ndios mantêm reféns funcionários de prefeitura no MS

Agência Brasil – ABr – Cerca de 300 índios da aldeia Córrego do Meio mantém desde ontem à noite dois funcionários da Prefeitura de Sidrolândia reféns enquanto esperam a presença do prefeito Enelvo Felini. Os índios querem explicações sobre a demissão do diretor da escola, Samuel Dias, que também é morador da aldeia. Eles alegam falta de explicações e acham que houve motivação política.

Os funcionários e membros da comunidade estão na escola. Nela funcionam turmas de 5ª a 8ª séries em dois turnos. O administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Justino, já sabe do problema na aldeia Córrego do Meio. Ele informou que na região, é freqüente a iniciativa dos índios de fazerem pessoas reféns para protestar e chamar a atenção do poder público.

Marília de Castro
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STF

Governo acerta detalhes para implantar Centro de Biotecnologia da Amazônia

Os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, e do Meio Ambiente, José Carlos de Carvalho, reuniram-se hoje, no Ministério do Desenvolvimento, para acertar os
detalhes da implantação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus. Segundo Sardenberg, o Executivo pretende nomear uma equipe de pesquisadores para apresentar propostas de projetos que serão desenvolvidos no CBA.

O instituto de pesquisa, que está em fase final de construção, funcionará como um complexo de laboratórios voltados para a biodiversidade da região. A expectativa do governo federal é que o centro de estudos crie condições para que novas empresas passem a investir nos setores farmacêutico, cosmético, alimentício, de bioinseticidas, de óleos essenciais e de corantes naturais. "Esperamos que o CBA comece a operar já a partir do fim deste ano", afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia. Inicialmente, foram investidos R$ 14 milhões na construção do complexo.

Habitare lança CD-Rom sobre moradias sustentáveis

Agência Brasil – ABr – Empreendimentos habitacionais construídos sob a ótica da sustentabilidade é o tema central da obra digitalizada “Habitação e meio ambiente – abordagem integrada em empreendimentos de interesse social”, recém-lançada pelo programa Habitare, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O CD-Rom faz parte da série Coleção Habitare, voltada à edição de publicações que trazem resultados de pesquisas nas áreas de inovação tecnológica, utilização de resíduos na construção e proposição de critérios de urbanização, entre outras. O CD mostra também exemplos de como prevenir e reduzir o impacto ambiental decorrente de construções habitacionais, em todas as fases, planejamento, construção e ocupação. Interessados no material arcam só com os custos de remessa e quem estiver em São Paulo pode pegar seu exemplar, gratuitamente, na livraria do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Lana Cristina
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LCC

Decifrados genomas do parasita e do mosquito da malária

Agência Brasil – ABr – Um consórcio internacional de cientistas anunciou ter decifrado o genoma do parasita que causa a malária, o Plasmodium falciparum, e o do mosquito responsável pela transmissão da doença, o Anopheles Gambiae. Os genomas foram publicados, respectivamente, na “Nature” e na “Science”, as duas maiores revistas de divulgação científica do mundo.

A descoberta foi possível pela colaboração entre o Programa de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR), da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Fundação MacArthur e o Instituto Pasteur, um esforço que envolveu mais de 160 pesquisadores em dez países.

“É um momento extraordinário na história da ciência. Pela primeira vez temos informações do homem, vítima da doença, do parasita e do inseto”, afirmou o responsável pelo TDR, o brasileiro Carlos Morel, ex-diretor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A malária (“mau ar” em italiano) predomina em regiões úmidas e próximas ao mar, afeta entre 300 e 500 milhões de pessoas e provoca entre 1,5 e 2,7 milhões de mortes ao ano. Nove em cada dez dessas mortes ocorre na África, a um ritmo de uma morte a cada 10-12 segundos.
Há apenas três anos, os bancos de dados continham menos de dez genes completos deste mosquito. Hoje, os cientistas dispõem de uma base de dados com perto de 14 mil genes. Os pesquisadores dispõem agora de informações sobre a transmissão do parasita, a resistência do mosquito aos inseticidas e de suas capacidades olfativas (o que permitirá compreender porque o inseto é mais atraído por certas pessoas).

A notícia do seqüenciamento dos genomas é especialmente importante num momento em que os medicamentos antiparasitários perdem eficácia. Na última década, as campanhas de saúde pública contra a malária mostraram-se ineficazes pelo aparecimento de resistência aos medicamentos. Além disso, a utilização de inseticidas está limitada por questões relacionadas com o meio ambiente, recorda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar desses avanços no entendimento da doença, Morel assinala que, à semelhança do que tem acontecido no caso do genoma humano, será necessário tempo para que se comecem a utilizar os resultados provenientes desta pesquisa genética. “Mas temos agora informação suficiente para trabalhar 24 horas diárias com o objetivo de encontrar soluções que possam salvar milhões de vidas”, afirmou.

Hebert França com informações da Agência Lusa

Roraima deve eleger deputado federal indígena

Agência Brasil – ABr – O candidato indígena a deputado federal em Roraima, José Adalberto Silva, o Adalberto Makuxi (PCdoB), informou ainda há pouco, que se as eleições estivessem encerradas neste momento (13h45), ele estaria eleito. “Ainda faltam oito urnas do interior e acredito na minha vitória. Há uma candidata do meu partido com votação expressiva que está ajudando a minha eleição, disse o candidato Adalberto, que tem mais de 2.700 votos a seu favor. Se eleito, o índio Makuxi será o segundo deputado federal indígena na história do País e se elegerá no ano da morte de Mario Juruna, o priemiro, falecido em julho passado.

Adalberto Makuxi é um dos três candidatos indígenas a deputado federal no Brasil, porém o único com chances. Em Recife, Eviláseo Caroba (PPS/PE), índio Fulni-ô, teve uma votação inexpressiva com pouco mais de 200 votos. O outro candidato, Amanuá Kamaiurá, da Terra Indígena Parque do Xingu, ainda não pode avaliar sua candidatura. O candidato à 2ª suplência do Senado Federal, o índio Kaxinauá, Antonio Ferreira das Silva(PCdoB/AC), obteve êxito com a reeleição da senadora Marina Silva (PT/AC).

Este ano, o movimento indígena apresentou um crescimento significativo, com a candidatura de 19 indígenas em todo o País. Roraima foi o estado com maior número de candidatos indígenas (08), Mato Grosso (02), Mato Grosso do Sul (02), Acre (02), Rondônia (01), Pará (01),Santa Catarina (01), Distrito Federal (01), Pernambuco (01). (Simone Cavalcante)

Escritório do Ibama em Rondônia é incendiado

Agência Brasil – ABr – O escritório do Ibama, em Ariquemes (RO), foi incendiado na noite de ontem, uma semana antes do início de uma auditoria que iria investigar ações ilegais de madeireiros na região. Um vigia do Ibama foi rendido por um homem ainda não identificado, que provocou um incêndio no prédio, destruindo os processos que se encontravam na unidade. O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, reagiu. “Não vamos nos intimidar diante desta agressão. A nossa determinação de combate à derrubada e ao comércio ilegal da madeira vai continuar sendo cumprida com rigor”, disse.

O presidente do Ibama, Rômulo Mello, informou que a Polícia Federal vai abrir inquérito criminal para apurar as responsabilidades. Peritos do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foram deslocados para Rondônia para ajudar nas investigações. Segundo Mello, a auditoria marcada para a semana que vem, certamente iria apontar irregularidades em programas de manejo florestal. Os problemas já haviam sido detectados pelo Ibama que decidiu fazer um trabalho conjunto com o Ministério Público. “Ao lado da ação policial, estamos levantando junto a outras áreas do Ibama cópias de documentos que foram destruídos, na tentativa de recompor parte do material”, informou o presidente do Ibama.

Terenas bloqueiam rodovia em Mato Grosso

Agência Brasil – ABr – A Policia Rodoviária Federal informa que os índios Terena, cerca de 150, continuam bloqueando a BR-163, próxima a Rondonópolis, no Mato Grosso. O grupo está no local desde às 6 horas de hoje. O trecho é o principal acesso ao norte do país e fica na divisa com o Mato Grosso do Sul.

A Polícia Rodoviária Federal do município informou que há congestionamento de caminhões. Ontem, no início da noite, os mais de 150 índios haviam liberado o tráfego na rodovia, mas hoje decidiram voltar com o protesto. Eles reivindicam a desapropriação de uma área em Guiratinga e esta já é a quinta vez que os Terena bloqueiam a mesma rodovia neste ano.

Marília de Castro
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STF

ndios concorrem a diversos cargos nas eleições 2002

Agência Câmara – Pelo menos 21 representantes de tribos indígenas brasileiras participarão neste ano das eleições gerais. De acordo com dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os Tribunais Regionais Eleitorais registraram candidaturas de indígenas que vão disputar vagas nas Assembléias Estaduais, Câmara Federal e ao Senado. O estado com maior número de índios concorrendo ao cargo de deputado estadual é Roraima, com sete candidatos; seguido do Mato Grosso do Sul, onde três índios se candidataram. Em terceiro lugar vem o Mato Grosso e o Acre, com duas candidaturas cada. Apenas um representante de tribos concorre a cargos estaduais em Rondônia e no Pará.
Dois índios disputam o cargo de deputado federal nos estados de Roraima e de Pernambuco, enquanto o Senado registra apenas um representante indígena concorrendo a vaga de suplente.

Juruna

Na história política do País, a participação indígena ainda é pequena. O primeiro índio a se filiar a um partido político foi Mário Juruna, cacique xavante da reserva de São Marcos, no Mato Grosso, que chegou a Brasília no início dos anos 70 e ficou conhecido por registrar num gravador todas as promessas feitas por políticos. Juruna elegeu-se pelo PDT do Rio de Janeiro em 1982, com mais de 30 mil votos, mas não conseguiu emplacar um segundo mandato. O cacique que fez história na política brasileira morreu em julho deste ano em Brasília, vítima de diabete crônica.
Outros índios também se destacaram na política nacional defendendo os direitos de seu povo, entre eles Marcos Terena, Davi Yanomami e Davi Terena, este último chegou a disputar o governo do Distrito Federal em 1998.

Deputado defente cotas

O deputado Luiz Alberto (PT-BA), terceiro vice-presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias da Câmara, defende uma reserva de cotas para os índios na disputa política. Segundo Luiz Alberto, só assim eles garantiriam maior representatividade. “Eu defendo a reserva de vagas no parlamento para a população indígena, afro-descendentes e mulheres, a fim de que essa reserva garanta que os partidos apresentem seus candidatos. É muito injusto querer que um índio dispute uma eleição de deputado federal ou estadual, concorrendo com os votos da sociedade como um todo, que é uma sociedade muito preconceituosa. Com certeza ele terá muito mais dificuldade do que outras pessoas”.

Eleições Municipais

Nas eleições municipais de 2000, 80 dos 350 candidatos indígenas que se candidataram conseguiram se eleger. Um deles foi o prefeito da cidade paraibana de Baía da Traição, Marcos Antônio dos Santos Potiguara, que concorreu pelo PMDB à reeleição e é o único índio no País a administrar um município.

Por Tatiana Azevedo/ RCA

Funai constrói casa para hospedar índios em Brasília

Agência Brasil – ABr – Índios de todas as regiões brasileiras terão em breve local próprio para se hospedar em Brasília – o Centro de Cultura e Convívio dos Povos Indígenas. A casa a ser inaugurada até o início de novembro é uma iniciativa da Fundação Nacional do Índio (Funai), com o objetivo de oferecer um atendimento digno ao indígena em trânsito pelo Distrito Federal.

De acordo com o presidente da Funai, Artur Nobre Mendes, o novo espaço a ser consolidado, além de abolir o gasto com as hospedagens em pensões permitirá uma excelente acolhida aos índios. “O atendimento será personalizado, com horários agendados e atenção digna conferida aos cidadãos indígenas que vêm à capital da República tratar dos negócios e reivindicações de seus representados”, afirmou.

O Centro, localizado na Área Especial 9, da Quadra 3, na cidade-satélite de Sobradinho, terá capacidade para atender até 150 índios/dia. Segundo o assessor de imprensa da Coordenadoria Geral de Assuntos Externos da Funai, Fernando Ladeira, o espaço representará uma economia anual de R$ 1 milhão para a entidade.

A sede do Centro de Cultura e Convívio abrange 1.776 m2 de área construída em um total de 40.000 m2. A construção custou R$ 1.315. 217,00. Neste total, está incluído estacionamento, quadra de futebol de salão iluminada, urbanização da área, equipamentos para ginástica e cerca do terreno com estrutura metálica e alambrado.

O endereço indígena dispõe de 12 quartos com camas e cinco quartos com espaço para redes. Os aposentos têm capacidade para 11 ou quatro índios – a quantidade e o tamanho dos dormitórios respeitam as diferenças culturais dos povos. Os hóspedes terão lençóis, fronhas, toalhas e cobertores lavados e esterilizados três vezes por semana. No local existem disponíveis 20 banheiros, cozinha e refeitório, onde serão servidos café da manhã, almoço e jantar.

O Centro de Cultura e Convívio oferecerá quadra poliesportiva, sala de vídeo, biblioteca, museu com exposição permanente e até mesmo uma horta comunitária. O local será apropriado também para a produção cultural, favorecendo aos indígenas dedicarem-se à confecção de artesanato e a participação em cursos, que deverão ser estendidos à população branca.

Todo este conforto na estada em Brasília visa a que os indígenas possam resolver suas demandas junto à Funai com maior agilidade. O órgão pretende com este sistema garantir a todas as etnias que vêm à sua sede, rapidez nos serviços que lhes são prestados. Em sua casa no Distrito Federal os índios terão atendimento feito em turnos por coordenador geral, assessores, técnicos especializados, assistentes administrativos e estagiários.

O Centro de Cultura e Convívio dos Povos Indígenas foi financiado com recursos do Tesouro Nacional e Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza. Sua implantação é uma ação do Programa de Etnodesenvolvimento das Sociedades Indígenas, integrante do Plano Avança Brasil, coordenado pelo Ministério do Planejamento.

ndios Umutina vencem I Jogos Indígenas do Mato Grosso

Funai – A tribo Umutina foi a grande campeã nos I Jogos Indígenas do Mato Grosso. Em segundo lugar ficaram os Bororo e, como terceiros colocados, os índios Terena. As provas terminaram na sexta-feira, em Rondonópolis (MT), e aconteceram no Sesc e no Estádio Lutero Lopes. As modalidades foram natação, arco e flecha, cabo de guerra, futebol, vôlei, futsal e futebol society. Infelizmente, por problemas de transporte, a pescaria e o jogo com lanças não puderam ser realizados.

De acordo com Cirênio Terena, um dos organizadores, o resultado dos Jogos foi muito positivo, uma vez que foi promovida a confraternização entre as sete etnias do estado. Um dos problemas citados pelo organizador foi a debilidade na divulgação do evento, a cargo da secretaria de cultura de Rondonópolis. Por ter sido feita em cima da hora, não houve muita repercussão, mas ainda assim muitas pessoas se interessaram em conhecer as culturas tradicionais. Cirênio também agradeceu à Funai de Brasília e de Rondonópolis, pelo apoio para a realização desse evento. (Carmen Lustosa)