Brasília – Além de oferecer tratamento odontológico, as equipes do programa Brasil Sorridente trabalham com a prevenção de doenças bucais. Dados do ministério da Saúde revelam que 40% da população não têm acesso à escova e à pasta de dente. Segundo o coordenador nacional de saúde bucal do ministério da Saúde, Gilberto Pucca, isso ocorre não apenas por falta de orientação, mas porque as pessoas não têm condições financeiras de comprar os produtos básicos para a higiene bucal.
“Não adianta ensinar a prevenção se a pessoa não usa regularmente escova e pasta de dente. Isso é quase metade da população brasileira”, afirma Pucca, em entrevista à Rádio Nacional.
Implantado no início de 2003, o programa Brasil Sorridente atende a aproximadamente 42 milhões de brasileiros. Até 2006, o governo pretende investir R$ 1,3 bilhão na política de saúde bucal.
Como parte do programa, o ministério da Saúde iniciou a distribuição de escova e pasta de dente a 30% dos usuários do sistema público de saúde bucal. “Isso significa que além de cuidar do que já está estragado, há uma educação para se manter o que ainda se tem. È feita toda uma orientação de saúde bucal para a prevenção mesmo. E isso não acontece só no consultório, não, só na cadeira do dentista. As equipes vão às escolas e aos locais de trabalho”.
Os recursos para a compra e a distribuição de escovas e pastas de dente são repassados diretamente às equipes de saúde bucal que atuam nos municípios. “Essas equipes sabem quem precisa e quem não precisa. Então, o recurso passa pelos municípios, fiscalizado pelo Ministério, mas são as equipes, que conhecem as famílias, que fazem essa distribuição do Brasil Sorridente”, disse Pucca.
Outro ponto do programa é a fluoretação da água do abastecimento público. O ministério da Saúde pretende acrescentar flúor à água de todas as cidades brasileiras que já possuem água tratada. “A fluoretação de água do abastecimento público reduz a cárie dentária em mais de 50%. E esta é a grande causa de perda dos dentes no Brasil. Hoje mais de 70 milhões de pessoas recebem água com flúor do abastecimento público. Até o final do governo Lula nós estamos investindo R$ 20 milhões para chegar a 100% desses municípios”, afirmou.