Presidente Lula homologa 14 terras indígenas

O presidente Luiz Inácio da Silva continua determinado a concluir a demarcação de todas as terras indígenas até o final do seu mandato. Em menos de dois anos de gestão o presidente já havia homologado 33 terras indígenas, com o total de 4.858.124 hectares. Ontem, 27, o presidente assinou a homologação de mais 14 terras indígenas, com uma superfície total de 2.337.924 hectares. Assim, o Governo Federal chegou à marca de 47 terras indígenas homologadas em 7.196.048 hectares de terras para índios de diversas regiões e etnias do país.

Das terras indígenas homologadas ontem, 11 estão localizadas no Amazonas, as outras no Acre, Mato Grosso do Sul e Maranhão. Duas delas merecem especial destaque, não pelo seu tamanho, mas pela sua história como palco de luta dos índios e da própria Funai para consumar a sua demarcação. A primeira, Panambizinho, pela resistência histórica dos índios Kayowá que, apesar de todas as pressões e até mesmo das violências sofridas, conseguiram manter-se, em apenas 60 hectares, enquanto persistiam na busca para reaver as suas terras, tituladas indevidamente pelo Governo Federal, em 1943, face a criação da Colônia Agrícola Núcleo de Dourado, pelo Governo Getúlio Vargas.

Aos poucos os índios foram alijados de suas terras, que foram entregues a colonos. A presença dos Kayowá em Panambizinho, no entanto foi confirmada por cinco atestados fornecidos, em 1949, por cidadãos de Dourados, com firma reconhecida no Cartório de 1º Ofício da cidade, um dos quais afirmava que a aldeia já existia antes de 1900.

Reconhecimento

Em 1993 a Funai constituiu um Grupo de Trabalho para proceder a identificação da Terra Indígena Panambizinho e esse apurou que a demarcação das terras reivindicadas pelos índios, 1.273 hectares, era completamente justificada. Em 1995, o então Ministro da Justiça, Nelson Jobim, assinou, no centro da Aldeia Panambizinho, Portaria Declaratória que reconhecia aos índios Kayowá uma área com superfície de 1.273 hectares. Mas apesar de, oficialmente, passarem a ter direito a essas terras, não puderam tomar posse delas, em função da grande resistência dos colonos.

A demarcação da Terra Indígena Panambizinho só ocorreu após inúmeras negociações com colonos e índios e contou com a participação decisiva do Gabinete do Ministro de Estado da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, do presidente da Funai, Mércio Gomes, do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, do Incra, da Prefeitura Municipal de Dourados, do Ministério Público Federal e do Gabinete do Deputado Federal João Grandão (PT/MS), que culminou com o reassentamento dos colonos em uma área indicada pelo Incra e previamente acordada com esses.

Perseverança

A segunda terra que melhor simboliza a luta dos índios para recuperar as áreas invadidas foi Krikati, no Maranhão. Apesar dos primeiros relatos sobre a existência dos índios Krikati na região, em 1854, o primeiro estudo de identificação e delimitação dessa terra indígena deu-se apenas em 1976. O Grupo de Trabalho constituído para esse fim apresentou uma proposta de apenas 62.350 hectares. Por insistência dos índios, novos estudos foram feitos, em 1979, que apurou uma área de 130.000 hectares. Por último, tendo em vistas as perícias antropológicas determinadas pela Justiça, verificou-se que a área dos Krikati girava em torno de 138 mil hectares.

Mas a demarcação não pôde ser concretizada em função da resistência dos habitantes da cidade de Montes Altos, e de políticos regionais, que impediram, por diversas vezes, que as equipes da Funai, e até mesmo do Serviço Geográfico do Exército, pudessem realizar o seu trabalho.

A demarcação de Krikati feita pelos indigenistas da Funai, Cláudio Romero e Porfírio Carvalho, entre outros. O processo de finalização da demarcação de Krikati contou com o apoio da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney. A governadora colocou à disposição da Funai uma equipe de policiais federais e um helicóptero, além de atuar politicamente em todas as frentes para que a demarcação se concretizasse. Sem o apoio de Roseana, a demarcação não teria sido possível e muitas mortes teriam acontecido. A Terra Indígena Krikati tem uma superfície de 144.726 hectares.

As terras indígenas homologadas ontem (27) são:

1. A Terra Indígena Alto Tarauacá, de índios isolados, está situada nos municípios de Feijó e Jordão (AC) e possui uma superfície de 142.619 hectares. Portaria Declaratória: 369/MJ/23.04.01

2. A Terra Indígena Deni, dos Deni, está situada nos municípios de Humaitá e Tapauá(AM) e possui uma superfície de 1.531.303 hectares. Portaria Declaratória: 952/MJ/16.10.01

3. A Terra Indígena Diahui, da etnia Diahui, está situada no município de Humaitá (AM) e possui uma superfície de 47.354 hectares. Portaria Declaratória: 367/MJ/23.04.01

4. A Terra Indígena Kkikati, dos Krikati, está situada no municípios de Montes Altos, Amarante do Maranhão e Sítio Novo (AM e possui uma superfície de 144.775 hectares. Portaria Declaratória: 328/MJ/08.07.92

5. A Terra Indígena Kumaru do Lago Ualá, dos índios Kulina, está situada no município de Juruá (AM) e possui uma superfície de 80.036 hectares. Portaria Declaratória: 358/MJ/23.04.01

6. A Terra Indígena Lago Jauari, dos Mura, está situada no município de Manicoré (AM) e possui uma superfície de 12.023 hectares. Portaria Declaratória: 824/MJ/11.12.98

7. A Terra Indígena Lauro Sodré, da etnia Tikuna, está situada no município de Benjamin Constant (AM) e possui uma superfície de 9.478 hectares. Portaria Declaratória: 172/MJ/04.03.02

8. A Terra Indígena Nova Esperança do Rio Jandaiatuba, dos índios Tikuna, está situada no município de São Paulo de Olivença (AM) e possui uma superfície de 20.003 hectares. Portaria Declaratória: 1010/MJ/07.11.01

9. A Terra Indígena Panambizinho, dos Guarani Kayowá, está situada no município de Dourados (MS) e possui uma superfície de 1.272 hectares. Portaria Declaratória: 1.560/MJ/13.12.95

10. A Terra Indígena Paraná do Arautó, dos índios Mura, está situada no município de Itacoatiara (AM) e possui uma superfície de 5.915 hectares. Portaria Declaratória: 290/MJ/17.04.00

11. A Terra Indígena Rio Jumas, da etnia Juma, está situada no município de Careiro (AM) e possui uma superfície de 9.482 hectares. Portaria Declaratória: 289/MJ/17.04.00

12. A Terra Indígena Rio Urubu, dos povos Mura, está situada no município de Itacoiatiara (AM) e possui uma superfície de 27.354hectares. Portaria Declaratória: 294/MJ/17.04.00

13. A Terra Indígena Sepoti, dos índios Tenharim está situada nos municípios de Humaitá e Manicoré (AM) e possui uma superfície de 251.349 hectares. Portaria Declaratória: 296/MJ/17.04.00

14. A Terra Indígena Torá, dos povos Tora e Apurinã, está situada nos municípios de Manicoré e Humaité (AM) e possui uma superfície de 54.961 hectares. Portaria Declaratória: 293/MJ/17.04.03.

Terras homologadas até 27 de outubro:

01. A Terra Indígena Boa Vista, dos índios Mura, está situada no município de Careiro da Várzea (AM) e possui uma superfície de 337 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

02. A Terra Indígena Guató, dos Guató, está situada no município de Corumbá (MS) e possui uma superfície de 10.984 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

03. A Terra Indígena Jamináwa do Rio Envira, dos povos Kulina, está situada no município de Feijó (AC) e possui uma superfície de 80.618 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

04. A Terra Indígena Kwazá do Rio São Pedro, dos índios Kwazá, está situada no município de Parecis (RO) e possui uma superfície de 16.799 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

05. A Terra Indígena Limão Verde, da etnia Terena, está situada no município de Aquidauana (MS) e possui uma superfície de 5.377 hectares. Foi homologad

a em 10.02.2003.

06. A Terra Indígena Nonoai/Rio da Várzea, dos índios Kaingang e Guarani, está situada nos municípios de Gramado dos Loureiros, Liberato Salzano, Nonoai, Planalto e Trindade do Sul (RS) e possui uma superfície de 16.415 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

07. A Terra Indígena Paumari do Lago Marahã,, dos Paumari e Apurinã, está situada no município de Lábrea (AM) e possui uma superfície de 118.777 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

08. A Terra Indígena Varzinha, dos índios Guarani M’Biá, está situada nos municípios de Caraã e Maquiné (RS) e possui uma superfície de 776 hectares. Foi homologada em 10.02.2003.

09. A Terra Indígena Córrego João Pereira, dos indígenas Tremembé, está situada nos municípios de Acaraú e Itarema (CE) e possui uma superfície de 3.162 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

10. A Terra Indígena Apipica, dos índios Mura, está situada no município de Careiro da Várzea (AM) e possui uma superfície de 652 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

11. A Terra Indígena Fortaleza do Castanho, também dos Mura, está situada no município de Careiro da Várzea (AM) e possui uma superfície de 2.756 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

12. A Terra Indígena Itaitinga, dos índios Mura, está situada no município de Autazes (AM) e possui uma superfície de 135 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

13. A Terra Indígena M’Biguaçu dos índios Guarani Nhandeva e M’biá, está situada no município de Biguaçu (SC) e possui uma superfície de 59hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

14. A Terra Indígena Padre, dos índios Mura, está situada no município de Autazes (AM) e possui uma superfície de 798 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

15. A Terra Indígena Patauá, dos índios Mura, está situada no município de Autazes (AM) e possui uma superfície de 615 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

16. A Terra Indígena Paumari do Lago Manissuã, dos índios Paumari e Apurinã, está situada no município de TapauáAM) e possui uma superfície de 22.970 hectares. Foi homologada em 05.05.2003.

17. Terra Indígena Xakriabá Rancharia, dos Xakriabá está situada nos municípios de Itacarambi e São João das Missões (MG) e possui uma superfície de 6.798 hectares. Foi homologada em 05 de maio de 2003.

18. Terra Indígena Moskow, dos índios Wapixana está situada no município de Bonfim (RR) e possui uma superfície de 14.212 hectares. Foi homologada em 30 de maio de 2003.

19. Terra Indígena Boqueirão, dos índios Makuxi e indivíduos Wapixana está situada no município de Alto Alegre (RR) e possui uma superfície de 16.354 hectares. Foi homologada em seis de junho de 2003.

20. Terra Indígena Badjonkore, dos índios Kayapó está localizada nos municípios de Cumaru do Norte e São Félix do Xingu (PA) e possui uma superfície de 221.981 hectares. Foi homologada em 23 de junho de 2003.

21. Terra Indígena Cuiu-Cuiu, dos Miranha está localizada no município de Maraã (AM) e possui uma superfície de 36.450 hectares. Foi homologada em 23 de junho de 2003.

22. Terra Indígena Jacamim, da etnia Wapixana e indivíduos Aturaiu está localizada nos municípios de Bonfim e Caracaraí (RR) e possui uma superfície de 193.380 hectares. Foi homologada em 23 de junho de 2003.

23. Terra Indígena Muriru, também dos Wapixana está localizada nos municípios de Bonfim e Cantá (RR) e possui uma superfície de 5.555 hectares. Foi homologada em 23 de junho de 2003.

24. Terra Indígena WaiWai, dos povos WaiWai, Mawayana, Xeréu e outros está localizada nos municípios de Caracaraí, Caroebe, São João da Baliza e São Luiz (RR) possui uma superfície de 405.698 hectares. Foi homologada em 23 de junho de 2003.

25. Terra Indígena Munduruku, dos índios Munduruku está localizada no município de Jacareacanga (PA) possui uma superfície de 2.381.795 hectares. Foi homologada em 25 de fevereiro de 2004.

26. Terra Indígena Caieiras Velha II, dos Tupinikin e Guarani M’Biá, está localizada no município de Aracruz (ES) e possui uma superfície de 57 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

27. Terra Indígena Coata-Laranjal, dos Muduruku e Saterá-Mawé, está localizada no município de Borba (AM) e possui uma superfície de 1.153.210 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

28. Terra Indígena Fortaleza do Patauá, da etnia Apurinã, está localizada no município de Manacapuru (AM) e possui uma superfície de 743 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

29. Terra Indígena Igarapé Grande, dos índios Kambeba, está localizada no município de Alvarães (AM) e possui uma superfície de 1.539 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

30. Terra Indígena Juma, dos índios Juma, está localizada no município de Canutama (AM) e possui uma superfície de 38.351 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

31. Terra Indígena Porto Praia, dos índios Tikuna está localizada no município de Uarini (AM) e possui uma superfície de 4.769 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

32. Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, dos índios Tenharim está localizada no município de Manicoré (AM) e possui uma superfície de 87.413 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

33. Terra Indígena Tupã-Supé, dos índios Tukuna, está localizada nos municípios de Alvarães e Uarini (AM) e possui uma superfície de 8.589 hectares. Foi homologada em 19 de abril de 2004.

Produtos da agricultura familiar chegam aos supermercados no Paraná

Os agricultores familiares do Paraná começaram a vender seus produtos nas grandes redes de supermercados de Curitiba. Uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o governo do Paraná e a Associação de Supermercados facilitou a comercialização dos produtos, considerada um dos maiores problemas do pequeno produtor.

A iniciativa, de acordo com Sérgio Costa, consultor nacional de Apoio a Negócios e Comércios Territoriais, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, está proporcionando aos consumidores curitibanos conhecer melhor os produtos da agricultura familiar e comparar preços e qualidade.

“Até então o público das grandes redes de supermercados não tinha acesso aos produtos da agricultura familiar, que eram vendidos apenas em feiras ou eram agregados às marcas dos supermercados. Agora temos gôndolas estilizadas com produtos apenas da agricultura familiar. Os consumidores conhecem nossos produtos, fazem comparações sobre a qualidade e os preços com os industrializados que também estão disponíveis nas grandes redes”, explica.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e o governo do Paraná investiram R$ 125 mil para montar 30 gôndolas da agricultura familiar nas grandes redes de supermercados. A idéia do governo, de acordo com Sérgio Costa, é levar a parceria para outros estados, atingindo não só os grandes supermercados, mas também os médios e pequenos nas regiões mais próximas das áreas onde são cultivados os produtos, dinamizando as economias locais. "No momento em que nós fazemos parcerias com pequenas redes ganha o produtor, o comerciante e o consumidor", afirma.

Sérgio explica também que é preciso envolver a família do produtor nessa comercialização. “Cada gôndola no supermercado vai ser administrada pelos produtores, a Secretaria de Agricultura e os supermercados. Já existem conversações para utilizar, no processo de venda, os filhos do agricultor familiar, que poderiam explicar a história de cada produto que está sendo vendido” informa.

De acordo com o consultor nacional de Apoio a Negócios e Comércios Territoriais, a experiência está dando certo e será levada para outros estados. Sérgio Costa informou ainda que neste primeiro trabalho já foi registrado um aumento na renda dos agricultores familiares.

Em Curitiba, são 14 produtores que colocam 80 itens nas grandes redes de supermercados . Para a agricultora paranaense Anebela Feltez , sem o apoio do setor público fica caro para o produtor colocar seus produtos à venda no supermercado. Ela explica que os produtos da agricultura familiar são, às vezes, mais caros porque têm melhor qualidade. “Nosso produto chega com uma diferença de preço em relação ao industrializado. Por exemplo, se compramos uma geléia, a da agricultura familiar terá menos açúcar e mais fruta do que a industrializada, por isso a nossa sai mais cara”, afirma.

Pelo menos 33% da vegetação das nascentes do rio Xingu já foram destruídas

A degradação ambiental já destruiu 33% da vegetação do cerrado das nascentes do Rio Xingu e de seus afluentes. Essa é a informação do secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco. Na sua avaliação, indígenas e produtores rurais estão se mobilizando pela primeira vez em favor da preservação da bacia. As discussões acontecem durante o “Encontro sobre Nascentes do Xingu”, que está sendo realizado em Canarana, no Mato Grosso, até esta quarta-feira (27).

“Há, pela primeira vez, um debate franco, aberto entre o setor não governamental e o setor empresarial”, disse Capobianco. “Se for possível encontrar um caminho comum entre esses segmentos, certamente, isso será muito importante porque abre um espaço de cooperação dinâmico, inovador que nos ajudará a implantar uma nova agenda positiva na região”.

A expectativa sobre os resultados do seminário é alta. Segundo o secretário, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pretende receber os organizadores do evento para conhecer o resultado de seis dias debate.

A bacia do Rio Xingu atravessa dois importantes biomas brasileiros, o Cerrado e a Floresta Amazônica. Com um território de 2,6 mil hectares (área semelhante a de quase três mil campos de futebol), o Rio Xingu faz parte da vida de 5 mil índios de 14 etnias que vivem na reserva indígena. O rio também afeta cerca de 450 mil habitantes de 31 municípios do estado do Mato Grosso.

“A bacia do Rio Xingu é uma área muito rica do ponto de vista ambiental e do ponto de vista da diversidade cultural”, afirmou. Segundo João Paulo Capobianco, um dos principais fatores para o aumento da degradação é o modelo de atividade agropecuária, implantado a partir da década de 60. “Na realidade, a atividade agropecuária não necessariamente leva à degradação. A forma como ela vem se processando é que, de fato, vem trazendo uma degradação absolutamente impressionante, com danos quase irreversíveis”, explica.

Capobianco acredita que os produtores rurais têm, aos poucos, tomado consciência sobre a importância da preservação ambiental. “Eles perceberam que a degradação não é apenas um dano ambiental isolado, ela gera danos à própria atividade agropecuária na região”, disse.

Mobilização para salvar as nascentes do Xingu

Os coordenadores do Núcleo Cerrado, Augusto Santiago, e do Projeto de Manejo Integrado de  Biodiversidade Aquática e dos Recursos Hídricos da Amazônia, João Paulo Viana, ambos da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA, participam, a partir de hoje, do Encontro Nascentes do Xingu, em Canarana, no Mato Grosso. O evento reunirá índios, fazendeiros, agricultores, governos, comerciantes e  sociedade para debater sobre a melhor forma de defender as nascentes e as matas próximas ao Rio Xingú e seus afluentes. O encontro segue até o dia 27, no Centro Auxiliadora. 

A Terra Indígena do Xingu é uma verdadeira "ilha verde" no norte do Mato Grosso, cercada pelo desmatamento que avança com a soja e com a pecuária. Cortando seu território de 2,6 mil hectares, o Rio  Xingu mantém vivos parcela significativa da floresta e da cultura amazônicas, além de mais de cinco mil  indígenas de 14 etnias que vivem na reserva. No entanto, a maioria das nascentes que alimentam o rio, um afluente do Amazonas, está fora da área protegida e também ameaçadas pelo avanço da fronteira produtiva.

A Terra sofre, ainda, com invasões de pescadores e de caçadores, com queimadas que se originam em fazendas e com o ataque de madeireiras em busca de árvores que já não existem na região. A degradação do Xingu ameaça não só os indígenas, mas também a qualidade de vida de cerca de 450  mil pessoas de 31 municípios do norte do Mato Grosso.

O Parque Indígena do Xingu foi criado em 1961, como resultado do trabalho de importantes sertanistas brasileiros, entre eles os irmãos Villas Bôas. Devido a desmatamentos e queimadas, muitas nascentes do Xingu já secaram, podendo levar a uma grave crise hídrica na região.

O que foi a Expedição Rota Brasil Oeste?

O Rota Brasil Oeste foi uma oportunidade única para colocarmos em prática todo o conhecimento acumulado durante a vida acadêmica aliado a uma experiência pessoal de reconhecimento da diversidade cultural brasileira.

No caminho, tivemos contato com os mais diferentes tipos humanos. Nas cidades, apesar da unidade na língua, algumas dezenas de quilômetros eram o bastante para nos depararmos com tipos físicos, realidades e modos de vida próprios. Em Barra do Garças conhecemos antigos políticos do interior; em Xavantina, típicos sertanejos mato-grossenses além daqueles que foram para a região fugindo das grandes cidades e procurando um modo de vida alternativo; em Água Boa e Canarana, gaúchos imigrantes.

Os indígenas do Brasil Central, por sua vez, representam uma visão de mundo ainda mais rica em diferenças. Os quinze dias que passamos entre as tribos, tanto xinguanas como xavantes, nos levaram a questionar a artificialidade de valores considerados naturais e verdadeiros em nossa sociedade.

fabio_curumins_trator.jpgA equipe do Rota Brasil Oeste pega uma carona na caçamba do trator improvisado como transporte no percurso de 8km entre o Posto Indígena da Funai, Leonardo Villas Bôas e a comunidade Yawalapiti, Alto Xingu. Foto: Fernando Zarur

Completando nossa iniciativa, tivemos a chance de resgatar um dos temas mais importantes da história recente do desenvolvimento nacional. Adjetivos como epopéia e saga, são pouco para descrever o aspecto heróico da biografia, não só dos irmãos Villas Bôas, mas de dezenas de trabalhadores anônimos que fizeram parte da Expedição Roncador-Xingu.

Pudemos constatar, também, o valor da iniciativa dos Villas Bôas. Jovens da classe média paulista, abandonaram seus bons empregos em empresas da capital, para se aventurar no Centro-Oeste. Disfarçados de sertanejos, os primeiros empregos na Expedição Roncador-Xingu foram: Orlando, auxiliar de pedreiro; Cláudio e Leonardo na enxada.

Mesmo não tendo formação humanística específica, os Villas Bôas tiveram a consciência, ainda na década de 40, de lutar pela preservação da natureza e as tradições dos índios. Apesar de algumas críticas existentes sobre sua filosofia de trabalho, o fato é que esta ação protecionista manteve relativamente bem preservadas as culturas originais em cerca de 16 etnias dentro do Parque Indígena do Xingu.

atravessando_pantano.jpgTravessia de um pântano para chegar à aldeia Kuikuro, Alto Xingu. Ainda relativamente isolada, há pouco mais de 60 anos, a região era praticamente desconhecida, representava um imenso ponto de interrogação na cartografia e alimentava lendas no imaginário nacional. Foto: Fernando Zarur

Um claro exemplo deste trabalho são os Yawalapiti, povo que estava desaparecendo e foi salvo por Cláudio e Orlando. Como escreveu Darcy Ribeiro, “sua façanha mais extraodinária, a meu ver, foi a criação, ou recriação, de todo um povo – os yawalapitis, que só existiam dispersos nas várias aldeias xinguanas, até que os Villas Boas os juntassem, novamente, para retomarem seu destino de uma das caras do fenômeno humano”.

Nos anos passados dentro da selva, cada um dos Villas Bôas enfrentou malárias, mato fechado, onças, fome, ameaças de morte e até falta de roupas e calçados. Em contraste, nossos problemas foram arranjar computadores, câmera digital, conexão via satélite, carro, combustível e outros produtos.

Realizado 58 anos depois do início da Expedição Roncador-Xingu, o Rota Brasil Oeste resgatou a memória deste lado épico da história brasileira alimentando uma página na Internet. Usando este aparato tecnológico, conseguimos cumprir o objetivo de registrar em texto e fotos as impressões sobre o meio de vida, realidade e problemas das populações nas cidades e nas aldeias, além da inesquecível experiência pessoal.

A Internet como estratégia

A equipe do Rota Brasil Oeste acredita no potencial da Internet como uma ferramenta de comunicação independente. É graças às facilidades e o domínio da linguagem deste meio que o projeto consegue atingir seu público (cerca de 70 mil usuários únicos por mês1), mesmo sem grandes financiadores ou publicidade.

Numa constante interação com nossos leitores, tentamos estimular a participação em nossa página, seja pela divulgação de artigos, reportagens e outros trabalhos aprovados para publicação. Além disso, destacamos opiniões e dados muitas vezes ignoradas pela grande imprensa, num esforço para democratização da informação via web.

Atualmente a rede proporciona uma relativa igualdade de visibilidade entre a sociedade civil e qualquer grande veículo de comunicação. Ao realizar uma busca por “september 11” no Google, por exemplo, o único gigante da mídia presente no resultado da primeira página é a CNN, que vem em quarto lugar. O resto é composto por páginas comuns de referência, principalmente movimentos de associações de vítimas da tragédia.

Como as ferramentas de busca, principalmente o Google, são responsáveis por orientar quase todos os internautas em suas pesquisas este é uma clara demonstração de como a visibilidade dos movimentos sociais podem se igualar com outras forças da comunicação. E, se levarmos em conta as pesquisas recentes e a convergência tecnológica, até o final da década, a rede se tornará o meio de informação e interação social primordial para boa parte da população mundial. Em 2004 a Internet conta com um total de 945 milhões de usuários, com uma projeção de 1.28 bilhão até 2006. Além disso, os dados mostram que a nova geração, que cresce nas brincando na rede, a tem como principal veículo de comunicação, deixando para trás os meios tradicionais.

Neste sentido, está posto o desafio não apenas de estimular uma produção de informação mais democrática e independente, mas também de mudar a situação dos milhões de excluídos digitais. Contudo, para os movimentos sociais, esta é uma alternativa viável de comunicação de impacto. Com a aplicação de softwares livres, os investimentos em infra-estrutura estão cada vez mais acessíveis, até para organizações de pequeno porte. Resta como obstáculo a popularização das técnicas específicas que envolvem o trabalho deste conteúdo.

O Rota Brasil Oeste é um projeto que tenta abarcar estes vários lados da questão, promovendo integração, gerando visibilidade e estimulando a publicação independente.

1 Dados referentes ao mês de junho de 2005.

Jalapão

Com a idéia de divulgar não apenas os pontos turísticos, mas principalmente a situação social local, em abril de 2003 a equipe do Rota Brasil Oeste realizou uma reportagem especial de cinco dias na região do Jalapão. A região vive a contradição do boom do turismo e uma realidade social que ainda convive com falta de saneamento básico, fome e doenças como hanseníase e o mal de chagas.

Com apoio do Ibama local, acompanhamos com exclusividade o início da atividade de definição das fronteiras da Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, criada para assegurar a preservação de centenas de nascentes, lagoas, córregos que fazem da região um dos maiores mananciais de água do país. O trabalho de demarcação dos limites envolve muito mais que marcar pontos no GPS, a parte mais delicada é o contato com famílias isoladas e fazendeiros que vivem da subsistência.

jlp44_1_1.jpgEquipe do Rota Brasil Oeste contorna as margens da água para fotografar a Cachoeira da Velha, um dos pontos turísticos mais conhecidos do Jalapão. O trabalho da região nos levou além dos pontos turísticos. Foto: Fernando Zarur

Além disso, visitamos comunidades que produzem o cada vez mais conhecido artesanato de Capim Dourado. A venda já ajudou a melhorar a mudar a vida nas vilas que começam a organizarem-se em cooperativas de produtores. Por outro lado, com o aumento da atividade, cresce a preocupação pela preservação da planta que cresce naturalmente e apenas em alguns pontos do Centro-Oeste, às margens da água.

Numa rápida passagem pela região, descobrimos uma complexa e as vezes triste situação social, muito distante do estereótipo vendido pelas revistas de turismo.

Expedição Américo Vespúcio

Realizada pela Codevasf, a Expedição Américo Vespúcio teve como objetivo conscientizar a população ribeirinha e a opinião pública brasileira sobre os problemas que afetam o São Francisco no aniversário de 500 anos desde seu descobrimento pelos portugueses. Partindo de Brasília no dia 10 de novembro de 2001, por 35 dias um grupo de pesquisadores levantou dados econômicos, culturais, políticos, sociais e de meio-ambiente ao longo de todos os 3mil quilômetros de rio, desde sua nascente em Minas Gerais até a foz no litoral de Alagoas.

O trabalho também serviu para gerar relatórios e embasar decisões de políticas públicas além de gerar uma interação entre a comunidade e o Governo Federal por meio de seminários, palestras e audiências públicas que foram realizadas em todo o percurso. A idéia foi de envolver a sociedade nos debates, na elaboração e gestão de políticas públicas e nas decisões que tratam sobre a revitalização da bacia do São Francisco e desenvolvimento sustentável local.

barco_pipes_1.jpgO barco Pipes foi preparado especialmente para a Expedição Américo Vespúcio. Com um fundo raso, permitiu que a viagem começasse em Iguatama -MG, onde o rio não passa de alguns metros de um lado ao outro. Foto: Fernando Zarur

A equipe do Rota Brasil Oeste foi responsável pela cobertura jornalística da viagem produzindo reportagens, entrevistas, diários de bordo e um acervo com cerca de 3000 fotos em película e centenas em formato digital. Numa iniciativa inédita na região, todo o conteúdo foi transmitido ao longo do caminho, direto do barco, por uma conexão via satélite provida pela Globalstar.

A viagem registrou não apenas vários problemas sofridos pelo rio, mas também suas belezas e a riqueza cultural às suas margens. Com quase 30 cidades visitadas, a expedição seguiu umas das mais importantes vias de integração nacional da história, e retratou personagens, artesanato, arquitetura e manifestações culturais desde as serras mineiras, atravessando o semi-árido nordestino, até as belas praias alagoanas.

Expedição Rota Brasil Oeste

O primeiro trabalho organizado pelo Rota Brasil Oeste foi um projeto de conclusão do curso de Comunicação da Universidade de Brasília que refez parte do trajeto original da Expedição Roncador-Xingu, comandada pelos irmãos Villas Bôas na década de 40.

A viagem de um mês resgatou um pouco da história da expedição, percorrendo cidades e comunidades indígenas. A aventura começou em Brasília, no dia 1º de maio, passou por cinco cidades e chegou até o Parque Indígena do Xingu, percorrendo mais de 3.000km de estradas e rios.

FZ_carro_pimentel.jpgNa primeira etapa, realizou-se reportagens sobre algumas cidades que surgiram sob a influência da Marcha Para o Oeste e personagens que representam a história e o presente regional. Estivemos em: Aragarças em Goiás além de Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa e Canarana no Mato Grosso. Seguindo o roteiro da viagem original, em 15 dias, atravessamos os rios Araguaia e Mortes, além da Serra do Roncador (foto). 

Comunidades Indígenas

Na segunda parte do trabalho, o grupo desceu de barco o rio Kuluene, para entrar no Parque Indígena do Xingu. Fora dez dias de permanência na região do Alto Xingu, dormindo em aldeias e conversando com as lideranças indígenas, tempo necessário para compreender um pouco sobre a vida na tribo e alguns dos problemas atuais enfrentados pelas etnias.

Por fim, a equipe seguiu para a reserva Xavante de Pimentel Barbosa, onde passou dois dias conversando e entrevistando os índios mais velhos, desvendando sua história e tradição. A volta à Brasília aconteceu no dia 1o de junho.

DCP_0756.jpgEquipe do Rota Brasil Oeste posa ao lado do cacique Aritana (segundo sentado da dir. para esq.) acompanhado de homens da comunidade Yawalapiti. A etnia, nossa anfitriã no Alto Xingu, foi reagrupada pelos Villas Bôas e hoje representam algumas das vozes mais importantes da reserva.  

Produção de conteúdoFZ_upload_no_Leonardo_close.jpg

Numa iniciativa inédita, o projeto utilizou uma conexão via satélite (foto), computadores portáteis e uma câmera digital, para 30 dias de produção constante de conteúdo jornalístico, publicado direto de cada lugar visitado.

Neste período, foram publicadas 26 matérias e entrevistas, 30 diários e 87 imagens numa página dentro do portal de aventura 360 Graus (www.360graus.com.br), parte do conteúdo do Terra. Também foram produzidas cinco matérias, uma entrevista e nove fotos para a edição regional da Gazeta Mercantil. Além disso, ocorreram diversas participações ao vivo nos programas ‘Revista Brasil’ e ‘Eu de Cá, Você de Lá’, da Rádio Nacional AM.

O projeto, realizado sem fins lucrativos, foi viabilizado por apoiadores, que cederam equipamentos por um prazo limitado ou financiaram parte do custo da viagem. Os participantes foram a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a Globalstar, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Ibiti Equipamentos.

Números do projeto
– Tempo de preparação: 2 anos
– Tempo de viagem: 30 dias
– Conteúdo publicado online: 26 matérias, 30 diários e 87 imagens
– Conteúdo publicado em impresso: 5 matérias e 9 fotos
– Quilometragem percorrida por terra: 2.380km
– Tempo de viagem em via fluvial: 20 horas de barco
– Filmes batidos: 46 rolos / 36 poses cada
– Fotos digitais tiradas: 860
– Entrevistas realizadas (incluindo pesquisa): 12

Missão e histórico

O Rota Brasil Oeste é um projeto de jornalismo sem fins lucrativos que tem como missão divulgar e valorizar o interior do Brasil num resgate de aspectos históricos, sociais, culturais e de meio ambiente, destacando as regiões visitadas tanto em suas belezas, como em seus conflitos, sempre de forma independente e responsável.

Histórico

A iniciativa começou ainda no ano de 2000 como projeto de conclusão do curso de Comunicação Social da Universidade de Brasília. Esta primeira fase culminou com o lançamento oficial da página na Internet, em 30 de outubro do mesmo ano e com a realização em abril de 2001 da Expedição Rota Brasil Oeste, que refez parte do trajeto original da Expedição Roncador-Xingu, comandada pelos irmãos Villas Bôas na década de 40. Utilizando um recém inaugurado sistema de telefonia via satélite, a viagem percorreu cidades e aldeias indígenas. Numa iniciativa pioneira, a equipe transmitiu, pela primeira vez, dados e informações em tempo real de dentro das aldeias do Parque Indígena do Xingu para uma página na Internet.

Ainda em 2001, o trabalho do grupo foi diversificado com o relançamento da página trazendo novas imagens e uma central de clipping que reúne as principais notícias de divulgação livre sobre assuntos relacionados.

Em novembro do mesmo ano, a equipe do Rota Brasil Oeste foi convidada a participar da Expedição Américo Vespúcio. Organizada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Rio São Francisco e Paraníba (Codevasf) e realizada pela DOMO Arquitetura e Promoções de Eventos, a viagem percorreu o Rio São Francisco da nascente à foz no ano de seu descobrimento pelos portugueses. Seguindo o mesmo modelo de trabalho, uma conexão via satélite abordo do barco permitiu a publicação de textos e fotos ao longo de todo o trajeto.

No ano de 2003, a equipe do projeto visitou a região do Jalapão  numa expedição curta com duração de cinco dias. No período, foram visitados não apenas os principais pontos turísticos locais, mas também povoados que trabalham na confecção do artesanato com capim dourado e famílias que sobrevivem da agricultura de subsistência, uma realidade quase nunca vista pelos turistas. Acompanhamos ainda parte do trabalho de demarcação da Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins. Futura reserva ecológica que visa preservar a região.

Como comeoração de quatro anos do projeto, em 30 de outubro de 2004, foi relançada a página www.brasiloeste.com.br com novo visual, conteúdo e funcionalidades. Com a renovação, a equipe consolida e diversifica sua autação abrindo mais espaço para colaborações, entrevistas, fotos e clipping de notícias.

Atualmente, o projeto mantém-se graças ao trabalho voluntário da equipe, colaboradores e leitores. Agradecemos a participação de todos.

Financiamento e manutenção do projeto

O Rota Brasil Oeste conta, hoje, com duas fontes de renda para a manutenção do projeto, custeio do site e composição de um fundo para a realização de novas expedições. São:

Licenciamento de imagens: Licenciamos o direito de uso das imagens de nosso acervo fotográfico, apenas para uso editorial e desde que sua utilização editorial tenha sido autorizada pelas comunidades que visitamos.

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