Mineirão vira exemplo de obra correta em sustentabilidade ambiental

Por Ana Paula Moreira / Globoesporte.com

 

Model of Mineirão following the renovations
Imagem de como ficará o novo mineirão (via Wikipedia)

Além de estar em dia com as obras de modernização, o Mineirão também se tornará um exemplo na parte de sustentabilidade ambiental. Desde o projeto conceitual das obras, o estádio segue um cronograma de ações, que visam a preocupação com o meio ambiente. Os engenheiros responsáveis pelo projeto do Mineirão buscam, desde o início das obras, práticas eficientes para o desenvolvimento sustentável. O gerente do projeto Copa sustentável, Vinícius Lott, enumerou as etapas do projeto sustentável.

– O objetivo do Mineirão é ser referência como construção sustentável. Para isso, têm que ser analisados todos os aspectos desde o projeto conceitual, como redução do consumo de água, de energia, metas de como trabalhar com resíduos e toda a operação do empreendimento. Depois, durante a obra, vários cuidados têm que ser analisados, como a destinação dos resíduos, o controle de poeira, o controle da origem dos materiais.

Todas essas ações são importantes para que o Mineirão alcance um certificado internacional de prédio verde. A certificação Leed (Liderança em Energia e Design Ambiental) analisa questões como a geração de energia limpa, captação e reutilização de água de chuva e origem dos materiais utilizados na obra.

– A certificação Leed é um selo de construção verde, reconhecido internacionalmente. Ele analisa todos esses aspectos de sustentabilidade do empreendimento, e o Mineirão tem buscado o nível prata, que é o segundo nível. Então, analisam a pontuação de certificação nos vários aspectos de sustentabilidade, e é conferida a certificação.

Para alcançar essa certificação, o Mineirão tem vários projetos sustentáveis e com preocupação ambiental. Um dos projetos é a geração de energia limpa. Serão instaladas paineis fotovoltaicos na cobertura do Mineirão, que podem gerar energia solar para atender aproximadamente 1.200 residências de médio porte. Outro projeto é a captação da água da chuva para ser reaproveitada no estádio. Vinícius Lott explicou como vai funcionar o esquema.

– A opção foi captar a água do telhado do Mineirão, enviar para um reservatório com a capacidade de mais ou menos seis milhões de litros de água, são seis mil m³. É um reservatório bem grande, capaz de atender todo o período de estiagem do Mineirão. Um exemplo e uma referência interessante para mostrar que técnicas sustentáveis são economicamente viáveis é que o custo de implantação dessa captação é pago pela economia de água em três anos. Então, tem um retorno muito rápido desse investimento.

Outra preocupação na obra do Mineirão é com os destinos dos resíduos. Segundo Lott, a regra é reutilizar, reciclar ou incorporar na obra o máximo de resíduos possível. Essa questão serve para evitar que os resíduos sejam levados para outros locais. Vinícius Lott conta como os resíduos da obra do Mineirão têm sido reutilizados.

– A regra no Mineirão é reutilizar, reciclar ou incorporar na obra o máximo possível de resíduos. Ou seja, evitar o envio para aterro e locais não desejáveis. Exemplos: uma quantidade de aproximadamente 850.000 m³ de terra foi reaproveitada em outras obras, em loteamento da região metropolitana. O concreto foi britado e utilizado em pavimentação de ruas também na cidade e cidades do entorno. Toda a parte de cadeiras do estádio foram doadas para ginásios e estádios do interior do estado. E a parte metálica, de sucata, foi reaproveitada através de reciclagem. O gramado também foi reaproveitado em um projeto social do estado, e R$ 130 mil foram economizados com os 13 mil m² de grama. Então, o aproveitamento completo desses resíduos e evitar o máximo de desperdício. Temos um cálculo de mais de 90% de aproveitamento dos resíduos na obra.

O ponto G do impacto ambiental das obras no Brasil é mais embaixo

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou nesta quinta-feira um pacote para agilizar e desburocratizar os procedimentos de concessão de licenças ambientais no Brasil, batizado de "Destrava, Ibama". Segundo Minc, a idéia é liberar mais tempo para ir direto "ao ponto G, que são os impactos ambientais".

Uma concessão que hoje leva até três anos para ser liberada, poderá ser concedida em um ano. Assim, o governo queimaria etapas no licenciamento de projetos como a hidrelétrica de Santo Antônio, na região amazônica, e a usina nuclear Angra 3.

"Ninguém é contra a desburocratização dos processos, desde que ela não venha às custas da qualidade. Licenças ambientais não podem ser dadas sem levar em conta o meio ambiente", afirma Sérgio Leitão, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace.

"Fala-se muito em agilizar licenciamentos ambientais de grandes obras, mas pouco em projetos de proteção ambiental e mitigação, que levam bem mais tempo para serem implantados, quando o são."

O licenciamento ambiental não pode apenas atender aos interesses do governo, devendo levar em conta principalmente os interesses da sociedade, que não aceita mais ver o meio ambiente servir de bucha para o PAC, avalia o diretor do Greenpeace.

Minc, que está há quase dois meses no cargo de ministro do Meio Ambiente, enfatizou que o Ibama ficará mais exigente com os estudos de impacto ambiental e que, apesar dos prazos serem reduzidos, o rigor aumentará.

"Esse raciocínio fica comprometido quando vemos o presidente do Ibama, Roberto Messias, afirmar no dia de sua posse que o projeto mais importante do país era o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ou ainda pela postura do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que tem anunciado o licenciamento ambiental de Angra 3 como líquido e certo, sendo que o processo ainda está em andamento", avalia Leitão.

Ibama pode conceder a liberação para obras no São Francisco em dez dias, avalia diretor

Brasília – A liberação para o início das obras da integração do Rio São Francisco às bacias do Nordeste setentrional está próxima, na avaliação do diretor de Licenciamento e Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luiz Felippe Kunz Júnior. "A equipe me informou ontem que, com mais dez dias de análise, o projeto estaria já em condições de ser aprovado", diz ele.

Segundo o diretor, a fase de análise é muito importante para que o Ibama possa avaliar quais são os possíveis danos causados pelas obras e assim saber como se deverá fazer a fiscalização das obras. "Assim que a equipe técnica concluir que estão dadas as condições para a emissão dessa licença, nós passaremos aí para o início das obras e o acompanhamento das obras por parte do Ibama", explica.

O diretor participou de audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. O encontro aconteceu a pedido do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Para o deputado, a licença não deveria ser ainda liberada. "Estamos muito preocupados com essa licença, pela forma como foram colocados os condicionantes. Aparentemente, é apenas o cumprimento de uma pilha de papéis. Não há condicionantes para que se passe de uma fase à outra", diz.

Amanhã (28), está prevista a votação na Câmara dos Deputados do projeto que institui um fundo de revitalização do Rio São Francisco, que prevê a fixação de recursos para a recuperação da erosão, melhoria da qualidade da água, recuperação de matas ciliares e nascentes, tratamento de água e esgoto da população que vive ao longo do rio, monitoramento ambiental e planos de ação para uso do rio para fins de lazer e turismo.

BR-163 integra eixo Mato Grosso-Pará ao resto do país

A BR-163 é um desafio do governo de integração do eixo Mato Grosso-Pará ao resto do país, afirmou Fábio Duarte, diretor do Departamento de Outorgas do Ministério dos Transportes, na audiência pública sobre o projeto de pavimentação e restauração da estrada. Ele destacou que, com a obra ligando Cuiabá (MT) a Santarém (PA) o Estado estará mais presente na região "trazendo desenvolvimento regional, dando atendimento às populações marginais, impulsionando a produção agrícola, viabilizando uma exportação mais econômica para países europeus, asiáticos e para a América do Norte", destacou.

Segundo ele, a região é "inóspita", localizada no "coração da Amazônia", e precisa da integração de diversos órgãos do Governo Federal. Uma região que carece de desenvolvimento e emprego, segundo o coronel Paulo Roberto Dias Morales, chefe da Divisão de Ensino e Pesquisa do Instituto Militar de Engenharia (IME).

O coronel apresentou, na audiência pública, realizada hoje no Ministério dos Transportes, Estudos de Viabilidade Técnica e Econômica, o Plano de Exploração Rodoviária e o Plano Básico Ambiental da BR-163. Na sua opinião, a rodovia levará emprego para a região. "A vantagem é trazer para uma região que carece de desenvolvimento soluções que possam reverter essa situação da falta de um emprego, de uma condição de trabalho, de implantação de indústrias", considerou.

Morales afirmou ainda que, nos primeiros três anos, com a realização da obra, haverá maior integração e oferta de empregos para a construção. "Depois, com os programas ambientais, haverá a absorção natural das pessoas nos trabalhos que devem ser desenvolvidos, integrando o empreendimento com os municípios, as universidades".

Governo federal publica até quarta-feira edital de licitação para obras no Rio São Francisco

Brasília – O Ministério da Integração Nacional vai publicar até quarta-feira (04) o edital de licitação para a escolha das empresas que vão realizar as obras de integração do Rio São Francisco às bacias dos rios temporários do Nordeste Setentrional. O processo licitatório está previsto para ser realizado em 45 dias. A informação foi dada pelo assessor especial do Ministro da Integração Nacional, Egídio Serpa.

A publicação do edital será feita porque o ministério já conta com a licença prévia do Ibama, concedida na última sexta-feira. As obras no Nordeste Setentrional serão divididas em 14 lotes e cada consórcio de empresas construtoras só poderá ganhar o direito de execução de dois deles. "O Ministério da Integração Nacional estima que as obras serão iniciadas até o final do mês de junho próximo e estarão concluídas em dois anos", disse o assessor.

Orçamento Geral da União para 2005 reservou R$ 1 bilhão para sua execução. A obra terá dois canais, com 700 quilômetros de extensão, 25 metros de largura e 5 metros de profundidade, e um sistema de bombeamento da água que vai corrigir os desníveis existentes em todo o percurso.

O projeto vai captar 1% do que o rio despeja no mar, para abastecer as bacias dos rios Jaguaribe (CE), Apodi (RN), Piranhas-Açu (PB e RN), Paraíba (PB), Moxotó (PE) e Brígida (PE). O empreendimento prevê a construção de dois canais – o Leste levará água para Pernambuco e Paraíba, e o Norte, já denominado de Celso Furtado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atenderá aos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. As captações serão feitas em dois pontos: em Cabrobó (PE) e no lago da barragem de Itaparica, ambos abaixo da barragem de Sobradinho.

O Ministério da Integração já realizou licitações para contratar a empresa que vai gerenciar o projeto, vencida pelo consórcio Logos-Concremat, e também para a compra das bombas dos canais de transposição do rio. A previsão para a fabricação das bombas a ser utilizadas ao longo dos dois canais é de um ano.