ndios contestam atividades de mineração em terras indígenas

Agência Câmara – Índios das tribos Xavante, Terena, Kaiapó, Waura e Xokleng reuniram-se ontem com o ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, para mostrar descontentamento com o Projeto de Lei 1610/96, que autoriza a mineração em terras indígenas. Os índios são contra a proposta que se encontra na Câmara, de autoria do senador Romero Jucá (PSDB-RR), por entender que o tema deveria fazer parte do Estatuto das Sociedades Indígenas, em análise no Congresso desde 1994.

Índios no processo de mineração

As organizações indígenas acreditam que a exploração de minérios ficou fora do Estatuto por pressão das empresas mineradoras, que estão impedidas de atuarem nas terras dos índios, uma vez que não existe uma legislação específica regulamentando a atividade nessas áreas.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Segundo Crisanto Xavante, um dos dirigentes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o projeto apresenta muitas falhas. Entre elas, a de não definir a participação dos índios no processo de mineração de suas terras. Crisanto explicou que a resistência ao PL se deve principalmente ao fato de as comunidades indígenas terem sido excluídas do debate em torno da proposta, já votada no Senado.

Há seis anos tramitando na Câmara, a matéria já foi aprovada pelas comissões de Minas e Energia, e da Amazônia e de Desenvolvimento Regional.

Ambientalistas na oposição

O projeto também é visto como uma ameaça pelos ambientalistas, pesquisadores e parlamentares. Para o deputado Fernando Gabeira (PT-RJ), integrante da Comissão de Defesa do Consumidor, do Meio Ambiente e Minorias, a proposta representa um grande perigo ambiental, uma vez que dispensa a avaliação dos impactos que a mineração pode provocar nas reservas indígenas, abrindo caminho para a devastação das áreas exploradas. Gabeira não é contrário à mineração em terras indígenas, mas não como está estabelecida no projeto. “Só no ano que vem, quando nós criamos uma comissão para elaborar um substitutivo que possa de certa maneira resolver o problema, permitir a exploração dentro de regras bastante rígidas e aceitáveis por todos, é que o projeto deverá ser votado e discutido”, avalia o deputado.

Mais discussão

O relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, deputado José Borba (PMDB-PR), argumenta que a exploração mineral em terras indígenas sempre aconteceu a revelia, trazendo prejuízo para o País e para as comunidades indígenas, e que agora a atividade será disciplinada. O parlamentar apresentou parecer favorável à aprovação do PL.

Apesar de considerar o projeto bem fundamentado e pronto para ser votado, José Borba admite a possibilidade de dar mais tempo para discutir a matéria. “Um projeto que já está há vários anos em discussão nada implicará que demande um pouco mais de tempo para que ele se ajuste de maneira que todos ganhem”.

Antes do recesso parlamentar, representantes de 27 nações indígenas conseguiram apoio do presidente da Câmara, Aécio Neves, para votar a proposição somente depois de ser amplamente debatido na Casa. Por ser um ano eleitoral, a expectativa é que esta matéria seja votada somente no próximo ano.

Por Carmem Fortes/ND

Guaranis-Kaiowás de MS fazem pajelança para pedir proteção

Agência Brasil – ABr – Técnicos da Fundação Nacional de Saúde e representantes dos conselhos indígenas assistem, neste instante, em Dourados (MS), a pajelança de pajés e caciques da etnia dos Guarani-Kaiowá das aldeias de Mato Grosso do Sul. Começou, há pouco, os Jeroky, danças e cantos da segunda noite da pajelança, que só termina nesta sexta-feira.

De acordo com o antropólogo da Funasa, Miguel Foti, a musicalidade dos índios Kaiowá é admirável. “É um ritual que faz parte desse encontro e que é comum na cultura Kaiowá-Guarani”, diz. O cacique Getúlio Oliveira, da aldeia Jaguapirú, informou que o ritual é um pedido de benção e proteção para os povos indígenas. “Esse encontro é importante para nós porque reúne os pagés que tratam da cura dos nossos povos, principalmente das doenças ligadas à espiritualidade”. O ritual também cultua os antepassados e faz parte da cultura indígena.

A Fundação Nacional de Saúde apóia a reza dos Guarani-Kaiowá fornecendo alimentação e transporte. Até a noite de sexta-feira, indigenistas e técnicos da Funsa estarão tratando dos assuntos ligados à saúde e às questões sociais dos índios.

Marília de Castro
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CH

Morre o ex-cacique Xavante e deputado federal Mário Juruna

ROTA BRASIL OESTE – O ex-cacique Xavante Mário Juruna, de 58 anos, único índio brasileiro a assumir um mandato como deputado federal (1983-1987), morreu na noite dessa quarta-feira, em Brasília. Juruna sofria de diabetes e hipertensão e, há 15 dias, estava internado na UTI de um hospital da cidade, devido a complicações renais e um princípio de pneumonia. A saúde de Juruna já era debilitada há tempos, e há mais de cinco anos ele estava preso a uma cadeira de rodas, resultado de complicações da diabetes.


Representantes de diferentes nações indígenas participam do velório do cacique xavante e ex-deputado Mário Juruna, no Salão Negro do Congresso Nacional. Foto: José Cruz / ABr

O cacique foi velado durante toda a manhã de quinta-feira, dia 18, no Salão Negro da Câmara dos Deputados. Índios Kaiapó e Xavante prestaram sua homenagem, assim como o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, antigo companheiro de partido de Juruna. “A gente fica muito triste, a família toda rapa a cabeça e fica dentro de casa muito tempo”, explica o cacique Cipriano Xavante.

No fim da tarde, o corpo deve seguir em um avião da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a tribo xavante Namunkurá, em Barra do Garças, Mato Grosso, onde será sepultado. O corpo será enterrado cerca de 100m do centro da aldeia, numa cerimônia rápida e simples.

Casado três vezes, pai de 14 filhos, Juruna morava no Guará, cidade-satélite de Brasília, e recebia do PDT uma ajuda de custo de cerca de R$ 3 mil. Recentemente, ele estava pleiteando uma pensão junto ao governo federal, similar a que recebe Orlando Villas-Bôas.

A vida política do cacique

Juruna ficou famoso por andar em Brasília com um gravador em punho para gravar as promessas feitas pelos políticos – segundo ele, mentirosos – para as reivindicações indígenas.

Suas andanças pelos corredores do Congresso começaram em meados da década de 1970, quando veio à Brasília pedir roupas e calçados para sua aldeia. Em 1980, ele ficou conhecido mundialmente ao ser o delegado dos índios do Brasil no Quarto Tribunal Bertrand Russel, realizado na Holanda.

Quando foi eleito deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, Juruna tornou-se ainda mais combativo e foi uma importante voz a defender a gestão de índios em assuntos indígenas. Para ele, a administração da Funai deveria estar sob os cuidados dos maiores interessados no trabalho da instituição, os próprios índios.

Protestos

O cacique kaiapó Raoni aproveitou a cerimônia para exigir mais atenção para os direitos indígenas. Emocionado, ele gesticulava muito e reclamou mais uma vez do projeto de lei de mineração do senador Romero Jucá (PSDB-RR). “Este projeto acaba com nossa terra, nossa, dos índios e dos brancos”, afirma. “Quero preservar terra para nossos netos”.

Cirpiano Xavante, companheiro de Juruna, também fez críticas à atuação do governo. “Todos os índios têm sentido que empresários estão tirando coisas nossas, madeira, ouro, água” diz. Ele concorda com Raoni quanto ao projeto de mineração e acredita que se a lei for aprovada “vai haver muita morte”.


Cacique Raoni fala a jornalistas, no Ministério da Justiça. Foto: Victor Soares / ABr

Os indígenas tiveram uma audiência com o ministro da justiça, Paulo Tarso Ribeiro, de quem cobraram ações práticas e apoio para a Fundação Nacional do Índio (Funai). “Índio quer é estudar para entender a cultura do branco e cuidar dele próprio”, cobrou Cipriano. “A gente quer um indígena como presidente da Funai. Ela tem de ser forte, cuidando da saúde, educação e tudo.”, completa Raoni.

Bruno Radicchi e Fernando Zarur

Seminário discutirá ecoturismo em Bonito, MS

Agência Brasil – ABr – O I Seminário de Meio Ambiente, em Bonito (MS), será marcado por conferências e debates que discutirão o ecoturismo. Pesquisadores, biólogos, professores, representantes do poder público, ONGs, profissionais de turismo e comunidade em geral estarão trocando experiências, apresentando propostas e buscando soluções para as questões ambientais de Mato Grosso do Sul. Como parte da programação será promovido o 3º Festival de Inverno.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo, Ivan Baptiston, os recursos naturais fizeram de Bonito um dos locais mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. E o desafio que se coloca é a organização dessa vocação, tendo como meta a exploração sustentável. O ecoturismo já alavanca o maior fluxo de turistas da Europa, Estados Unidos e Japão, por isso, será o foco central dos debates. A qualidade da água dos rios é o primeiro tema a ser tratado durante o seminário, na próxima semana, na sede do Conselho Municipal de Turismo.

Marília de Castro
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CH

Começa hoje Caminhada Ecológica no Araguaia

AGECOM – A Caminhada Ecológica começa hoje com os 25 atletas percorrerendo 10 cidades na rota do Araguaia. Pela primeira vez, a Secretaria de Estado da Educação, através do Programa de Desporto Educacional, vai coordenar a caminhada em parceria com a Organização Jaime Câmara. O projeto está na sua 11ª edição e os atletas vão percorrer 310 quilômetros de Goiânia a Aruanã. A partir de Faina, os esportistas serão hospedados em escolas da rede pública. Foi feito o primeiro contato com os diretores para que os alunos recepcionem os atletas, entrevistando-os e desenvolvendo atividades artísticas. A caminhada termina dia 21.

Pesquisadores divulgam novas teorias sobre florestas

Agência Brasil – ABr – A tese de que a floresta amazônica é uma grande emissora de gás carbônico já está ultrapassada. Pesquisas recentes revelam que a floresta pode ser um sorvedouro de carbono, contribuindo para minimizar o aquecimento global.

Outra descoberta recente: a densa vegetação tropical da região foi savana há 14 mil anos. O alto grau de poluição urbana nas cidades da Amazônia também foi constatado. Essas e outras teses de pesquisas foram apresentadas durante a II Conferência Científica Internacional do LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), realizada em Manaus, desde o dia 7 e encerrada no dia 10. As alterações no clima e na floresta Amazônica como um todo são fonte de estudo do projeto LBA.

De acordo com Flávio Luizão, presidente da II Conferência do LBA e também pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a Conferência serviu para mostrar que a floresta é muito mais complexa do que se poderia imaginar. “O estudo da região exige pesquisas em diferentes linhas e, por isso, o LBA tem juntado pesquisadores de diferentes formações para obter um resultado melhor nas pesquisas”, acrescentou Flávio Luizão. Além de todas as mudanças ocorridas no ecossistema da Amazônia e suas conseqüências para o meio ambiente, o Projeto LBA se ocupa também com o estudo dos impactos que a ocupação da região tem causado à vida e à saúde dos que vivem na Amazônia.

Entre os principais resultados divulgados durante a II Conferência Científica Internacional do LBA estão temas relacionados ao balanço do carbono, o papel dos rios no ciclo do CO2, o impacto da poluição urbana em ecossistemas intactos e técnicas de preparo da terra para o cultivo sem o uso do fogo.

Segundo o pesquisador Flávio Luizão, do INPA, a maioria dos trabalhos apresentados durante a 2ª Conferência Científica do LBA aponta para uma pequena absorção de CO2 pela floresta em torno de 1 tonelada por hectare ao ano, uma tendência que vem se consolidando nos resultados das ultimas pesquisas. No entanto, Luizão lembra que ainda h[a estudos indicam o sequestro de até 9 toneladas por hectare ao ano. De qualquer forma, ressalta, não se acredita mais na idéia de que a Amazônia seja fonte emissora deste gás, um dos componentes responsáveis pelo efeito estufa. É, portanto, cada vez mais forte a idéia entre os pesquisadores de que a floresta está fixando carbono.

Outro resultado destacado pelo pesquisador é a descoberta de uma relação entre água e carbono mais forte do que se imaginava anteriormente, quando iniciaram-se os estudos do LBA. Estudos indicam uma maior quantidade de carbono dissolvido nos rios e uma consequente maior emissão pelos rios. Segundo Luizão, tal constatação reforça a importância da floresta no ciclo do carbono. Campanhas científicas do LBA irão se concentrar nos próximos anos em regiões de áreas degradadas, onde a perda de biomassa e emissão de carbono não é compensada pela absorção da floresta.

Uma campanha científica realizada entre julho e agosto do ano passado, em Manaus, cujos resultados foram apresentados na conferência, revela que a poluição atmosférica de centros urbanos na Amazônia podem interferir no clima da região, diminuindo os níveis de chuva e aumentando o calor. De acordo com os pesquisadores Paulo Artaxo da USP e A. Andreae, do Instituto Max Planck, da Alemanha, coordenadores do estudo, a poluição de Manaus atinge níveis de partículas igual ou superior ao da cidade de São Paulo.

Além de provocar problemas à saúde, a poluição altera o equilíbrio de ecossistemas intactos. Medidas feitas de avião mostraram que a pluma da poluição de Manaus incidiram sobre a reserva ecológica do arquipélago fluvial de Anavilhanas, a cerca de 70 quilômetros de Manaus.

O papel da floresta amazônica no ciclo da água tem ganho importância com novos estudos de formação de nuvens na região. Ela estaria inserida dentro de um ciclo de água em equilíbrio e portanto econômico, sem perda de água, segundo o pesquisador Flávio Luizão. Essas informações estão sendo acentuadamente consolidadas com a ampliação do conhecimento científico sobre os mecanismos de formação das chuvas, um dos assuntos de destaque na Conferência de Manaus.

Para o pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e coordenador científico da II Conferência, Flávio Luizão, a consolidação dos dados deve-se, sobretudo, à interdisciplinariedade que tem marcado o LBA. “Há cerca de dez anos as pesquisas já vinham acontecendo, mas faltava o engajamento de outras especialidades”, lembra Luizão. Ele explica ainda que “a formação das chuvas na região tem relação direta com a emissão de compostos orgânicos voláteis, os chamados aerossóis, que servem de núcleos de formação de chuva, formando nuvens mais baixas que rapidamente se transformam em chuvas”.

A sistematização das informações permitirá, inclusive, um refinamento dos modelos de previsão de clima utilizados até hoje. As chuvas têm sido um foco de destaque no LBA. A partir de seus projetos, já é possível afirmar, por exemplo, que a floresta amazônica depende das chuvas para se manter mas, também, contribui na sua própria formação. Um equilíbrio natural perfeito. E, quando as florestas são substituídas por pastos, há uma alteração dessa sintonia, causando, entre outras conseqüências, uma alteração no regime de chuvas na região (e até em outras partes do mundo), gerando até mesmo um atraso no início do período de chuva. Pesquisas desenvolvidas pelo LBA comprovam que em regiões desmatadas de Rondônia chove menos que em regiões com floresta.

Outro tema abordado na II Conferência e que despertou o interesse dos participantes é a tradição secular de usar o fogo para preparar áreas agrícolas na Amazônia. O sistema consiste em derrubar a vegetação (nativa ou não) e depois queimar, para em seguida plantar culturas de ciclo curto como o milho e a mandioca. Um dos projetos do LBA está estudando e comparando o sistema tradicional com uma experiência que reúne pesquisadores e agricultores no município paraense de Igarapé-Açu, à frente a Embrapa Amazônia Oriental e a Universidade de Göttingen, Alemanha.

O sistema proposto e em fase experimental e que se propõe a reduzir drasticamente as queimadas na Amazônia consiste em substituir o fogo pela área preparada através do corte e trituração da vegetação, utilizando uma máquina trituradeira desenvolvida com essa finalidade. Após o cultivo do milho e da mandioca são plantadas mudas de espécies leguminosas arbóreas de rápido crescimento, que apressam o crescimento da capoeira, tecnicamente conhecida como “capoeira melhorada”.

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GM

Lideranças rurais e indígenas peruanas denunciam biopirataria

Agência Brasil – ABr – Trabalhadores rurais e povos indígenas da região dos Andes e do Amazonas peruano denunciaram o outorgamento de patentes a empresas norte-americanas sobre a maca, uma planta andina da família das crucíferas. A denúncia formal foi feita no final do mês passado, na sede do Fórum Ecológico de Lima.

Os povos indígenas das terras altas de Puna, Peru, cultivam a maca há séculos e usam a planta como alimento básico e também para fins medicinais. Os produtos industrializados derivados da maca são usados para melhorar as funções sexuais e a fertilidade. Os povos andinos temem perder o mercado de exportação com as recentes patentes registradas nos Estados Unidos e afirmam que a biopirataria impera na região andina. "As patentes que monopolizam nossos cultivos, usados na base da alimentação e para fins medicinais são uma ofensa muito frave", afirmou Efraín Molina, da Associação de Productores de Maca do Valle del Mantaro.

Molina se queixou também da concessão de patentes para outras plantas andinas como a ayahuasca, a quinoa, o yacón e o feijão nuña. Os trabalhadores rurais querem que as empresas norte-americanas abram mão das patentes relacionadas com a maca e exigiram do governo peruano que investigue, juntamente com a Organização Internacional da Propriedade Intelectual (Ompi), as patentes registradas com base no conhecimeno tradicional e nos recursos dos povos indígenas. A Ompi tem sede em Genebra, Suíça, e promove a propriedade intelectual como meio de proteção do conhecimento indígena.

A coalização quer também que o Centro Internacional da Batata (cuja sigla em espanhol é CIP), com sede em Lima, tome providências para proibir qualquer reclame de propriedade intelectual sobre sementes de maca e qualquer material que se encontre no seu banco genético. O CIP é o promotor de pesquisas e depositário de sementes de maca e um dos 16 centros internacionais de pesquisa que integram o Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), a maior rede de pesquisa agrícola pública. Dentre os objetivos dessa rede está a salvaguarda da diversidade genética dos cultivos. (Lana Cristina)

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UJ

Funasa promove oficinas sobre imunização de indígenas em Manaus

Agência Brasil – ABr – A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está realizando oficinas em todo o país para discutir o programa de imunizações voltado para a população indígena. Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações da Funasa, Maria de Lourdes Maia, a maioria das aldeias não tem recebido assistência necessária para que haja o controle de doenças. “Essa questão precisa ser revista imediatamente. No mínimo, 60% das aldeias indígenas precisam ser imunizadas para que as epidemias seja controladas”, garantiu Maria de Lourdes, em entrevista à Radiobrás.

Para este mês estão previstas oficinas em Manaus (de 15 a 19) e em Belém (de 22 a 26); em agosto, em Maceió (de 5 a 9); e em setembro, em Campo Grande (de 2 a 6) e Cuiabá (de 9 a 13).

A primeira oficina realizou-se em Rondônia, no dia 5, com a participação de chefes de distritos sanitários, organizações não-governamentais, técnicos de secretarias estaduais de Saúde e membros da Sociedade Brasileira de Pediatria. Os principais assuntos discutidos no encontro foram como superar as dificuldades da cobertura vacinal nas aldeias indígenas e como armazenar dados relativos à saúde dos índios.

Ana Paula M. Marra
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GM

Comunidades indígenas e quilombolas ganham escolas

Agência Brasil – ABr – A partir deste mês, quatro comunidades indígenas na Paraíba, Bahia e Sergipe e uma comunidade remanescente de quilombo em Sergipe recebem escolas construídas com recursos do Ministério da Educação, por intermédio do Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola/MEC). As aldeias indígenas estão localizadas nos municípios de Baía da Traição e Marcação (PB), Pau Brasil (BA) e Porto da Folha (SE). Em Porto da Folha há também uma comunidade remanescente de quilombos que vai receber uma nova escola.

São as primeiras escolas indígenas construídas com recursos do Fundescola que ficarão prontas este ano, beneficiando um total de 600 alunos das etnias Potiguara, na Paraíba; Pataxó, na Bahia; e Xokó, em Sergipe. Em abril, foram inauguradas duas escolas em áreas remanescentes de quilombos nos municípios de Sítio do Mato e Carinhanha (BA).

O Fundescola repassou recursos para as secretarias estaduais de Educação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para a construção de um total de 54 escolas para povos indígenas. Os recursos para a construção de seis outras escolas indígenas em Alagoas e três na Bahia foram repassados diretamente para a Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pela indicação das áreas consideradas prioritárias para a construção dos prédios escolares.

Serão 135 novas salas de aula, que vão beneficiar 7.860 alunos, com um investimento de R$ 11.079.642,73. Quanto às comunidades remanescentes de quilombos, o investimento foi de R$ 1.260.225,00 para a construção de cinco escolas nas zonas rurais dos municípios de Sítio do Mato (BA), Carinhanha (BA), Monte Alegre de Goiás (GO) e Porto das Folhas (SE).

As construções têm como base o Projeto Padrão-Espaço Educativo Rural. O projeto arquitetônico elaborado pelo Fundescola oferece salas planejadas que obedecem aos padrões mínimos de funcionamento e boas condições de iluminação, ventilação e espaço. Depois de concluídas, as escolas serão equipadas com mobiliário e equipamento escolar testados e aprovados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Além das salas de aula, há banheiros, cantina, áreas destinadas à administração e um amplo espaço central para reuniões.

O projeto também prevê a construção da “Casa do Professor”, com dois quartos, banheiro e uma pequena varanda. A construção é necessária uma vez que as comunidades estão localizadas em áreas de difícil acesso e algumas não contam com professor indígena da própria aldeia. A contratação de professores, fornecimento de merenda e manutenção das escolas construídas serão garantidos pelos estados, para as escolas indígenas, e pelos municípios, para as escolas em áreas de remanescentes de quilombos.

RE
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CBM

Meio Ambiente lança campanha de combate ao tráfico de animais

Agência Brasil – ABr – O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, anunciou, nesta semana, o lançamento da segunda etapa da Campanha Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, que está sendo realizada em parceria com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). Com apoio do Programa Nacional de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, foram produzidos vídeos, cartazes e folders que serão distribuídos, a partir do final do mês, para universidades, escolas, organizações não-governamentais e centros de pesquisa.

O ministro informou que irá propor aos ministros de Meio Ambiente ibero-americanos a criação de uma rede internacional de combate ao tráfico de animais silvestres. O objetivo é atacar o tráfico na sua ponta principal, a do consumo, conseguindo a cooperação dos países compradores para que possam inibir o comércio ilegal de animais. “É evidente que o sucesso dessas iniciativas depende dos entendimentos que o governo federal vem realizando no âmbito internacional, especialmente com os países que são os receptores da fauna silvestre que é contrabandeada do Brasil”, afirmou o ministro, que participa, a partir de quinta-feira, na República Dominicana, do II Fórum Ibero-Americano de Ministros de Meio Ambiente.

Entre os países que mais compram espécimes da fauna e flora brasileira estão so Estados Unidos, Canadá, Japão, Inglaterra, França. Segundo o coordenador geral da Renctas, Dener Giovanini, o tráfico de animais só perde para o tráfico de drogas e armas em volume de dinheiro. "Hoje no Brasil existem 400 quadrilhas especializadas que usam as mesmas rotas das drogas, movimentando com o tráfico internacional entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões”, disse.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, uma das grandes dificuldades de combate ao tráfico está em suas características de crime organizado, com a formação de redes que se espalham por diversos setores. Ele explicou que o MMA está articulando um grande esforço de fiscalização com as com polícias ambientais dos estados de maneira a formar uma rede de fiscalização da fauna e do tráfico de fauna com mais de 5 mil fiscais.

Carvalho anunciou ainda a criação de uma rede de unidades do Ibama nas áreas de fronteira que terá como uma de suas missões inibir o tráfico de animais silvestres. “Além disso, estamos fortalecendo a atualização do Ibama nas áreas de captura para que possamos no curto prazo inibir o processo de captura e comercialização ilegal e, no médio prazo, reverter esse quadro de utilização ilegal da fauna e flora brasileira”, destacou o ministro.

RE
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GM