A água do Rio Muriaé está 23 vezes mais turva que o normal. A Agência Nacional de Águas (ANA) fez ontem (11) uma avaliação preliminar em Muriaé (MG), uma das cidades cortadas pelo rio, e constatou grande quantidade de resíduos sólidos.
Os materiais, especialmente bauxita, vazaram com o rompimento de uma barragem da empresa Rio Pomba Mineração, na última quarta-feira, e o transformaram num mar de lama.
Segundo o técnico Leonardo Piau, da ANA, a quantidade ideal de sedimentos na água para o abastecimento é de 150 NTU (unidade que mede a turbidez). O nível encontrado no rio Miraí foi de 3.500 NTU.
Piau disse que os resíduos não são tóxicos, mas dificultam o tratamento da água. “O processo de sedimentação é mais demorado quando a água está turva”.
O técnico também avaliou a água do município de Itaperuna, no Rio de Janeiro, e constatou que está muito turva. Mas ele não acredita que a lama tenha chegado às águas cariocas. “Como está chovendo muito na região [Sudeste], é natural que a água do Rio de Janeiro esteja turva também”.
Ontem, a captação e tratamento de água foram interrompidos em três municípios do Rio abastecidos pelo Rio Muriaé: Laje do Muriaé, São José de Ubá e Itaperuna.
O acidente no rio Miraí deixou pelo menos 100 pessoas desabrigadas (pederam a casa), 4 mil desalojadas (tiveram de deixar a residência temporariamente), provocou desabastecimento de água e ameaça causar um desastre ambiental.
A ANA informa que vai visitar outros municípios abastecidos pelo Muriaé nos próximos dias para chegar a uma avaliação final sobre a qualidade da água.