Incêndio destrói Igreja da Matriz, em Pirenópolis, Goiás

Rota Brasil Oeste – Um incêndio destruiu na madrugada de hoje (5) o prédio da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, localizada em Pirenópolis, Goiás. O fogo começou às 3 horas, terminou agora pela manhã e destruiu totalmente o prédio que foi construído no século XVIII pelos bandeirantes e recentemente reformado. Segundo o prefeito da cidade, Joaquim Flores, o fogo teria começado pelo depósito de velas. Não houve feridos.

A igreja, construída por escravos entre 1728 e 1738, tinha estilo colonial simples e construção em taipa de pilão (barro e cascalho socados), com torres e fachadas estruturadas em madeira. A nave e o piso eram feitos em madeira e possuía em seu interior rica talha, altar-mor e quatro laterais, além de arco cruzeiro. Era a maior igreja do Brasil com esse tipo de construção.

O tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) veio em 1941 e a Igreja da Matriz era um dos principais monumentos e pontos turísticos de Pirenópolis. Além de sua importância turística, era uma memória viva do auge do ciclo do ouro que impulsionou o nascimento da cidade, fundada pelo bandeirante Manoel Rodrigues Tomar em 1727.

O incêndio foi detectado por volta das 3h da manhã e, segundo o prefeito de Pirenópolis, Joaquim Flores, teria começado pelo depósito de velas, mas também há suspeitas de um curto-circuito. Como a cidade não dispõe de um destacamento próprio, teve que recorrer ao Corpo de Bombeiros de Anápolis, que só chegou por volta das 6hs.

Devido ao tempo seco e à construção altamente inflamável da igreja, os esforços da população local para apagar o fogo não foram bem sucedidos. Apenas uma das parede ficou de pé e a torre da igreja ameaça desabar. O prefeito de Pirenópolis afirmou que vai começar imediatamente a busca de recursos para a obra de recuperação.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral visitará nesta manhã os escombros. Também estarão presentes representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Agência Goiana de Turismo (Agetur), prefeitura, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar para fazer um plano emergencial e garantir a manutenção de provas para um laudo correto das causas do incêndio.

Pirenópolis

Como a maioria das cidades históricas do Centro Oeste brasileiro, Pirenópolis foi fundada pela bandeira de Manoel Rodrigues Tomar no ano de 1727 em pleno ciclo do ouro, metal abundante na região. Por essa característica, a vila viveu um longo período de prosperidade chegando a ter uma das economias mais importantes do estado.

No final do século XIX, porém, a atividade comercial diminui e a antiga “Minas da Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte” permaneceu isolada durante boa parte do século XX. No entanto, a proximidade com a Capital Federal combinada com a vocação natural da cidade, a transformou num dos maiores pólos turísticos da região.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1988, hoje Pirenópolis tem um dos mais ricos acervos culturais, naturais e históricos do Brasil central. A infra-estrutura turística local conta com dezenas de pequenas pousadas, hotéis, campings e restaurantes. Além disso, a cidade é rodeada pela “Serra dos Pireneus” com seus rios e cascatas. Outro atrativo é a culinária goiana e as comemorações religiosas, como as Cavalhadas.

Fábio Pili e Fernando Zarur
com informações da Agecom

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *