O Greenpeace fez hoje um pedido urgente aos governos participantes da 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudanças Climáticas, COP12, em Nairóbi, para que eles enfrentem o aquecimento global como uma realidade e ajam urgentemente evitando alterações ainda maiores no clima do planeta. O principal foco da reunião é encontrar um consenso no estabelecimento de metas para a implementação do segundo período do Protocolo de Kyoto, que começaria em 2012.
"Não podemos esperar os cinco anos que foram necessários para negociar o acordo de Kyoto, simplesmente não temos mais tempo. Isso é urgente. As partes reunidas aqui devem sair com um acordo efetivo para garantir que as emissões de gases do efeito estufa sejam reduzidas. Tanto países desenvolvidos como os em desenvolvimento têm que assumir sua responsabilidade como emissores de gases do efeito estufa e se comprometer com metas de redução para o segundo período do Protocolo de Kyoto, para salvar o planeta Terra de um colapso climático”, afirmou Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace Brasil.
O debate sobre o aumento da temperatura no planeta teve início hoje, na África sub-saariana, e vem sendo aguardado como uma iniciativa que irá propor soluções sobre como os países podem se adaptar às mudanças climáticas. Além disso, a reunião também pede atenção à necessidade de apoio urgente à população mais pobre do mundo, que já está sendo impactada pelas mudanças climáticas.
A versão internacional do documentário e do relatório do Greenpeace “Mudanças do clima, mudanças de vidas”, lançados hoje em Nairóbi, expõem exatamente a fragilidade dos paises em desenvolvimento frente às mudanças climáticas e confirmam que os efeitos dessas mudanças já são uma realidade para o povo brasileiro. Os materiais apresentam testemunhos de vítimas do aquecimento global na Amazônia, no Nordeste, no Sul e na zona litorânea brasileira. O relatório e o documentário mostram ainda as relações entre a destruição da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, e o aquecimento global, e como o desmatamento e as queimadas fazem do Brasil o quarto maior emissor de gás carbônico do planeta.
“O Brasil precisa assumir sua responsabilidade como grande emissor de gases de efeito estufa. O governo deve combater o desmatamento de maneira implacável, promover as energias limpas e os programas de economia de energia. Os brasileiros têm todo o direito de saber onde somos mais vulneráveis aos efeitos devastadores do aquecimento global e como vamos reduzir nossa contribuição a este problema,” afirma Carlos Rittl, coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil.
“Os 163 governos que assinaram o protocolo de Kyoto precisam colocar de lado seus interesses de curto prazo em favor da luta contra essa ameaça global. Isso é do interesse de todos em longo prazo”, disse Steve Sawyer, Conselheiro de Mudanças Climáticas e Políticas Energéticas do Greenpeace Internacional.
Outra atividade desenvolvida pelo Grenepeace durante a COP12 é a participação de uma delegação jovem, a Geração Solar, que estará ressaltando os impactos das mudanças de clima na África.