"Não estamos aqui para criar bicho, nem índio"

Rota Brasil Oeste – Na noite de quarta-feira, dia 07, o deputado Giovanni Queiroz (PDT – PA) aproveitou a sessão conjunta do senado com a câmara federal para atacar o governo. Um de seus alvos foi a lei ambiental aprovada por Fernando Henrique. Segundo ele, é um absurdo o texto limitar em 20% a exploração da terra. Na sua opinião, isto “prejudica os pequenos proprietários”, principalmente na amazônia. “Temos de preservar a natureza, mas não estamos aqui para criar bicho, nem índio”, afirmou Queiroz. O deputado é fazendeiro e apóia Ciro Gomes.

Fernando Zarur

MEC e governo do Paraná promovem encontro de educação indígena

Agência Brasil – ABr – O Ministério da Educação e a Secretaria de Educação do Paraná promoverão, de 12 a 16 próximos, nesta capital, o primeiro encontro de Educação Escola Indígena. O evento reunirá 150 professores de escolas indígenas de todo o estado, consultores do ministério, secretários municipais, funcionários de municípios com reservas indígenas e representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

O Paraná conta com 27 escolas indígenas e cerca de 3 mil alunos das tribos Guarani e Caingangues matrículados em turnas de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª séries. Segundo a coordenadora de Educação Escola Índigena da secretaria, Obdulha Miranda. O principal objetivo do encontro é capacitar professores indígenas para que possam lecionar nessas escolas. Ela lembra que além da atenção no ensino básico, o Paraná e o único estado do Brasil a oferecer vagas para índios em cursos superiores. Nas dezessetes reservas indígenas do Paraná habitam atualmente 12 mil índios.

Lúcia Nórcio
——
AS

Comunidade Pataxó inaugura escola indígena na Bahia

Agência Brasil – ABr – Os índios Pataxó Hã-hã-hãe, da aldeia Caramuru, em Pau Brasil/BA comemoram amanhã, às 9h, a inauguração da Escola Estadual Indígena Caramuru Paraguaçu, tão esperada pela comunidade. Construída com recursos do Ministério da Educação/MEC (Fundescola), a nova escola atenderá 360 alunos índios com ensino diferenciado, conforme determinação do Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado pelo Congresso Nacional. Pelo PNE, a educação escolar indígena foi valorizada e está voltada para as necessidades das comunidades indígenas de acordo com cada realidade e também para o resgate cultural das tradições das diferentes 215 etnias, que sobreviveram à colonização.

O Fundescola repassou recursos para as secretarias estaduais de educação para a construção de 54 escolas indígenas. Ainda este mês, quatro comunidades indígenas na Bahia (Pau Brasil), Paraíba (Baia da Traição) e Sergipe (Porto da Folha) recebem as escolas, beneficiando um total de 600 alunos das etnias Pataxó (BA), Potiguara (PB), e Xocó (SE). A Escola Estadual Caramuru Paraguaçu é a maior de todas com 6 salas de aula.

IDM
RE

Fórum Rio+10 discute desenvolvimento sustentável

Agência Brasil – ABr – O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, participa , às 9h30, da abertura do Fórum Rio+10 – Onde estamos, para onde vamos – que reunirá representantes do Executivo, do Legislativo e de algumas das maiores empresas do País para debater o desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo. O fórum será no auditório Nereu Ramos, da Câmara de Deputados, e terá a participação do vice-presidente da República, Marco Maciel; do presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, e do presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Fernando Almeida.

Preparatório para a Cúpula Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, de 26 de agosto a 4 de setembro, em Johannesburgo, na África do Sul, o fórum discutirá temas como a responsabilidade social corporativa na redução da pobreza, o papel dos diferentes atores no desenvolvimento sustentável e os novos rumos da sustentabilidade no Brasil. Os maiores grupos empresariais do País mostrarão a visão estratégica do setor para o desenvolvimento sustentável e assumirão compromisso de estimular novas parcerias com o poder público e a sociedade civil organizada, para integrar cada vez o desenvolvimento sustentável à economia nacional. (IDM)

——
MMC

Governo lança programa pra incentivar a preservação da Mata Atlântica

ROTA BRASIL OESTE – O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricutura Familiar (Pronaf) também será usado para recuperar recuperar as áreas degradadas da Mata Atlântica e garantir aos agricultores familiares do país uma oportunidade econômica. O Pronaf Florestal, como foi batizado, foi lançado hoje por Fernando Henrique Cardoso e prevê investimentos em torno de R$ 300 milhões para preservação e reflorestamento de pequenas propriedades agrícolas em 513 municípios brasileiros.

Na avaliação dos ministros do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, e do Desenvolvimento Agrário, José Abrão, o novo programa muda o conceito de preservação ambiental no país. Carvalho destacou que, tradicionalmente, as políticas governamentais voltadas para o meio ambiente deixavam uma lacuna na atividade agropecuária, o que indiretamente acabava por financiar o desmatamento. Agora, será possível estimular com recursos econômicos o uso responsável dos recursos naturais. “É um novo ciclo da política ambiental brasileira”, resumiu.

Para se beneficiar do programa, os agricultores familiares dos 513 municípios beneficiados deverão manter intactas as áreas de preservação permanente e a reserva legal das propriedades rurais. Caso elas não estejam de acordo com a lei, o Ministério do Meio Ambiente oferece assistência técnica e mudas para o replantio, com recursos a fundo perdido. O governo estima que os recursos irão beneficiar 10 mil agricultores já em 2002 e mais 20 mil produtores rurais a cada ano seguinte.

Além do dinheiro para financiar a preservação, o governo também oferece aos agricultores, dentro do Pronaf Florestal, mudas e outros recursos para a construção de fossas sépticas nas propriedades. Também estão reservados recursos para a chamada Bolsa Verde, que será concedida aos agricultores nos primeiros quatro anos do programa com valores que variam de R$ 500 a R$ 900 por família no período.

Fábio Pili
com Agência Brasil

MEC promove treinamento para professores indígenas

Agência Brasil – ABr – Professores indígenas do Amapá, Roraima, Espírito Santo, Paraná, Sergipe, Bahia, Goiás, Paraíba e Mato Grosso, que trabalham no ensino fundamental, participam de 5 a 27 de agosto, de treinamento no Programa Parâmetros em Ação de Educação Escolar Indígena. Essa etapa da formação, que abrange os módulos I e II, vai atender 570 professores e 124 coordenadores em cursos de 33 horas. Nos dois módulos serão tratados os fundamentos gerais e o currículo da Educação Escolar Indígena.

No Amapá são 130 professores e 13 coordenadores. O primeiro curso no estado será no município de Palikur, de 5 a 9 de agosto; o segundo, em Karipuna, de 19 a 27; o terceiro, em Waiãpi, de 27 a 31; e o quarto, em Apalai e Waiana, de 19 a 23.

Em Boa Vista (RR), 76 coordenadores fazem o curso do dia 5 ao 9; em Vitória e Aracruz (ES), 34 professores e quatro coordenadores participam dos módulos de 5 a 9; em Curitiba (PR), 174 professores fazem a formação de 12 a 16; em Aracaju (SE), 10 professores e cinco coordenadores fazem o curso de 19 a 23; em Salvador (BA), são 15 professores e 90 coordenadores; em Goiânia (GO), o curso é para 10 professores e cinco coordenadores; em João Pessoa (PB), são 125 professores e 12 coordenadores; e em Cuiabá (MT) serão formados 62 professores.

Organizado num conjunto de 12 módulos, o programa é uma proposta de formação continuada visando o desenvolvimento de quatro competências profissionais: leitura e escrita, trabalho compartilhado, administração da própria formação, e reflexão sobre a prática pedagógica, que objetivam o ensino e a aprendizagem nas escolas indígenas.

RE
——
NSF

Comissão deve votar mineração em terras indígenas

Rota Brasil Oeste – Há cerca de dois meses os caciques Raoni, Aritana e outros líderes indígenas estiveram com presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, para se manifestar contra o projeto de lei que regulamenta a mineração em terras indígenas. Com apoio de Fernando Gabeira (PT-RJ), eles tiveram a garantia que a proposta não será votado em plenário este ano. Apesar do acordo, o projeto continua tramitando e está pronto para ser votado pela Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias.

O projeto – de autoria do senador e vice-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PSDB-RR) – é visto como um grave risco às comunidades por várias entidades e pesquisadores. “O Jucá é tipo o juiz da Fifa, fica roubando da gente”, acusou o índio Álvaro Tucano, durante a visita ao congresso. O relator da comissão, deputado José Borba (PMDB-PR), já deu parecer favorável à aprovação da lei. Para ele, a proposta vai permitir que a exploração seja disciplinada, sem prejuízo para as comunidades indígenas. “O projeto vai tirar a exploração mineral em terras indígenas da clandestinidade para tornar a atividade viável”, afirma.


18/07/02 – Cacique Raoni fala a jornalistas, após reunião com Ministro da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

As entidades de defesa dos direitos indígenas, porém, são unânimes em descordar. Um levantamento do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), destacou sete pontos da lei que ameaçam o futuro das comunidades. Não existe, por exemplo, obrigatoriedade da realização de estudos ambientais ou limites para o requerimento de exploração dentro das terras indígenas. O instituto realizou um estudo mostrando que 59.46% da área Yanomami está nesta situação, mas existem reservas com até 100% de seu território potencialmente comprometido. “A lei não traz vantagem econômica nenhuma para os povos e ainda ameaça sua cultura e meio-ambiente”, afirma a coordenadora do ISA, Adriana Ramos.

Esta mesma polêmica foi uma das razões da recente crise que abala a Fundação Nacional do Índio (Funai). Romero Jucá é acusado de ter deposto o antigo presidente da entidade, Glênio Alvarez, por ele não apoiar sua idéia. Otacílio Antunes, ex-presidente da instituição, ficou apenas 48 dias no cargo. Neste período, ele sofreu com as acusações de ter assumido a presidência por influência do senador. Arthur Nobre Mendes, assumiu o cargo no dia 24 de julho, prometendo que “as picaretas dos mineradores ficariam fora das terras indígenas”. Apesar das críticas, o novo presidente era diretor de assuntos fundiários de seu antecessor.

Fernando Zarur
Com Agência Câmara

Criação de jabutis abre mercado internacional para produtores nordestinos

A criação de jabutis em cativeiro tornou-se a porta de entrada para produtores rurais nordestinos no cobiçado mercado internacional de animais de estimação. Bem adaptados à caatinga, os jabutis despertam a atenção de potenciais criadores em função das facilidades no manejo e bons preços no mercado. Desde 1997, quando o Ibama regulamentou a criação e o comércio da espécie, dois pequenos produtores da Bahia já exportaram cerca de cinco mil desses animais. Estados Unidos e Japão são os principais compradores. Um jabuti nascido em criadouro legal e devidamente identificado através de um chip eletrônico pode chegar a R$ 100 preço que praticamente dobra no mercado estrangeiro.

“Desde que criados em cativeiros legalizados pelo Ibama, os quelônios podem ser comercializados livremente” esclarece José de Anchieta dos Santos, diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama. O instituto estimula a criação desses animais em cativeiro. Duas portarias editadas pelo instituto em 1997 (nrs. 118 e 117) regulamentam a criação e o comércio das espécies que podem ser criadas com fins comerciais, entre elas o jabuti.Para os especialistas, à medida que se estabelece um mercado formal, diminui a pressão sobre as populações selvagens e isso favorece a conservação do meio ambiente.

Caatinga é propícia para a criação de jabutis

O jabuti é um quelônio terrestre que pode ser encontrado em todo o Brasil. A espécie se adaptou muito bem ao clima quente e seco e requer pouca água. Essas características tornam o animal uma excelente opção de investimento em regiões semi-áridas. Os dois criadouros registrados no Ibama localizam-se na Bahia. Outro produtor da região entrou com o pedido de um novo criador no Estado.

O jabuti (Geoquelone carbonaria) é um animal fácil de ser criado em um plantel comercial. É onívoro, ou seja, come praticamente de tudo e requer tratos veterinários mínimos, pois é um animal com baixa incidência de zoonoses. As instalações do criadouro requerem baixo investimento e o mercado está à espera de animais silvestres legalizados.

Defesa Civil faz treinamentos para combate a incêndios florestais

Agência Brasil – ABr – Funcionários de propriedades rurais, peões e proprietários de 80 fazendas da região do Pantanal na extensão de Porto Morrinho até o entorno do município de Corumbá, estão sendo treinados pela Defesa Civil para o combate ao incêndio florestal. Participam, principalmente, os pantaneiros que descobriram na prática a destruição que o incêndio florestal pode causar. Em anos anteriores, foram eles que tentaram controlar o fogo, quando os focos chegaram às propriedades rurais. “Sempre nós lutamos nas foices para vencer o fogo”, informou um peão do Pantanal, Francisco Oliveira. Segundo ele, “agora com os técnicos, vamos aprender melhor, porque sempre tinhamos que ir atrás do recurso”.

Depois de receber informações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, os participantes da capacitação vão para campo com abafadores, bombas costais, foices e enxadas, os equipamentos que vão utilizar em situações reais de incêndio. ]

O mesmo treinamento que está sendo feito em Corumbá, na fazenda Mundo Novo, será levado a outras 80 propriedades rurais da região. “O trabalho é de preparação com objetivo de diminuir os focos de incêndio, o desastre ecológico”, explica o técnico da Defesa Civil, Fábio Santos Catarinelli, enfatizando será uma tentativa de minimizar ao máximo os incêndios florestais e reduzir os danos e prejuízos que são causados por essa ameaça.

Segundo o Corpo de Bombeiros, os focos estão aumentando e o trabalho de combater fica cada vez mais difícil. Mais de 200 já foram registrados neste ano na região pantaneira, e o esforço vai ser concentrado até o final do mês de agosto, quando o número de focos de incêndio triplica.

No ano passado, mais de 150 mil hectares de pastagens e mata nativa foram queimados no Pantanal. Os produtores rurais tiveram prejuízos e muitos ficaram sem pasto e perderam parte do rebanho, conforme dados do Sindicato Rural de Corumbá. De acordo com a secretária Executiva do Ibama em MS, Natalina da Rocha, este ano, o Ibama já registrou a liberação da licença para queimadas controladas e até isentou os fazendeiros da taxa de R$ 3,50 por hectare, mas somente 15 produtores já entraram com requerimento.

Marília de Castro
——
CBM

Aumentam os focos de incêndio no Pantanal

Agência Brasil – ABr – As queimadas voltam a preocupar autoridades ligadas à preservação ambiental e ao combate a incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, principalmente na região do Pantanal.

Segundo dados do Corpo de Bombeiros, os focos estão aumentando e o trabalho de combate é cada vez mais difícil. Mais de 200 já foram registrados neste ano na região e o esforço vai ser concentrado até o final do mês de agosto quando o número de focos e incêndios triplica.

No ano passado, mais de 150 mil hectares de pastagens e mata nativa foram queimados no Pantanal. A Defesa Civil está oferecendo um curso de capacitação para os funcionários de propriedades rurais, peões e donos de 80 fazendas na região do Pantanal.

Marília de Castro
——
NSF