O corpo do ex-deputado e cacique xavante Mário Juruna está sendo velado no salão Negro do Congresso. A família ainda não definiu o horário em que o corpo será transladado para a aldeia Namunkurá, no município de Barra do Garça, em Mato Grosso. Juruna morreu em consequência de diabetes ontem à noite, no Hospital Santa Lúcia em Brasília. Ele tinha 62 anos, deixa 11 filhos e, segundo sua filha Samantha, “uma aldeia de netos”.

Mário Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro em 1984. No governo de Ernesto Geisel, ficou conhecido por ter gravado uma conversa com o presidente da Funai, que lhe fizera algumas promessas e depois desmentira o cacique. Mas Juruna ligou o gravador, revelando à imprensa a conversa que confirmava as promessas do dirigente. O ex-deputado vivia na cidade-satélite do Guará, no Distrito Federal, e recebia pensão especial aprovada pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Representantes de diferentes nações indígenas prestaram homenagens a Mário Juruna durante o velório no Congresso, sem a presença de parlamentares, que estão de férias. Nas primeiras horas da manhã, o secretário de Estado de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Paulo Sérgio Pinheiro, foi ao local, onde era aguardado o presidente do PDT, o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

O cacique kaipó Raoni, e alguns índios dançaram em homenagem ao cacique xavante. “É uma dança muito triste para um amigo, mas é alegre porque ele vai se juntar aos outros chefes”, disse Raoni. A filha do cacique, Samantha, disse ainda que os filhos e netos “continuarão a luta de Juruna pelo fim do preconceito e pelos respeito aos povos indígenas”.

Célia Scherdien
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GM

Funasa cria atendimento de prevenção ao alcoolismo e suicídio entre índios de MS

Agência Brasil – ABr – A Fundação Nacional de Saúde em Mato Grosso do Sul, Funasa, a pedido dos índios Guarani Kaiowwa criará um trabalho de atendimento e prevenção ao alcoolismo e ao suícidio.

O antropólogo Miguel Foti, de Brasília. está em Mato Grossso do Sul há mais de seis meses, acompanhando todas as aldeias dos Guaranis Kaiowwa. O suicídio entre os índios dessa etnia é freqüente no estado de Mato Grosso do Sul, registrando os primeiros casos em 1983. Segundo dados da Funasa, no ano passado, 42 índios morreram e, neste ano, nos quatro primeiros meses foram registrados 27 casos de suicidio.

Os índios Guarani Kaiowwa estão realizando rezas desde ontem e encerram amanhã com pedidos de redução do alcoolismo e do suícidio e que todo o mau seja estirpado. Os indígenas discutem durante os dias com as lideranças formadas por conselhos indígenas diversos problemas sociais. Durante à noite eles dançam e cantam.

Marília de Castro
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STF

Guaranis-Kaiowás de MS fazem pajelança para pedir proteção

Agência Brasil – ABr – Técnicos da Fundação Nacional de Saúde e representantes dos conselhos indígenas assistem, neste instante, em Dourados (MS), a pajelança de pajés e caciques da etnia dos Guarani-Kaiowá das aldeias de Mato Grosso do Sul. Começou, há pouco, os Jeroky, danças e cantos da segunda noite da pajelança, que só termina nesta sexta-feira.

De acordo com o antropólogo da Funasa, Miguel Foti, a musicalidade dos índios Kaiowá é admirável. “É um ritual que faz parte desse encontro e que é comum na cultura Kaiowá-Guarani”, diz. O cacique Getúlio Oliveira, da aldeia Jaguapirú, informou que o ritual é um pedido de benção e proteção para os povos indígenas. “Esse encontro é importante para nós porque reúne os pagés que tratam da cura dos nossos povos, principalmente das doenças ligadas à espiritualidade”. O ritual também cultua os antepassados e faz parte da cultura indígena.

A Fundação Nacional de Saúde apóia a reza dos Guarani-Kaiowá fornecendo alimentação e transporte. Até a noite de sexta-feira, indigenistas e técnicos da Funsa estarão tratando dos assuntos ligados à saúde e às questões sociais dos índios.

Marília de Castro
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CH

ndios contestam atividades de mineração em terras indígenas

Agência Brasil – ABr – O ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ramos Ribeiro, recebeu nesta quinta-feira líderes das nações indígenas Xavante (MT), Terena (MS), Kaiapó (PA), Waurá (MT) e Xokleng (SC). Os índios manifestaram ao ministro o descontentamento com o projeto de lei do senador Romero Jucá, (PSDB/RO), que autoriza a mineração em terras indígenas. Com a aprovação desta lei os índios terão direito a apenas 2,5% de todo o recurso arrecadado com a mineração.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Segundo a presidente do Conselho Nacional de Mulheres Indígenas, Mirian Terena/MS, o projeto de lei não foi discutido com as comunidades indígenas. “Somos contra este documento”, disse Terena. Durante entrevista, Mirian ressaltou que as comunidades querem criar um conselho indígena para atuar dentro da Funai com o objetivo de acompanhar os projetos e os recursos que chegarem ao órgão. Segundo o cacique Raoni Metyktire Txucarramãe, o projeto de lei pode acabar com as nossas terras e poluí-las.

RE
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CH

Morre o ex-cacique Xavante e deputado federal Mário Juruna

ROTA BRASIL OESTE – O ex-cacique Xavante Mário Juruna, de 58 anos, único índio brasileiro a assumir um mandato como deputado federal (1983-1987), morreu na noite dessa quarta-feira, em Brasília. Juruna sofria de diabetes e hipertensão e, há 15 dias, estava internado na UTI de um hospital da cidade, devido a complicações renais e um princípio de pneumonia. A saúde de Juruna já era debilitada há tempos, e há mais de cinco anos ele estava preso a uma cadeira de rodas, resultado de complicações da diabetes.


Representantes de diferentes nações indígenas participam do velório do cacique xavante e ex-deputado Mário Juruna, no Salão Negro do Congresso Nacional. Foto: José Cruz / ABr

O cacique foi velado durante toda a manhã de quinta-feira, dia 18, no Salão Negro da Câmara dos Deputados. Índios Kaiapó e Xavante prestaram sua homenagem, assim como o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, antigo companheiro de partido de Juruna. “A gente fica muito triste, a família toda rapa a cabeça e fica dentro de casa muito tempo”, explica o cacique Cipriano Xavante.

No fim da tarde, o corpo deve seguir em um avião da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a tribo xavante Namunkurá, em Barra do Garças, Mato Grosso, onde será sepultado. O corpo será enterrado cerca de 100m do centro da aldeia, numa cerimônia rápida e simples.

Casado três vezes, pai de 14 filhos, Juruna morava no Guará, cidade-satélite de Brasília, e recebia do PDT uma ajuda de custo de cerca de R$ 3 mil. Recentemente, ele estava pleiteando uma pensão junto ao governo federal, similar a que recebe Orlando Villas-Bôas.

A vida política do cacique

Juruna ficou famoso por andar em Brasília com um gravador em punho para gravar as promessas feitas pelos políticos – segundo ele, mentirosos – para as reivindicações indígenas.

Suas andanças pelos corredores do Congresso começaram em meados da década de 1970, quando veio à Brasília pedir roupas e calçados para sua aldeia. Em 1980, ele ficou conhecido mundialmente ao ser o delegado dos índios do Brasil no Quarto Tribunal Bertrand Russel, realizado na Holanda.

Quando foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, Juruna tornou-se ainda mais combativo e foi uma importante voz a defender a gestão de índios em assuntos indígenas. Para ele, a administração da Funai deveria estar sob os cuidados dos maiores interessados no trabalho da instituição, os próprios índios.

Protestos

O cacique kaiapó Raoni aproveitou a cerimônia para exigir mais atenção para os direitos indígenas. Emocionado, ele gesticulava muito e reclamou mais uma vez do projeto de lei de mineração do senador Romero Jucá (PSDB-RR). “Este projeto acaba com nossa terra, nossa, dos índios e dos brancos”, afirma. “Quero preservar terra para nossos netos”.

Cirpiano Xavante, companheiro de Juruna, também fez críticas à atuação do governo. “Todos os índios têm sentido que empresários estão tirando coisas nossas, madeira, ouro, água” diz. Ele concorda com Raoni quanto ao projeto de mineração e acredita que se a lei for aprovada “vai haver muita morte”.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Os indígenas tiveram uma audiência com o ministro da justiça, Paulo Tarso Ribeiro, de quem cobraram ações práticas e apoio para a Fundação Nacional do Índio (Funai). “Índio quer é estudar para entender a cultura do branco e cuidar dele próprio”, cobrou Cipriano. “A gente quer um indígena como presidente da Funai. Ela tem de ser forte, cuidando da saúde, educação e tudo.”, completa Raoni.

Bruno Radicchi e Fernando Zarur

Seminário discutirá ecoturismo em Bonito, MS

Agência Brasil – ABr – O I Seminário de Meio Ambiente, em Bonito (MS), será marcado por conferências e debates que discutirão o ecoturismo. Pesquisadores, biólogos, professores, representantes do poder público, ONGs, profissionais de turismo e comunidade em geral estarão trocando experiências, apresentando propostas e buscando soluções para as questões ambientais de Mato Grosso do Sul. Como parte da programação será promovido o 3º Festival de Inverno.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, Ivan Baptiston, os recursos naturais fizeram de Bonito um dos locais mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. E o desafio que se coloca é a organização dessa vocação, tendo como meta a exploração sustentável. O ecoturismo já alavanca o maior fluxo de turistas da Europa, Estados Unidos e Japão, por isso, será o foco central dos debates. A qualidade da água dos rios é o primeiro tema a ser tratado durante o seminário, na próxima semana, na sede do Conselho Municipal de Turismo.

Marília de Castro
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CH

Começa hoje Caminhada Ecológica no Araguaia

AGECOM – A Caminhada Ecológica começa hoje com os 25 atletas percorrerendo 10 cidades na rota do Araguaia. Pela primeira vez, a Secretaria de Estado da Educação, através do Programa de Desporto Educacional, vai coordenar a caminhada em parceria com a Organização Jaime Câmara. O projeto está na sua 11ª edição e os atletas vão percorrer 310 quilômetros de Goiânia a Aruanã. A partir de Faina, os esportistas serão hospedados em escolas da rede pública. Foi feito o primeiro contato com os diretores para que os alunos recepcionem os atletas, entrevistando-os e desenvolvendo atividades artísticas. A caminhada termina dia 21.

Funasa promove oficinas sobre imunização de indígenas em Manaus

Agência Brasil – ABr – A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está realizando oficinas em todo o país para discutir o programa de imunizações voltado para a população indígena. Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações da Funasa, Maria de Lourdes Maia, a maioria das aldeias não tem recebido assistência necessária para que haja o controle de doenças. “Essa questão precisa ser revista imediatamente. No mínimo, 60% das aldeias indígenas precisam ser imunizadas para que as epidemias seja controladas”, garantiu Maria de Lourdes, em entrevista à Radiobrás.

Para este mês estão previstas oficinas em Manaus (de 15 a 19) e em Belém (de 22 a 26); em agosto, em Maceió (de 5 a 9); e em setembro, em Campo Grande (de 2 a 6) e Cuiabá (de 9 a 13).

A primeira oficina realizou-se em Rondônia, no dia 5, com a participação de chefes de distritos sanitários, organizações não-governamentais, técnicos de secretarias estaduais de Saúde e membros da Sociedade Brasileira de Pediatria. Os principais assuntos discutidos no encontro foram como superar as dificuldades da cobertura vacinal nas aldeias indígenas e como armazenar dados relativos à saúde dos índios.

Ana Paula M. Marra
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GM