Estudo avalia impacto das queimadas e desmatamento no clima amazônico

Agência Brasil – ABr – Durante setembro e outubro próximos, pesquisadores de várias instituições brasileiras, em colaboração com instituições de pesquisa estrangeiras, estarão envolvidos em uma grande campanha científica no estado de Rondônia para estudar os impactos das queimadas e desmatamento durante a fase de transição do período de seca para o chuvoso.

O tema foi apresentado hoje, no terceiro dia da II Conferência Científica Internacional do Experimento de Grande Escala da Biofesra-Atmosfera na Amazônia (LBA), que se realiza em Manaus (AM). A pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Maria Assunção Dias, responsável pelo Física do Clima, um dos sete componentes do LBA, ressaltou que em áreas desmatadas, convertidas em pastagens, a chuva cai em menor quantidade em relação a regiões de floresta. Segundo ela, a floresta amazônica depende da chuva para se manter. Em contrapartida, a floresta contribui na formação de chuva, resultando um equilíbrio natural perfeito. “Trocar áreas de floresta por pastos altera essa sintonia. Entre as principais
conseqüências desta alteração está a mudança no regime de chuva na região”, ressaltou.

Até a implementação dos projetos do LBA, em 1998, diversas campanhas científicas foram feitas na região focando o período de seca. Em 1999, o LBA realizou uma grande campanha em Rondônia, com o objetivo de coletar dados durante o período chuvoso, quando se constatou um menor volume de chuva em áreas impactadas pela ação do homem. Desta vez, afirma Maria Assunção, “a idéia é centralizar os estudos no período de transição entre os dois períodos (de seca e chuva), ampliando a coleta de dados e o número de parâmetros atmosféricos sobre este processo.”

A campanha terá financiamento de R$ 2,7 milhões, sendo R$ 1 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), R$ 1 milhão da Comunidade Européia, R$ 500 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e R$ 200 mil da agência espacial norte-americana Nasa. Em janeiro de 2003, acrescenta a pesquisadora, será realizada outra campanha, denominada “Jatos de Baixo Nível Sul-americanos” (SALLJ), que estudará a influência de correntes de umidade, que percorrem um corredor ligando a Bacia do Prata à Bacia Amazônica, para o clima da região.

O projeto LBA é uma cooperação internacional liderada pelo Brasil, sob coordenação da Secretaria de Políticas e Programas de Ciência e Tecnologia (SEPCT), do MCT, com o objetivo de criar conhecimentos científicos acerca do funcionamento do ecossistema amazônico. O Experimento LBA está dividido em sete componentes principais: Clima Físico; Ciclos Biogeoquímicos; Química da Atmosfera; Ciclagem e armazenamento de Carbono; Hidrometeorologia; Uso e Cobertura da Terra; e Dimensões Humanas. (Ubirajara Jr, com informações do LBA)

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ndios Cinta Larga querem plano de manejo para extrair madeira da reserva em Mato Grosso

IBAMA – A comunidade indígena dos Cinta Larga quer a autorização do Ibama para elaborar e aplicar um plano de manejo com o objetivo de explorar madeira de forma sustentada na reserva localizada no município de Juína, em Mato Grosso. A decisão foi tomada após o início da Operação Gnomo, desencadeada pelo Ibama em conjunto com a Polícia Federal sob a coordenação do Ministério Público Federal. A operação abrange os municípios de Juína, Juruena e Aripuanã. Até a última segunda-feira, 8, já haviam sido lavrados 63 autos de infração e apreendidos 25,7 mil metros cúbicos de madeira. As multas aplicadas somavam, até então, R$ 7,7 milhões.

De acordo com o documento protocolado pelos Cinta Larga, a solicitação de manejo está baseada na Medida Provisória nº 1.956-54 que regula a exploração dos recursos florestais em terras indígenas. Em seu Artigo 3º, a MP diz que a exploração dos recursos florestais em terras indígenas somente poderá ser realizada pelas comunidades em regime de manejo florestal sustentável com o objetivo de atender à sua subsistência. Na solicitação, os Cinta Larga alegam a preocupação com o futuro da comunidade no que diz respeito à sobrevivência do grupo.

De acordo com o texto do documento os Cinta Larga afirmam que passam sérias dificuldades de subsistência e que percebem que a floresta vem sendo devastada de forma clandestina em toda Amazônia, “causando enormes impactos ambientais, alterando a flora e a fauna”. A partir do manejo sustentável, dizem eles, a floresta poderá ser explorada de forma racional com baixíssimo índice de impacto ambiental, visando atender às necessidades básicas da comunidade. No texto, os Cinta Larga também se referem a uma reunião mantida pelos índios Kaiapó, com os então ministros do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e da Justiça, José Gregori, no município de Parauapebas, no Pará, onde foi discutida a questão da exploração sustentável de madeira na Amazônia. “Como conseqüência, os índios Kaiapó-Xikrin tiveram aprovado projeto que prevê a retirada de até sete mil metros cúbicos de madeira por ano de sua reserva, quantitativo correspondente a 10% do seu território. Dessa forma, abriu-se jurisprudência e precedente extensivo para todo o desenvolvimento legal das Terras Indígenas com baixo impacto ambiental”.

Operação Gnomo Iniciada no início de maio, a partir da investigação de irregularidades cometidas na região – principalmente na Reserva Indígena Cinta Larga, onde um grande volume de madeira vinha sendo retirado nos últimos anos – a Operação Gnomo deverá durar cerca de 90 dias. Contando as toras já medidas, mas ainda não retiradas da reserva indígena, o volume corresponde a aproximadamente 750 caminhões do tipo carreta carregados”, comenta o gerente executivo do Ibama em Juína, Ramiro Juliano da Silva. O trabalho de fiscalização, considerado um sucesso entre a equipe do Ibama, está apresentando bons resultados nos aspectos ambiental e operacional.

Para o coordenador de campo da Operação Gnomo, Luiz Carlos Prestes Leite, o trabalho está conseguindo frear a degradação ambiental na região. “Em mais de 20 anos no Ibama, nunca vi uma operação com resultados tão positivos. Mesmo após inúmeras autuações e apreensões, nossa equipe anda de cabeça erguida na cidade, com orgulho de sermos servidores do Ibama, que está efetivamente cessando a degradação ambiental”, diz o agente. Segundo ele, a equipe, afinada com as diretrizes do Ibama, sabe que ainda tem muito para fazer na região e está coesa e disposta a levar o trabalho até o fim. “Estamos há cerca de 60 dias fora de casa, sem ver nossos familiares e mesmo assim podemos notar no rosto dos companheiros a satisfação de estar contribuindo para a conservação ambiental e conseguindo acabar com uma situação irregular que vinha se perpetuando no norte de Mato Grosso”.

Nesta primeira etapa da operação, além da reserva Cinta Larga, também estão sendo visitadas pela equipe de fiscalização as 46 madeireiras de Juína. Até a última segunda-feira, 26 delas já haviam sido vistoriadas. O gerente executivo do Ibama em Juína explicou que até agora apenas 10 planos de manejo para extração de madeira foram protocolados no órgão, mas que por falta de um ou outro documento, os mesmos encontram-se com pendências e ainda não foram liberados. “Assim que toda documentação for encaminhada poderemos liberar os planos de manejo e as madeireiras poderão trabalhar na legalidade, voltando a imprimir um ritmo forte à economia local”, concluiu Ramiro Silva.

MMA e Renctas lançam campanha de combate ao tráfico de animais

Assessoria de Comunicação MMA – O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, anunciou em(08/07) o lançamento da segunda etapa da Campanha Nacional de combate ao Tráfico de Animais Silvestres, que está sendo realizada em parceria com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). Com apoio do Programa Nacional de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, foram produzidos vídeos cartazes e folders que serão distribuídos, a partir do final do mês, para universidades, escolas, ONGs e centros de pesquisa.

O ministro informou, também, que irá propor aos ministros de Meio Ambiente ibero-americanos a criação de uma rede internacional de combate ao tráfico de animais silvestres. O objetivo é atacar o tráfico na sua ponta principal, a do consumo, conseguindo a cooperação dos países compradores para que possam inibir o comércio ilegal de animais. “É evidente que o sucesso dessas iniciativas depende dos entendimentos que o governo federal vem realizando no âmbito internacional, especialmente com os países que são os receptores da fauna silvestre que é contrabandeada do Brasil”, afirmou o ministro, que participa, a partir de quinta-feira, na República Dominicana, do II Fórum Ibero-Americano de Ministros de Meio Ambiente.

Entre os países que mais compram espécimes da fauna e flora brasileira estão so Estdos Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra, França. Segundo o coordenador geral da Renctas, Dener Giovanini, o tráfico de animais só perde para o tráfico de drogas e armas em volume de dinheiro. "Hoje no Brasil existem 400 quadrilhas especializadas que usam as mesmas rotas das drogas, movimentando com o tráfico internacional entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões”, disse.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, uma das grandes dificuldades de combate ao tráfico está em suas características de crime organizado, com a formação de redes que se espalham por diversos setores. Ele explicou que o MMA está articulando um grande esforço de fiscalização com as com polícias ambientais dos estados de maneira a formar uma rede de fiscalização da fauna e do tráfico de fauna com mais de 5 mil fiscais.

Carvalho anunciou, ainda, a criação de uma rede de unidades do Ibama nas áreas de fronteira que terá como uma de suas missões inibir o tráfico de animais silvestres. “Além disso, estamos fortalecendo a atualização do Ibama nas áreas de captura para que possamos no curto prazo inibir o processo de captura e comercialização ilegal e, no médio prazo, reverter esse quadro de utilização ilegal da fauna e flora brasileira”, destacou o ministro.

Brasil de Tordesilhas

Agência Brasil – "O Brasil é um país de dimensões continentais". Este é um jargão infinitamente repetido. Mas, na certa, nem todo brasileiro tem idéia do tamanho, da riqueza e dos ecossistemas que integram o território nacional. Agora, o público de Brasília terá oportunidade de tomar contato com tudo isso por meio da fotografia.

Até o dia 14 de julho, estará montada, no Salão Negro do Congresso Nacional, a mostra Brasil de Tordesilhas, com imagens captadas pela lente de Zig Koch.

Brasil de Tordesilhas faz parte de um grande projeto que irá circular por diversas cidades do País. De Brasília, a mostra segue para o Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e São Paulo. Trata-se de uma belíssima documentação, aérea e terrestre, de uma grande parte do território brasileiro. A coleção exposta foi selecionada a partir de aproximadamente 10 mil cromos produzidos por Zig Koch. Chegou-se a um total de 80 imagens, ampliadas em tamanho variado.

A idéia é buscar uma nova abordagem do patrimônio natural brasileiro. O enfoque proporcionado pela fotografia aérea, a partir dos limites traçados pelo Tratado de Tordesilhas, permite uma visualização única da grandiosidade dos recursos naturais brasileiros e de sua importância para a sobrevivência dos principais ecossistemas do País – Floresta Atlântica, caatinga e cerrado – que têm características singulares e se encontram ameaçados (a Floresta Atlântica, por exemplo, já perdeu cerca de 93% de sua mata original).

As imagens registram a área compreendida entre a antiga linha imaginária do Tratado das Tordesilhas e o Oceano Atlântico, tendo como pontos de referência os principais rios brasileiros e alguns trechos do litoral de difícil acesso e, por isso, ainda imunes à ação do homem, mantendo-se sem grandes alterações desde o tempo do descobrimento.

Governo intensificará fiscalização para combater tráfico de animais silvestres

Agência Brasil – ABr – O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, disse há pouco, depois de lançar a campanha nacional de combate ao tráfico de animais silvestres, que será a curto prazo intensificada a fiscalização tanto nas áreas de captura como nas rotas de tráfico que estão sendo mapeadas, no trabalho que está sendo desenvolvido pelo Ministério com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).

O coordenador geral da Renctas, Dener Giovanini, informou que as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, são onde ocorrem o maior número de capturas de animais que são levados para o Rio de Janeiro e São Paulo, e depois transportados em navios e aviões para os países da América Latina e Caribe, de onde são transportados para a Europa e a Ásia.

Nelson Motta
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rgãos ambientais se unem na Operação Araguaia – 2002

IBAMA – Quatro órgãos ambientais estão mobilizados para a Operação Araguaia 2002, que vai até a primeira semana de agosto. O Ibama, o Batalhão Florestal da Polícia Militar, a Dema e a Agência Ambiental do Estado de Goiás utilizarão barcos, automóveis e um helicóptero – com capacidade para 7 pessoas e autonomia de 4 horas para sobrevôo – para fiscalizar as praias que se formam ao longo do rio nessa época do ano. As praias são atração turística nacional e recebem anualmente milhares de visitantes. O objetivo da operação é evitar a degradação ambiental e orientar a prática do turismo sustentável. (Veja abaixo as normas de convivência com o rio Araguaia)

As bases da operação, estruturadas com pessoal e equipamentos, ficarão montadas nos municípios de Aragarças, Aruanã, Bandeirantes e Luiz Alves. O trabalho ficará sob a coordenação geral do Ibama, que disponibilizará também técnicos e fiscais, além de lanchas, canoas, camionetes, GPS e radio-amadores.

A Delegacia Estadual do Meio Ambiente-DEMA contará com a participação de uma equipe de policiais formada por delegado, agentes, escrivão e perito. A Dema estará equipada com lancha , lap top, carros, binóculos e GPS. Haverá também a presença de peritos em 13 pontos das cidades ribeirinhas. O Batalhão Florestal-BPMF contará com policiais militares, viaturas, barcos, motos e GPS. O monitoramento das águas será feito pela Agência Ambiental de Goiás para evitar a degradação do rio. A agência terá a participação de servidores habilitados, lanchas, canoas motorizadas, camionetes, Global Start, binóculos com visão noturna à longa distância, GPS e carros de apoio.

Durante a operação, serão cobertos 750 quilômetros do rio Araguaia, além de outras áreas onde o fluxo turístico é intenso durante as férias de julho, como é o caso do lago de Serra da Mesa, Canabrava, Corumbá e lago dos Tigres, em Britânia. Outra operação será desenvolvida pela Agência Ambiental em Caldas Novas e no Parque de Terra Ronca.

<b>Educação Ambiental </b>

O trabalho de Educação Ambiental do Ibama para a atual temporada de férias no Araguaia será desenvolvido pelos educadores ambientais do Projeto Quelônios do Araguaia-RAN/IBAMA e do Escritório Regional do Ibama em São Miguel do Araguaia. O objetivo é atingir principalmente as comunidades residentes nos municípios de Luiz Alves, Bandeirantes e São Miguel do Araguaia e os turistas que estiverem na região.

O projeto começou em 1996 e já capacitou 120 pessoas em Educação Ambiental e Ecoturismo, tendo como um dos resultados as normas de convivência com o rio Araguaia.(Leia abaixo). Segundo os educadores ambientais do Ran/Ibama, com o trabalho desenvolvido, os turistas e a população local começam a demonstrar um comportamento ecologicamente mais correto. A idéia é que, para o ano que vem, os moradores e os turistas sejam os multiplicadores do projeto de sensibilização para a preservação ambiental no rio.

<b>Normas de Convivência com o rio Araguaia -Temporada de 2002.</b>

Na instalação de acampamentos, não use recursos vegetais na região. Use estrutura metálica, bambu e madeira beneficiada. 2. Todo material do acampamento deverá ser retirado no final da temporada, deixando a praia limpa. 3. O lixo deverá ser separado. Enterre o orgânico no barranco longe da margem do rio. 4. O lixo reciclável (plástico, papel, lata, vidro) deverá ser levado de volta para a cidade, ou depositado em locais determinados. 5. Na construção de sanitários, use material degradável no escoramento da fossa ( balaios, caixotes, traçados de palha, tábuas, bambus etc). “Não é permitido uso de tambores”. 6. É proibida a prática de cimentados nas praias e margens do rio.7. Não use foguetes, pois eles afugentam os animais e podem provocar incêndios. 8. Instale abafadores nos motores dos geradores a fim de diminuir a poluição sonora e desligue-os sempre que possível. 9. Pesque somente com linha de mão, caniço ou molinete. Não use material predatório. Obedeça a Lei de Pesca. 10. Caçar é crime. Não mate nem aprisione animais silvestres. 11.

Para que o acampamento receba o Certificado de Parceiros é necessário cumprir as normas de convivência; b) participar da reunião na praia ou acampamento; c) avaliação técnica da percepção ambiental no acampamento ou na praia; d) não ser pego em nenhuma ação predatória; e) participar da reunião dos acampantes em Goiânia. 12. O acampamento deve ter identificação através de faixas ou placas.

A novidade na área de Educação Ambiental para este ano são as trilhas que os moradores Sr. Joel e Valdomiro fizeram no município de Luiz Alves após terem sido capacitados pelo curso do Ibama. Eles acompanharão os turistas nas trilhas e darão todo o suporte para que tenham um bom aproveitamento do passeio.

É importante que os acampamentos sejam montados dentro de áreas estabelecidas criteriosamente pelo Ibama para se evitar danos à fauna local. Serão também aplicadas multas para pessoas que construíram casas em locais situados dentro das áreas de preservação permanente. O auto de infração será feito imediatamente. Com relação à pesca esportiva, o turista poderá pescar para consumo local com a devida licença de pesca, porém não terá o direito de transportar o seu pescado.

Ibama apreende sete mil toras de mogno no Rio Xingu

IBAMA – Fiscais da Operação Tupiniquim, do Ibama, com base em Tucumã, a 1000 Km de Belém, região Sul do Pará, encontraram sete mil toras (18 mil metros cúbicos) de mogno na localidade de Caxangá, a 40 quilômetros do município de São Félix do Xingu, na região Sul do Estado, a 1.100 quilômetros da capital Belém. Segundo fontes na região, a derrubada foi feita por empreiteiras contratadas pelos madeireiros Osmar Ferreira e Moisés de Carvalho, conhecidos na região como os "Reis do Mogno". A madeira avaliada em oitenta milhões de reais foi extraída ilegalmente da reserva indígena dos Kayapó, localizada na margem esquerda do Rio Xingu. Em vários pontos do rio há pessoas armadas vigiando a madeira e estradas foram abertas para retirada das toras em direção a serrarias clandestinas no município de São Félix do Xingu. Segundo técnicos do Ibama, sete mil toras representam a exploração irregular de cerca de quatro mil hectares de floresta, degradação de ecossistemas e danos irreversíveis à biodiversidade da região.

As imagens inéditas da maior apreensão de mogno em toda a história do Ibama, cerca de 1,5 km de madeira amarrada em forma de jangadas à margem do Rio Xingu, foram feitas pela equipe de técnicos da Acesa Produções Ltda – empresa cinematográfica do cineasta Sérgio Bernardes, do Rio de Janeiro. Bernardes está produzindo o filme Muiraquitã que registra a destruição de florestas no País, além da atuação dos órgãos ambientalistas na região amazônica. No momento em que o Ibama está discutindo junto aos segmentos organizados da sociedade sobre o futuro do mogno, agentes do órgão que estão realizando a operação Amazônia Fique Legal, no sudeste e sul do Pará, comprovam novas irregularidades por parte de madeireiros quanto à exploração do mogno na região.

<b>Desmatamento</b>

Fiscais do Ibama detectaram um desmatamento de 200 hectares às margens do Rio Xingu, que esta sendo feito pela mineração Mucambo (ex-mineradora Canopus). Segundo o Código Florestal, áreas próximas a rios, lagos e igarapés não podem ser desmatadas, por serem consideradas Área de Preservação Permanente. Segundo o engenheiro florestal Norberto Neves, está sendo difícil identificar os autores dos desmatamentos. Mesmo assim, seis autos de infração já foram feitos em uma semana de operação em fazendas nas regiões de Tucumã, São Felix do Xingu e Ourilândia do Norte. As multas já ultrapassam os 500 mil reais. Foram apreendidas 10 moto serras e equipamentos de desmate como foices e facões. A face cruel do desmatamento vem de denúncia que está sendo apurada pelo Ibama de que a madeireira IMPA, que fica a 70 quilômetros de Tucumã, derrubou centenas de árvores de mogno em 30 hectares de sua propriedade. A empresa assumiu compromisso com o Ibama para o replantio de mogno em sua área. Dez anos depois a empresa resolveu derrubar tudo e queimar. A área de 30 hectares está sendo preparada para pastagem com o sacrifício de centenas de árvores de mogno.

Ecossistema amazônico é tema de conferência

Agência Brasil – ABr – A 2ª Conferência Científica Internacional do Projeto LBA começa hoje, no Centro de Convenções Studio 5, em Manaus (AM). Participam dos debates cientistas do Brasil e do exterior. O objetivo é discutir o ciclo do carbono na Amazônia, o papel dos aerossóis e as queimadas e a alteração dos usos da terra e da cobertura vegetal. Na abertura da conferência, o presidente do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP), Guy Brasseur, fará palestra sobre “A Amazônia e o Meio Ambiente Global”.

O Projeto LBA (Large Scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazônia) é um programa de cooperação, liderado pelo Brasil, que tem por objetivo criar novos conhecimentos científicos sobre o funcionamento do ecossistema amazônico.
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Índios recebem orientação sobre saúde, em Goiás

Agência Brasil – ABr – Os 122 índios karajá da aldeia Buridina, no município de Aruanã, Goiás, estão participando de uma série de atividades de educação em saúde para prevenir doenças sexualmente transmissíveis e aids (DST/Aids), alcoolismo, uso de drogas e gravidez precoce.

Além de informações sobre estes temas, os indígenas recebem orientação sobre saneamento e hábitos de higiene. As atividades são promovidas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), órgão executivo do Ministério da Saúde (MS). O trabalho, que se estende até o dia 17, objetiva evitar as influências negativas do turismo no cotidiano da comunidade indígena.

A ação conta com a parceria da Secretaria de Saúde do município e envolve técnicos das áreas de saneamento, epidemiologia e educação em saúde. Entre as atividades programadas, constam a realização de palestras, distribuição de preservativos, apresentação de peças teatrais e vídeos sobre os temas abordados.

O material didático usado, como cartilhas, cartazes e folderes, foi traduzido para a língua karajá. O nome do projeto também está na língua nativa: Awire Sohè. Trata-se de uma saudação indígena que eqüivale ao cumprimento "tudo bem!".

Também foram preparadas palestras sobre o destino adequado para o lixo doméstico, a importância do consumo de água tratada e do uso das instalações sanitárias. Essas orientações propiciarão o melhor aproveitamento, pela comunidade, dos sistemas de água e esgoto implantados no local pela Funasa, além do serviço de coleta pública de lixo, disponibilizado pelo município. A Fundação irá instalar 18 lixeiras próximas às residências dos índios com capacidade para 100 litros cada.

Todos os anos o fluxo de turistas para o estado de Goiás aumenta significativamente durante a temporada de praias no rio Araguaia, nos meses de julho e agosto, período de estiagem na região Centro-Oeste. O contato com alguns turistas indesejados contribui para a disseminação de hábitos insalubres entre os índios, como o consumo de álcool e drogas.

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Expociência divulga produção científica e tecnológica

Agência Brasil – ABr – Durante a 54ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de amanhã (7) até dia 12, em Goiânia, se realiza a 10ª Expociência, cujo objetivo é divulgar a produção científica e tecnológica de universidades, institutos de pesquisa e empresas dos setores público e privado.

A iniciativa visa também aproximar empresas de base tecnológica, segmentos governamentais e acadêmicos e, a partir desse entrosamento, estimular a geração de negócios, além de propiciar oportunidade de interação entre os setores científico e tecnológico envolvidos na questão da produção de conhecimento e transferência para o setor industrial.

Observatório Nacional (ON), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) são algumas das unidades de pesquisa vinculadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que participam da Expociência.

O ON, que está completando 175 anos, mostrará trabalhos e resultados obtidos nas áreas de astronomia e astrofísica, geofísica e tempo e freqüência. Será apresentada a homepage do ON, a revista eletrônica da instituição e ainda será lançado o site Brincando com Ciência, voltado para crianças e adolescentes.

A mostra do INT aborda quatro temas: Gás Natural; Uso eficiente de energia (com maquete de uma casa e as medições de consumo de energia elétrica gasto pelos utensílios domésticos); Prototipagem Rápida e INT 80 anos. O Inpa mostra as belezas da região amazônica, com painéis temáticos do Bosque da Ciência, de peixes comerciais, da flora e água; coleção de insetos; amostra de madeiras da amazônia; couro de peixe; bicomposto de madeira e frutos tropicais.

Quem ainda não teve a oportunidade de ver um satélite poderá conhecer toda sua estrutura a partir das três maquetes que o Inpe montou. Três modelos de artefato estarão expostos: CBERS, SCD-2 e Masco.

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