ndios Kayapó visitam Clube da Semente do Brasil

FUNAI – Com o objetivo de conhecer variedades de sementes de madeiras nobres, como o jatobá, o mogno, o pau-brasil, e de árvores frutíferas, sete índios Kayapó visitaram na última Segunda-feira, dia 26, a sede do Clube de Semente do Brasil, em Olhos d’Água, estado de Goiás.

Acompanhados do Coordenador de Proteção das Terras Indígenas da Funai, Wagner Tramm, os índios percorreram os viveiros de plantas e o local de armazenamento das sementes, demonstrando interesse em aprender a preparar e plantar as mudas, coletar, conservar, disseminar, tratar as sementes, construir viveiros e recuperar as áreas degradadas existentes em suas aldeias, com o plantio de espécies silvestres de valor econômico.

A idéia, segundo Wagner Tramm, é afastar os índios do comércio de madeiras, estimulando a coleta e venda de sementes, que podem ser negociadas em todo o Brasil, gerando renda para toda a comunidade indígena.

Durante a visita ficou acertado o desenvolvimento de estudos visando uma parceria entre a Funai e o Clube de Semente do Brasil, que oferecerá as sementes, repassará a tecnologia e capacitará os Kayapó para a realização dos trabalhos. Em contrapartida, a FUNAI arcará com as despesas da Oficina de Capacitação, com o custo de implantação do viveiro para produção de plantas e fornecerá as ferramentas necessárias ao preparo das mudas e à coleta das sementes.

O presidente do Clube de Semente do Brasil, Antônio Fernandes, considera a parceria “viável e positiva” por oferecer aos índios outros meios de obter recursos, sem prejuízos ao meio ambiente. O coordenador de Proteção das Terras Indígenas da Funai argumenta que os Kayapó só vendem a madeira por falta de alternativas econômicas que lhes garantam condições dignas de sobrevivência.

Desenvolvimento do Sertão do São Francisco é tema de encontro em Sergipe

Agência Brasil – ABr – O III Encontro Intermunicipal do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco (PDRS) será aberto hoje e irá até amanhã em Poço Redondo (Sergipe). O objetivo é montar uma estratégia de sustentabilidade para os municípios da região e promover o ajuste das propostas apresentadas em diversas áreas para elaborar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável.

Roberta Melo
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GM

Plano de desenvolvimento do Sertão do São Francisco fica pronto em setembro

Agência Brasil – ABr – O Terceiro Encontro Intermunicipal do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco será realizado terça e quarta-feira próximas (27 e 28), no município de Poço Redondo, em Sergipe. O objetivo é montar uma estratégia de sustentabilidade para os municípios do sertão do São Francisco e promover o ajuste das propostas apresentadas em diversas áreas para elaborar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável.

O plano de desenvolvimento, que fica pronto em setembro, conterá um diagnóstico sobre as demandas sócioeconômico-culturais de cada um dos seis municípios da região do Sertão do São Francisco e os seus respectivos encaminhamentos.

O Terceiro Encontro Intermunicipal do Plano Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Sertão do São Francisco reunirá, no Centro de Formação Dom José Brandão de Castro, em Poço Redondo, 350 pessoas envolvidas diretamente com o trabalho.

RE
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LCC

Programa Piloto para Proteção das Florestas mostrará resultados na Rio+10

Agência Brasil – ABr – O Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil está preparando uma série de produtos e atividades para apresentar na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, conhecida no Brasil como Rio+10. A Cúpula começa amanhã (26) e vai até 4 de setembro, em Joanesburgo, África do Sul, com o objetivo de avaliar os resultados obtidos no meio ambiente global desde a Rio 92.

Na quarta-feira (28), será realizado um evento paralelo no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação, situado na Vila de Ubuntu, montada especialmente para a conferência. O painel “Amazônia e Mata Atlântica – Uso Sustentável e Preservação por meio do Programa Piloto de Proteção às Florestas do Brasil” ocorrerá das 17 às 21h30. Tendo como moderadora a pesquisadora Muriel Saragoussi, da Fundação Vitória Amazônica, o painel será aberto pela secretária de Coordenação da Amazônia do Ministério do Meio Ambiente, Mary Allegretti.

Principal programa de cooperação internacional para promover formas inovadoras de proteção das florestas tropicais, o Programa Piloto tem entre os seus principais resultados a identificação de 93 terras indígenas na Amazônia Legal o apoio à demarcação e regularização de 149 áreas habitadas por povos indígenas, no total de 30 milhões de hectares. Essas ações, empreendidas pelo Projeto de Proteção às Populações e às Terras Indígenas (PPTAL), incluem ainda o desenvolvimento de metodologias inovadoras de demarcação, de vigilância comunitária e de diagnóstico etnoambiental. Além do evento paralelo, o Programa Piloto terá um totem no estande do Brasil na Conferência.

Outro exemplo de avanço obtido foi no âmbito do Subprograma de Políticas de Recursos Naturais para o combate a desmatamentos. A combinação das tecnologias de sensoreamento remoto e sistemas de informação georreferenciada foi a base para o sistema de licenciamento ambiental implementado em Mato Grosso. De uma área total de sete milhões de hectares de propriedades rurais do estado, cinco milhões estão em processo de licenciamento e os dados são cruzados com os obtidos anualmente a partir do monitoramento por satélite. O resultado é que, do biênio 1998/1999 para 2000/2001, conseguiu-se uma redução de 32% no índice de desmatamento no estado.

Em uma combinação de duas áreas da conferência – uso sustentável dos recursos naturais e combate à pobreza – o programa tem excelentes resultados a apresentar graças ao trabalho do Subprograma Projetos Demonstrativos (PD/A). Desde 1995 foram financiados 188 projetos de produção sustentável, 144 deles na Amazônia e 44 na Mata Atlântica. Entre estes está o projeto de exploração sustentável de ostras no Bairro do Mandira, em Cananéia, no litoral sul de São Paulo. O projeto é um dos 25 finalistas do Prêmio Iniciativa Equatorial 2002, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foram beneficiadas 48 famílias quilombolas (descendentes de escravos) por meio da associação local de moradores. O projeto concorre com outros 25 de todo o mundo (11 deles da América Latina), no prêmio que objetiva identificar iniciativas de parcerias comunitárias de redução da pobreza por meio do uso sustentável da biodiversidade.

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Seminário avalia Política de Educação Escolar Indígena

Agência Brasil – ABr – A Coordenação de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Fundamental promove, de amanhã (26) até sexta-feira (30), nesta capital, o seminário Avaliação da Política de Educação Escolar Indígena. O balanço será feito a partir de 1991, quando, pelo Decreto 26/91, a tarefa da educação indígena foi transferida da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Ministério da Educação. No encontro, será avaliado esse período até 2002.

Presidido por Jean Alves Paraizo, coordenador de Educação Escolar Indígena do Ministério, o seminário vai discutir o impacto dos investimentos feitos na formação de professores; a adequação das propostas político-pedagógicas; a qualidade dos livros e dos materiais didáticos patrocinados pelo Ministério; o uso das línguas indígenas nos processos escolares; o impacto da legislação e das Diretrizes e Referenciais Curriculares Nacionais na oferta de uma educação de qualidade; e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

Participam do seminário o consultor mexicano Hector Muñoz, especialista em avaliação da Educação Escolar Indígena na América Latina; a antropóloga Terezinha Maher, consultora da área de Lingüística da Universidade de Campinas (Unicamp); a antropóloga Marta Azevedo, do Instituto Socioambiental (ISA/SP); a antropóloga Betty Midlin, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), pesquisadora de áreas indígenas da Amazônia; o historiador José Ribamar Bessa Freire, da Universidade do Estado Rio de Janeiro (UERJ), e o antropólogo Luís Donisete Grupioni, consultor do MEC.

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Brasil tem dívida com seus índios

Cynthia Garda
Jornal do Brasil – Dentro do Brasil vivem povos que compartilham índices de saúde assustadores até para os baixos padrões nacionais. Apenas no ano passado, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) registrou 88 mil casos de infecções intestinais e 87 mil de parasitoses entre os 374 mil índios brasileiros. A taxa de mortalidade infantil das três mil aldeias do país é de 56 óbitos a cada mil nascimentos, enquanto a média brasileira é de 29 por mil. A incidência de malária é 10 vezes maior que a taxa nacional. A de tuberculose, cinco.

Os números provam que os chamados povos originais não desfrutam de direitos sociais na mesma medida que o resto da população.
A garantia aos índios de gozar dos direitos humanos fundamentais da mesma maneira que o resto dos brasileiros foi proclamada pelo Senado Federal em junho passado, com a aprovação da Convenção 169 da Conferência Internacional do Trabalho (OIT). O documento, que tramitou nove anos na casa, vai para a Câmara dos Deputados. Ali, o Estatuto dos Povos Indígenas aguarda o voto dos deputados há 12 anos.

A inércia legislativa é emblemática. “Grande parte das comunidades ainda sofre da absoluta ausência do estado”, diz a procuradora da República Déborah Duprat, da 6ª Câmara do Ministério Público Federal, que trata das questões indígenas. “E há situações-limite, onde o processo de genocídio está em curso”.

No centro do desafio está a autosustentação desses povos, de alimentação baseada em extrativismo e caça. “Com a degradação ambiental, precisamos de outras alternativas que possam beneficiar nossas comunidades”, diz Pedro Pareci, da etnia que reúne 1.800 pessoas no Mato Grosso e quer uma audiência com o ministro da Saúde para discutir as políticas para a área.

Entre as principais dificuldades, apontadas pela própria Funasa, estão a rotatividade de profissionais, que nem sempre se adaptam às condições de trabalho. “Os médicos deveriam passar cinco dias nas aldeias, mas só trabalham dois”, diz Géssio de Melo, 40 anos, líder da etnia pataxó-hã-hã-hãe. “Dizem que o ministério está passando muito dinheiro, mas na Bahia a situação é terrível”.

Em 2001, a verba da Funasa para saúde indígena foi de R$ 202 milhões. Um salto substancial dos R$ 21 milhões disponíveis em 1998 e dos recursos escassos que a Fundação Nacional do Índio (Funai) dispunha quando era sua a responsabilidade pela saúde do índio. Mas insuficiente.

Para o coordenador da área de saúde indígena da Funasa, Ubiratan Moreira, esses povos não conseguem exercer a mesma pressão sobre a agenda pública que os doentes da Aids ou os que sofrem de insuficiência renal crônica, por exemplo. “A ignorância dos brasileiros sobre os índios, de certa forma, permitiu que chegássemos ao final da década com essas estatísticas”, diz Ubiratan. “A própria sociedade local nem sabe que tem índios em seu estado”.

As 291 etnias brasileiras, que falam 180 idiomas diferentes, estão em todos os estados do país, exceto Piauí e Rio Grande do Norte. Entre 2000 e 2001, os índices de malária e tuberculose diminuíram 50% e 12%, respectivamente. A taxa de mortalidade infantil caiu de 74/mil para 56/mil.

A qualidade das estatísticas é questionada, mas elas indicam uma melhora rápida no quadro. Compreensível, segundo Ubiratan, quando a maior causa de mortes entre crianças são diarréias e infecções respiratórias, combatíveis com a mais básica das assistências de saúde. “Isso mostra a omissão que havia antes”, diz Paulo Daniel Moraes, coordenador médico do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Com R$ 7 milhões obtido em convênio com a Funasa – 85% da verba do órgão vai para ongs -, o CIR tem 80 profissionais e 400 agentes de saúde. Atuando há 12 anos entre índios, o médico critica a debilidade da fiscalização sobre os convênios, com denúncias de desvios por parte de prefeituras e ongs, e o despreparo cultural dos profissionais, que desrespeitam a medicina tradicional e costumes desses povos.

Candidatos ainda preparam propostas

Cynthia Garda
Jornal do Brasil – José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB), os únicos candidatos a apresentar propostas concretas para a questão em seus programas de governo, prometem esforços para a aprovação imediata do Estatuto das Sociedades Indígenas. Na sexta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o primeiro presidenciável a reunir-se, em Manaus, com lideranças indígenas para conhecer as demandas.

Os candidatos sugerem caminhos distintos. Serra promete avançar com a demarcação e promover a sustentação econômica e ambiental. Além da continuidade da política da Funasa, com os 34 distritos de saúde indígena. Garotinho quer mais recursos financeiros e humanos para a Funai. Além do direito à terra, discorre sobre educação indígena e promoção de linhas de crédito. Também propõe a revisão da História nos livros didáticos.

A assessoria de Lula informou que proposições concretas ainda serão elaboradas, a partir das propostas nacionais e regionais das lideranças reunidas no Amazonas. Nota da assessoria de Ciro Gomes, do PPS, divulga que, para o candidato, o ponto mais importante é assegurar, na prática, os direitos constitucionais, principalmente referentes à terra e educação, tanto o acesso ao ensino especial quanto a revisão do ensino da História.

Sebastião Carlos Moreira, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), afirma que o próximo governo precisará resolver de fato a situação fundiária das tribos. E garantir a participação delas nas decisões sobre políticas, inclusive de saúde. Qualquer governo que proponha uma política nacional para populações indígenas peca pelo início, diz Carlos Marés, ex-presidente da Funai. Para cada região e, às vezes, para cada povo de uma região, é necessária uma específica. Marés deixou a presidência do órgão fazendo críticas ao governo Fernando Henrique pela violência policial contra índios, negros e estudantes na comemoração dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Naquele dia, em Porto Seguro, concentraram-se 500 anos de elites conservadoras, preconceituosas e violentas. Este é um país construído em cima de muita violência, principalmente em função da terra, afirma.

Direitos dos povos indígenas serão discutidos amanhã no Itamaraty

Agência Brasil – ABr – A posição brasileira frente à Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos Humanos dos Povos Indígenas será discutida amanhã (26), às 10 horas, no Ministério das Relações Exteriores. Participarão do debate representantes de entidades indígenas, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dos Ministérios das Relações Exteriores e da Justiça. Segundo o Itamaraty, a reunião constitui uma oportunidade única para que todos os setores interessados possam contribuir com o seu ponto de vista.

A declaração foi elaborada por um grupo de trabalho da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. Este grupo é integrado por representantes dos países-membros da ONU e mais de 100 organizações indígenas. De acordo com o MRE, a declaração das Nações Unidas trata de critérios para identificar e classificar os povos indígenas.

Igor Marx
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NF

Expedição parte em busca do peixe-boi amazônico

IBAMA – Os pesquisadores do Centro Mamíferos Aquáticos – CMA/Ibama, em cooperação do Conselho Nacional dos Seringueiros, voltam à Amazônia a partir deste sábado(24/8) para mais uma etapa da pesquisa sobre o peixe-boi amazônico (Trichechus inungis. Durante trinta dias, os pesquisadores do Projeto Peixe-Boi percorrerão rios e igarapés da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará, para uma série de estudos que ajudarão a esclarecer os cientistas sobre a situação em que se encontra o peixe-boi amazônico em seu habitat natural. A intenção é replicar na região a metodologia usada na conservação do peixe-boi marinho (Trichechus manatus) na região Nordeste que, nos últimos 22 anos, conseguiu conter o extermínio e atualmente representa uma chance de sobrevivência para a espécie.

Em 2000, a equipe coordenada pelo oceanógrafo Régis Lima, chefe do CMA, passou 71 dias na Amazônia e realizou o mais profundo levantamento sobre o peixe-boi na região. O trabalho foi financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente. Depois de percorrer os rios Solimões, Amazonas, Madeira, Purus, Jutaí e principais afluentes, os pesquisadores constataram que na maioria das comunidades visitadas ainda se pratica a caça ao peixe-boi para o consumo e o comércio clandestino. Estima-se que 500 animais sejam mortos anualmente na região.

É justamente essa a maior preocupação dos estudiosos. A caça feita de forma indiscriminada foi o que praticamente acabou com o peixe-boi marinho na costa brasileira. Teme-se que o seu primo da Amazônia siga a mesma trajetória. Por isso, um dos focos da expedição será a educação ambiental. Além de mostrar que a caça ao peixe-boi é proibida por lei, os pesquisadores tentarão explicar para os ribeirinhos que o animal é importante para o equilíbrio do ecossistema. Vegetariano, o peixe-boi ajuda a manter os rios e os igarapés livres do excesso de vegetação. Sua dieta pode chegar a até 20 quilos de plantas em um só dia. Se o peixe-boi desaparecer, a reação será sentida em cadeia. As fezes do peixe-boi adubam os rios e estimulam o surgimento do fictoplâncton que alimenta os peixes que alimentam os ribeirinhos.

“Sabemos que é difícil reverter hábitos culturais, mas é possível inserir os ribeirinhos no trabalho de conservação do peixe-boi”, diz Régis Lima. Segundo ele, meta é visitar 110 comunidades nas duas etapas da expedição e levar informações de modo a criar uma nova mentalidade na região. Além de tentar conquistar a população para a causa, os pesquisadores também farão entrevistas e coletarão dados para tentar definir a população desses mamíferos aquáticos. Os dados indicarão as melhores estratégias de conservação da espécie na região.

Fortes aliados

Dede o ano passado, o CMA conta com o apoio do Conselho Nacional de Seringueiros-CNS. Formado em 1985 pelos seringueiros da região, o conselho possui capilaridade em toda a Amazônia. “Com o apoio das populações tradicionais, as campanhas adquirem um caráter de maior aceitação, pois é o próprio ribeirinho quem se incumbe de propagar a informação”, avalia Carla Aguilar, técnica do CNS. A cooperação entre CNS e o CMA está permitindo a reabilitação de dois peixes-bois resgatados há duas semanas por técnicos do conselho. Os animais eram mantidos em locais inadequados em Nossa Senhora de Nazaré, próximo ao município de Ouriximiná, no Pará. Um outro filhote, com18 quilos, foi encontrado amarrado no lago Sapucuá. Na mesma semana, uma fêmea com aproximadamente quatro anos também foi resgatada de cativeiro inadequado numa represa no mesmo lago. Os dois animais estão sendo recuperados na unidade do CNS em Alter do Chão, em Santarém.

Homem é o principal predador

Perseguido e caçado há séculos, o peixe-boi da Amazônia é um forte candidato a desaparecer para sempre da floresta. E não é por falta de proibição. Desde 1967, a Lei de Proteção à Fauna proíbe a caça do mamífero. A infração também está na Lei de Crimes Ambientais. Mesmo assim, o maior mamífero aquático da Amazônia morre às centenas todos os anos. O método de abate é dos mais cruéis: pauladas, asfixia e perfurações feitas com arpões. As técnicas são herdadas de pai para filho em uma sucessão que acabará levando ao fim mais uma espécie brasileira. O trabalho de conservação do peixe-boi na Amazônia é a alternativa para se evitar essa tragédia.

Goiás cria conselho para assuntos indígenas

AGECOM – Através de decreto de 13 de agosto passado, o governo estadual criou o Conselho Estadual para Assuntos Indígenas (CEAI), jurisdicionado à Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico (Agepel). Trata-se de um órgão consultivo de caráter permanente, com a finalidade de auxiliar os índios domiciliados no Estado de Goiás na busca de seus direitos previstos na Constituição Federal de 1998.

O conselho será composto por nove membros representando os seguintes órgãos: Agepel, Fundação Nacional do Índio (Funai), comunidade indígena, Ministério Público Estadual, Procuradoria Regional da República em Goiás, Secretaria Estadual da Educação, Universidade Federal de Goiás, Universidade Estadual de Goiás e Agência Goiana de Turismo. O CEAI será presidido pelo presidente da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira e se reunirá a cada dois meses, em caráter ordinário e mediante convocação de seu presidente, em qualquer momento que se fizer necessário.

Entre as atribuições da entidade estão dar suporte na conservação e consolidação dos direitos constitucionais dos índios; proporcionar meios para o desenvolvimento dos índios, respeitando as peculiaridades inerentes à sua condição; promover o levantamento dos problemas das comunidades indígenas de Goiás; assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos meios de vida e subsistência; auxiliar os índios na permanência voluntária em suas terras; executar, mediante colaboração dos índios, os programas e projetos tendentes a beneficiar suas comunidades.